Depois que desligou o celular e estava um pouco mais calma, Mariana disse:
—Obrigada por ter vindo! Obrigada por me salvar mais uma vez! – olhou para ele com carinho e gratidão.
Miguel, compenetrado no volante tentava digerir tudo o que havia acontecido. Ele estava muito chateado por ela não ter confiado nele e ter tomado aquela atitude insana. Reconheceu que ele ainda não estava pronto para falar sobre o assunto e apenas apertou a mão dela com mais carinho, numa forma de demonstrar que estava com ela, porém permaneceu calado o restante do caminho. Como ela já estava segura ao seu lado, ele dirigiu tranquilamente, diferente do momento em que fizera aquele trajeto para encontrá-la.
Mariana percebeu que Miguel não queria conversar e também permaneceu calada, saboreando a paz que sentia naquele momento ao lado dele.
Chegaram em frente ao prédio em que ela estava hospedada e ele disse:
—Dê-me suas chaves.
—Oh! Eu deixei na caixa de correio para a Janete pegar.
Diante da impossibilidade de entrar, Miguel observou o local e viu que tinha um morador saindo de carro. Resolveu entrar por lá e ordenou que ela permanecesse dentro do carro para sua segurança. Mariana decidiu não o desobedecer e permaneceu dentro do carro observando. Viu-o atravessar a rua e entrar no mesmo momento em que o carro saía.
Miguel atravessou o hall até as caixas de correio em frente ao elevador, abriu a de número 602 e retirou de lá as chaves de Mariana. De posse das chaves, saiu pelo portão principal e atravessou a rua até o carro onde Mariana estava. Observou bem a rua e como não viu nada de suspeito, ajudou-a descer com sua mala e entraram no prédio.
No 6º andar, Mariana abriu a porta, Miguel entrou carregando a mala e em seguida perguntou:
—Você comeu alguma coisa?
—Bem mais cedo, quando fiz um lanche com os últimos suprimentos que tinha. – disse Mariana envergonhada, pois ele parecia aborrecido.
—Ok. Vou sair e buscar algo para comermos. Voltarei rápido. – disse ele resoluto, ainda tentando encontrar a melhor forma de lidar com aquela situação.
Ele precisava de tempo ou seria rude com ela, coisa que ele não queria.
Saiu pela porta levando a chave, pois temia que ela pudesse não querer abrir para ele quando voltasse. Pegou o carro sempre observando bem a rua para se certificar que Vinícius não estava por perto. Foi até um quiosque de lanches nas proximidades, onde mandou preparar dois sanduiches rápidos com o intuito de voltar o quanto antes para o apartamento. Não queria deixá-la sozinha.
Enquanto os sanduiches eram preparados, Miguel amadurecia o acontecido e alinhava seus pensamentos e atitudes. Sabia que a situação não poderia permanecer daquele jeito e ela teria que confiar nele totalmente.
—*—
Mariana ficou no apartamento com suas emoções conflitantes. Havia se safado da segunda tentativa de Vinícius de pegá-la. Ambas passaram muito perto do êxito e ambas foram impedidas pela ajuda de Miguel. Reconheceu que ele lhe queria o bem e que a ajudava sem exigir nada em troca, exceto confiança e chegou à conclusão de que podia e precisava confiar nele.
Alguns minutos após sair para comprar comida, Miguel retornou. Havia estacionado o carro na rua detrás como estratégia para tentar confundir Vinícius, caso ele aparecesse por ali. Miguel achava que ele poderia reconhecer sua Evoque, afinal seus destinos já haviam se cruzado 2 vezes em menos de uma semana.
No apartamento, comeram em silencio e sem muita cerimônia. Mariana permanecia calada esperando por ele. Ela reconhecia que havia errado e decidiu esperar o tempo dele. Num dado momento ele disse:
VOCÊ ESTÁ LENDO
Reconstruindo o Destino [Degustação: DISPONÍVEL NA AMAZON]
RomansMariana vivia um relacionamento abusivo, mas decide se libertar das amarras desse relacionamento. Em sua fuga, o destino lhe apresenta um policial federal que pode lhe ajudar a se libertar. Miguel, agente da Polícia Federal há 10 anos, de beleza e c...