〖 Ouvindo Ocean Care

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#RisadinhaDoOceano 🦭

A primeira noite no meu apartamento foi tremendamente fria, entretanto aconchegante. Tive um trabalhão para organizar tudo das minhas malas em seu devido lugar, e agradeci ao meu próprio sendo preventivo por ter pego um apartamento pequeno e mobiliado. Teria sido terrível ter uma primeira noite sem cama, guarda-roupa, fogão, geladeira e etc...

E falando em geladeira, descobri que existe um mercadinho perto do meu aconchego. O que foi maravilhoso, pois fiz um supermercado básico apenas para não ter uma geladeira completamente vazia na minha primeira noite.

Dormi profundamente. Afinal, noite passada eu fiz tudo no meio daquele mar escuro e silencioso, menos dormir. Então todo o sono pendente, descontei nessa noite no meio de dois cobertores grossos em cima de mim. Acordei sete horas de manhã, e quase tive a sensação de madrugada de tão escuro que estava... E como imaginei assim que criei coragem de me levantar e olhar em minha janela da sala/cozinha: estava nevando.

Maravilha. Um dia com neve, será que estou preparado pra isso? Saberemos logo.

Com um casaco grosso azul por cima de minha blusa e um donut na mão, me senti preparado para iniciar meu dia. E como morava tão perto de onde iria para trabalhar, decidi andar devagar pelas ruas para conhecer um pouco de Auckland.

Os comércios já estavam abrindo, marcando presença naquele dia frio. Essa cidade até que tem uma estética bonita, essa é a vantagem de cidades menores e bem estruturadas, a organização era bem melhor que em muitas metrópoles. E bom, sem muita perda de tempo, finalmente adentrei os grandes portões de Ocean Care.

Tudo deveria estar tranquilo, mas não por muito tempo...

— Olha a foca passando!

— Jesus! — tive que ser super estratégico e rápido para não ser atropelado por uma foca adulta que estava correndo livremente por ali. E em seguida, um homem moreno e de cabelos longos trajado em sua roupa de frio.

— Te peguei, garota. Não faça mais isso. Pode voltar pro alojamento! Vai, vai. — o homem apontou, e apesar de seu jeito bobo, para a foca deve ter soado como uma grande ordem. Porque ela logo se comportou como se tivesse sido pega no flagra e retornou seus passos em direção onde deveria ser seu cantinho. — Oi, e aí! Foi mal por isso. Focas! — riu, negando com a cabeça. — Sabe como elas são, né?

Acabei rindo, assentindo algumas vezes.

— O diálogo poderia ser mais normal se eu dissesse que não, não fazia ideia. Mas fazer o quê? Sei sim exatamente como elas são. — fui descontraído por igual, fazendo rir e colar sua mão na minha, como um cumprimento bacana.

— Espera, espera... Você por acaso não é o novo biólogo não, né? — ele apontou pra mim, surpreso.

Abri os braços, e entreguei:

— Na verdade, é exatamente isso que sou.

— Que massa! Espera aí, só um minuto. — o cara de cabelos longos se distanciou momentaneamente, e assim que ele fechou a porta do alojamento que a foca tinha entrado, foi se aproximando de novo. — Só pra garantir. Prazer, sou o Stewart. Stewart Johnson.

— E eu sou Jimin. Você é...? — ele demorou para raciocinar que eu estava me referindo à sua função no ambiente, e quando percebeu, logo explicou:

— Ah! Sou cuidador. Cuidador dessas pestinhas. — sorriu, pondo as mãos na cintura. — Alguém tem que ficar com o trabalho sujo, né? Literalmente. Você já viu morsas defecando? De verdade, não queria ver. — ele colocou a língua pra fora e chacoalhou a cabeça, aparentemente afastando essas imagens.

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