Capítulo 72 :

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Matheus: Depois de todo esse tempo é assim que você recebe o pai do seu filho? — sua voz era arrogante e ouvi-lo falar daquele jeito me causava ainda mais arrepios.

Carla: Você não é pai de ninguém.

Foi a único coisa que consegui dizer olhando dentro dos seus olhos frios enquanto voltava a sentir que conseguia me mover, dei dois passos à frente na intenção de conseguir entrar na empresa e fugir dele, mas senti os dedos frios segurarem o meu braço me fazendo parar e me girando para ficar de frente para ele.

Matheus: Aonde pensa que vai, Carla? Nem começamos a nossa conversa. — seus dedos continuavam segurando meu braço com certa força e eu tentava me soltar em vão.

Carla: Não tenho nada para conversar com você. Me solta, por favor.

Matheus: Acha que sou idiota?

Vi seu olhar percorrendo meu corpo de cima a baixo e me encolhi. Senti repulsa diante daquele cara que um dia eu pensei estar apaixonada e deixei que me levasse para cama. Até seus dedos em volta do meu braço agora me causavam calafrios e eu tinha certeza de que somente agora conseguia entender a dimensão do que meus sentimentos se tornaram em relação a ele. Desprezo e uma repulsa tão grande que faziam com que eu quisesse manter distância a ponto de nem mesmo pensar em sua existência.

Matheus: Você está aí toda bem vestida. Não sei que tipo de golpe você deu naquele velho babaca, mas andei vendo no jornal que agora você arrumou outro otário para te bancar. — ele falava com grosseria, como se fosse um marginal.

Carla: Ninguém está me bancando, minha vida pessoal não é da sua conta. — puxei meu braço enquanto percebia que ninguém na rua era capaz de interferir, todos passavam ao lado como se estivessem em suas bolhas, sem olhar ao redor.

Matheus: Você está cheia de dinheiro, até seu perfume agora é diferente. — ele se aproximou aspirando o ar e dei um passo para trás — Sei muito bem o que anda fazendo para agora estar desse jeito, cheia de joias e bem vestida. — sorriu de canto de maneira maliciosa — Só vim dar meu recado: exijo meus direitos de pai.

Carla: O quê? — arregalei os olhos jurando ter ouvido errado.

Matheus: Meus direitos de pai sobre o bebê que você teve.

Carla: Você não tem direito nenhum sobre minha filha!

Matheus: Então é uma menina? — ele cruzou os braços de maneira relaxada como se tivesse tendo uma simples conversa — Deve ser uma garota mimada que nem você.

Carla: Cala a boca! Você não é ninguém para falar da minha filha, entendeu?

Matheus: Eu sou o pai dela e vou atrás dos meus direitos. Sei que agora você está com grana e eu quero uma boa quantidade desse dinheiro. Eu vou à justiça reconhecer a paternidade e você não poderá fazer nada, não pode mudar os fatos.

Carla: Você é um filho da mãe interesseiro que nunca fez seu papel de pai.

Matheus: Eu vou atrás do que é meu, Carla! Eu vou fazer da sua vida um inferno! Eu tiro essa menina chorona de você se for preciso! Digo na frente do juiz que você me escondeu a gravidez. — ele segurou novamente o meu braço me fazendo olhar dentro dos seus olhos — Você está muito gostosa, mas continua sendo uma garota boba.

Ele chegou tão perto que eu precisei virar o rosto sentindo os lábios roçarem minha bochecha. Matheus me soltou me fazendo cambalear para trás enquanto tive tempo de vê-lo sorrir vitorioso e dizer "Adeus, baby." Todo meu corpo ficou rígido e eu olhei para trás onde vi Arthur parado na entrada da empresa me olhando de um jeito que eu nunca tinha visto. Seus olhos estavam escuros e tinham um brilho totalmente diferente, um brilho que refletia toda sua dureza.

Quem é você, Arthur? Onde histórias criam vida. Descubra agora