Até aquele dia, Eileen Prince Snape tinha um pensamento firme: ninguém sabia, mas assim que ela desse à luz a criança que estava esperando, ela iria sumir. Sua vida perfeita tinha sido interrompida e desde então foi uma sucessão de erros sem fim, desde conhecer Tobias, manter um relacionamento escondido, ter fugido para se casar com ele e engravidar. Mas agora Eileen acordou. Ela não poderia ficar casada com aquele homem, muito menos ter um filho dele.
Eileen estava deitada na cama com as pernas abertas enquanto esperava a contração para expulsar o feto. Sua testa pingava de suor. A parteira dizia para ela fazer força que o bebê estava coroando. Tanto faz. Ela não queria o bebê, só queria que a dor parasse.
E finalmente saiu. A mulher cortou o cordão que ligava o pequeno ser a ela e o colocou ao seu lado depois de limpar rapidamente. Era um menino. Cabelos pretos coroavam o topo da cabeça. Um nariz imponente já se podia ver no rosto pequeno de pele alva.
Mas o que fez Eileen mudar tudo que tinha planejado até agora, foram os olhos que a olhavam com uma intensidade que ela nunca vira antes. Aqueles olhos eram os seus olhos. Os olhos da sua família. Pretos e profundos. Não, ela não poderia deixar seu filho ali sozinho.
Sim, seu filho.
A realidade a atingiu em cheio enquanto Eileen mirava a criança. Ela mudaria todo o seu futuro por aquele menininho. Naquele momento, ela se sentiu mãe. Sempre ouviu que quando nascem os filhos, as prioridades mudam. Ele abriu a boca e chorou a plenos pulmões. Instintivamente, ela pegou um seio coberto pelo tecido da blusa e expôs. Guiou até o recém-nascido que sugava faminto como se já fizesse isso a vida inteira. A pequena mão do bebê tocou a sua mão como se finalizasse o vínculo de mãe e filho.
Era o leite produzido pelo seu corpo que alimentava o seu bebê. Eram os seus braços que o aqueciam. Ela começou a cantarolar uma canção de ninar que costuma tocar no piano. Lentamente, o bebê começou a fechar os olhos espertos que espiavam tudo ao seu redor.
A parteira fora embora que nem viu. Um sorriso pintou o seu rosto enquanto via o seu filho dormir a sono solto. Ele precisava de um nome. E teria que ser um nome imponente, que representasse bem aquele menino, que um dia seria um homem importante para o mundo bruxo. Eileen tinha certeza de que seu garoto seria conhecido.
A tradição da sua família era batizar os meninos com nomes de imperadores romanos. Queria um nome forte, assim como o seu pai, Titus. Lembrou de suas aulas de História. Septimus Severus foi um importante imperador romano. Não nasceu em Roma e sim na África. Seu bebê era um mestiço e isso não o impediria de alcançar a sua grandeza, assim como Severus, o imperador.
E beijando a testa fina de seu filho, ela sussurrou:
— Seja bem-vindo, Severus Snape.
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Novas Prioridades
FanfictionEileen Prince Snape tem todo o seu futuro planejado, mas quando as prioridades mudam, o que fazer? | Eileen Prince & Severus Snape |