notas: preparem seus lencinhos e boa leitura! :)
×
TUDO COMEÇOU quando Paula disse "sim". Não quando ela disse sim ao pedido de namoro ou casamento, mas quando ela aceitou ir à Paris ao lado de Carmem Wollinger. Seis dias em Paris. Foram exatamente esses seis dias na cidade do amor que fizeram Paula perceber o quanto ela amava e precisava de Carmem em sua vida.
Depois disso não demorou muito tempo até que assumissem um relacionamento sério, que em menos tempo ainda engatou em um noivado que logo era um casamento. Tudo aconteceu em quatro meses, o que para alguns parecia rápido demais, mas para elas fora um século inteiro.
E aí começou a insistência de Carmem de que elas deviam ter um bebê. Paula não queria mais ter filhos, usava todo tipo de desculpa possível para fugir desse assunto, e quando não conseguia, o "não" era certo. Depois de cinco meses de casadas, a Terrare (agora também Wollinger) cedeu aos pedidos da Wollinger (agora também Terrare) e resolveu procurar logo a melhor clínica de fertilização e inseminação artificial do país, afinal, se fosse para fazer que fosse feito direito. Paula não acreditava que a primeira tentativa fosse vingar, mas Carmem tinha muita fé nisso.
Dito e feito.
Agora não tinha mais como dar meia volta e desistir, mas elas nem sequer pensaram nisso, inclusive quando ouviram aquele coraçãozinho tão pequeno e acelerado batendo pela primeira vez. É claro que durante toda a gestação Paula teve dúvidas, milhares de dúvidas, e Carmem teve que lidar com muitas crises de choro e arranjar mil e uma maneiras de tirá-la do pensamento de que ela seria uma péssima mãe mais uma vez.
A cada dia que se passava, eram perceptíveis as mudanças acontecendo no corpo da Terrare e Carmem não se cansava de dizer o quão bonita ela estava, conseguindo se superar a cada dia. A criança era muito agitada, inclusive quando ouvia a voz de Carmem. Desde que os primeiros chutes começaram a acontecer, ela parecia sempre se comunicar com ela toda vez que dizia alguma coisa, qualquer uma que fosse.
Com trinta e quatro semanas de gestação, Paula começou a perceber que sua pequena já não queria mais ficar dentro dela, e com trinta e seis e meia, a bolsa rompeu e elas foram ao hospital.
Agora Carmem estava na sala de parto, um pouco afastada da maca andando de um lado pro outro ansiosamente. Ela não ficou ao lado de Paula porque estava muito nervosa, e a morena por sua vez pediu para que a loira se afastasse um pouco para respirar, se não ela acabaria tendo um infarto ali mesmo.
- Mamães, é agora - a obstetra avisou, e em passos muito largos Carmem voltou para perto da maca.
Em alguns segundos apenas, um chorinho leve ecoou por toda a sala. Lá estava ela, a pequena Carla Terrare Wollinger.
É óbvio que Paula e Carmem já estavam chorando antes com toda a emoção do momento, mas ao ouvirem o choro da filha delas pela primeira vez, as lágrimas de intensificaram. A obstetra enrolou a pequena numa espécie de toalha branca, e colocou-a no peito de Paula. A morena sorriu tão largamente quanto podia, e mesmo que a pequena estivesse completamente suja, um beijo, o primeiro, foi deixado sobre a cabecinha dela. Carmem acompanhou a esposa e também beijou a cabeça da filha, que agora não chorava mais tanto quanto antes, apenas resmungava.
Carmem ficou encarregada de dar o primeiro banho em Carla, ela não perderia isso por nada. Não demorou tanto quanto elas imaginaram que fosse até tudo estar limpo e organizado, e então Paula pôde pegar novamente sua filha e olha-la com mais calma.
- Ela tem os olhos pequenos iguais aos seus. São lindos.
A loira reparou bem nos olhinhos dela, e Paula estava certa. Os olhinhos tinham formato bem definido de meia lua, assim como os dela. "Provavelmente vão ficar mais bonitos ainda quando ela sorrir.", Paula pensou enquanto passava a ponta do indicador contornando os tracinhos delicados dela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
nós | carrare
Fanfiction𝐎nde todas as brigas e inimizade entre Carmem e Paula acaba tomando um rumo inesperado. » oneshot