Era tarde,o expediente havia acabado,só restavam alguns poucos funcionários do turno da noite,Violeta, Eugênio e Rafael ficaram até tarde estudando propostas para o sobrecarregamento da fábrica.
Eugênio e Violeta estavam distantes a semanas,depois de Úrsula se vangloriar por finalmente conseguir fisgar Eugênio,a mãe de Dorinha entendeu que o jogo foi vencido. Sim,ela disse para Eugênio investir nessa relação,mas não porque achava o certo,porque depois de ouvir do sócio que ele iria esquece-la,ela entendeu que não poderia prender ele a toda sua bagunça.
Definitivamente as últimas semanas foram difíceis para Violeta,não conseguia dormir a dias,tendo pesadelos horríveis com Matias, após o cena do sequestro ela estava inerte,talvez o choque de por um momento ver nos olhos de Matias a sandice,mas isso não poderia ser possível,seu marido estava louco,ele jamais faria mau a ela, jamais!. Ela evitava pensar naquela situação,não podia,apenas disse a todos uma desculpa esfarrapada,da qual ela tinha certeza que ninguém acreditou,e nunca mais tocou no assunto. Até para seu grande amor ela se fechou,Matias estava louco e ela provocou,um caso com o sócio! Isso era mais que o suficiente para ele perder a cabeça,ela tinha provocado essa situação,ela quem toma as rédeas dessa família,sabia dos riscos,precisava se afastar do homem que fazia seus brios irem a loucura,ela perdia a cabeça quando estava com ele,a irmã de Heloísa se perdia nele,seus beijos molhados se estendendo por seu corpo,suas mãos a segurando pela cintura e logo em seguida passando por seu rosto,contornando-o todo,as borboletas que sentia quando ele dizia que a amava. Deitar em seu peito e sentir sua respiração quente
em seu pescoço,a sua barba roçando sua pele, por Deus,ela não podia perder o controle dessa forma,não era mais adolescente, foi o certo se afastar,foi o certo!.Rafael encerrou seu trabalho,saiu deixando os sócios estudando as saídas para o problema da fábrica.
Estavam tão presos e focados nos papéis que não se deram conta que estavam sozinhos depois de muito tempo em uma sala. Em outros tempos estariam entre beijos e carícias naquele local,mas agora nem farpas trocavam mais. Isso estava a deixando louca. Ele estava na mesa da sócia,enquanto a própria se encontrava sentada no pequeno sofá,uma trilha de papéis por toda parte naquela sala,estava enlouquecendo com tantos números. Ela num ato de desistência se jogou no sofá soltando um ar que nem tinha notado estar segurado.- Não temos saída. Sabemos disso. - Ela encarava o teto.
Ele que estava tentando se prender aos documentos em sua frente e ignorar o fato de estar morrendo de saudades da mulher ali presente,que por mais que estivesse com raiva por ela ter desistido deles,o amor que sentia ultrapassava qualquer coisa,repetia para si mesmo mentalmente "você está com a Úrsula agora",mas as palavras não vinham com força o bastante para o convencer,ele que tanto esforço vazia para se convencer que Violeta Camargo foi um breve caso e que dentro de um tempo nem de lembraria mais daquele belo sorriso,a encarou depois de muito tempo.
- Precisamos de uma saída violeta.- Ele se levantou e foi até a garrafa de whisky.- Perderemos muito dinheiro se não aceitarmos esse pedido.
- Ora bolas,não temos capacidade para esse pedido homem!- Ela permanecia imóvel,somente aumentou o tom da voz.
- Exatamente por isso estamos aqui até a essa hora violeta,para acharmos uma solução para esse problema!.- Ele deu um gole na bebida.
Violeta estava exausta,não só pelo trabalho,por tudo. Estava difícil manter o foco,os números se embaralham em sua mente,e sabia que quando chegasse em casa,não conseguiria descansar. O cheiro daquele perfume amadeirado por toda sala não facilitava sua vida.Pior que estava sua situação não poderia ficar,ela pensou.
Jogando todos os papéis a sua frente, se levantou e foi atrás de uma xícara de café.- Então gênio,me diga qual solução encontrou? Sem ser a que quase mata nossos funcionários de trabalhar.
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a falta que você faz
Fanfictioneis que o tempo cura tudo,menos a falta que um faz para o outro