16.

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Depois de postar a foto eu respondi alguns carinhas que responderam o meu status e bloqueei o celular antes de reparar no local.

De socialzinha isso não tinha nada, tava mais pra sozialzona.

Funkzão tocando alto pra caralho, era um casarão mó grande mas pela enchente de pessoas parecia uma casinha bem pequena.

Mel ligou pro bofe dela, avisando que já estamos aqui, e em menos de dez minutos ele deu o ar da graça.

Ele beijou ela brevemente e estendeu a mão pra mim sem movimentar o outro braço que estava em volta da cintura dela.

— Mota, satisfação. – Falou sério quando eu apertei a mão dele.

— Kaira. – Sorri e ele assentiu.

Mota: Pô, fica à vontade, qualquer coisa que precisar pode me chamar. – Falou abraçando a Mel por trás.

— Vou sim, obrigada.

Mota: Bora comigo então.

Fomos andando perto dele, que falava com todo mundo que cumprimentava ele, e paramos em uma parte mais afastada da agitação que tem no resto do casarão.

O espaço, que eu imaginei ser vip, era de frente pra piscina. Tinha algumas poltronas e sofás, alguns ocupados por homens armados, trabalhados no ouro e nas tatuagens enquanto mantinham suas mãos sobre a coxa das garotas sentadas em seus colos, os mesmos conversavam e fumavam narguilé.

Perto tinha um bar improvisado cheio de bebidas e duas garçonetes atendendo só as pessoas que estavam nessa área.

Cumprimentei todo mundo por cima e logo lembrei do porquê de eu não curtir esses ambientes de envolvido.

Os caras me secavam na cara dura, aquele olhar de segundas intenções mesmo, e as mina tavam como? Quase espumando de raiva, me encarando de cima abaixo com cara de nojo.

Pra Mel os cara nem olhou por ela estar de mãos dadas com o Mota, só as que paga de fiel encararam ela do mesmo jeito que fizeram comigo.

Revirei os olhos e me sentei na poltrona, Mota levou dois dedos à boca e assobiou, chamando a atenção de uma das garçonetes que já veio.

Mota: Atende elas. – Falou se referindo a mim e à Mel antes de sentar com ela no colo.

— Boa noite, o que vão querer? – Perguntou.

— Pra mim pode ser energético com gelo de coco. – Respondi, colocando as minhas tranças pra trás.

Melissa: Eu quero uma caipirinha de limão, obrigada. – Falou e a menina foi pro bar preparar.

Rapidinho trouxeram as bebidas, peguei o meu copo e mexi o gelo com o canudo antes de levar o mesmo até a boca e sugar o líquido doce.

Observei de rabo de olho um dos caras me olhando e passando a língua no lábio, eca, tratei logo de olhar pra água da piscina se movimentando por conta do vento e assim fiquei até terminar a minha bebida.

— Mota. – Chamei e ele me encarou. – Onde fica o banheiro? – Perguntei sentindo vontade de fazer xixi.

Mota: Entrando na casa tem um na primeira porta do corredor. Se tiver ocupado vai no do primeiro andar, é a terceira porta que fica à direita. – Explicou e eu entendi?

Não! Vou perguntar de novo? Também não porque só conheci ele hoje e ainda não tenho intimidade suficiente pra demonstrar meu nível de lerdisse.

— Beleza. – Falei me levantando.

Melissa: Quer que eu vá com você? – Pegou na minha mão e eu balancei a cabeça em negação.

— Precisa não, vai ser rapidinho. – Ela assentiu e eu fui caminhando na base do empurra-empurra quando cheguei na área da aglomeração.

Assim que entrei na casa bati na porta do banheiro e tava ocupado, restou pra mim ir pro do primeiro andar, dei meus pulo pra achar e por sorte tava livre, fiz meu xixi e dei descarga antes de lavar as mãos e sair dali.

Meu celular vibrou, peguei pra ver quem era enquanto caminhava e senti meu corpo se chocar com outro que dava uns três do meu, fazendo eu cair na hora e olhar pra cima, vendo uma pessoa que eu achei que nunca mais fosse ver na vida: presi... ex presidiário pelo jeito.

Ele tava bem mais bonito, barba ralinha, brinco de ouro, boné com a aba virada pra trás, corrente de ouro que continha a palavra "Atacante"  escrita , regata preta em volta do pescoço, bermuda mais embaixo, dando destaque nas entradas dele e a quadrada na cintura.

Minha nossa, nossa.

Voltei a subir o olhar pra seu rosto e ele semicerrou os olhos como se estivesse tentando me reconhecer.

Tomei mó susto quando ele me pegou pelos braços antes de me prensar na parede e apertar meus braços.

— Me solta, tá maluco? – Tentei me soltar e ele só fez apertar mais. – TÁ DOENDO. – Gritei.

Inolvidável - Livro 1.Onde histórias criam vida. Descubra agora