01 | Montanhas Marinhas.

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Junho de 2002

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Junho de 2002

Jungkook estava de volta.

Depois de alguns dias longe do condomínio, ele finalmente havia voltado.

E eu presenciei o momento do seu retorno através da janela dos meus avós, no quarto deles.

Como apenas lá havia um aparelho de TV com DVD, vovó Yu deixou que eu ficasse assistindo enquanto ela e o vovô cuidavam das plantas na calçada. Mamãe e papai haviam voltado para Seul, provavelmente para ficarem um tempinho longe de mim.

Eu não fazia ideia do porquê, mas não me senti incomodado por eles simplesmente me largarem na casa dos meus vovós e irem embora.

Tudo bem que eles poderiam voltar a qualquer momento, o tempo deles longe de mim poderia variar de duas horas até duas semanas, então eu nunca sabia o que realmente esperar quando aquele tipo de situação ocorria.

Preferi acreditar que os meus pais não haviam me abandonado para ficarem longe de qualquer coisa que lembrasse Taehyung, e sim para terem o que chamavam de "espaço pessoal". Afinal, seria bem difícil se afastar de tudo que envolvesse Hy, pois ele esteve durante aqueles anos presente em absolutamente tudo em nossas vidas.

Não tinha como simplesmente apagarmos ele.

Eles podiam até ter descartado o corpo do meu irmão, mas as lembranças e as memórias eram mais constantes do que qualquer presença física.

De qualquer forma, gostei deles terem ficado um pouco longe de mim. Assim ninguém iria me incomodar fazendo comentários comparativos com Taehyung.

ㅡ Hm? ㅡ Murmurei assim que vi Jungkook sair do carro com uma mochila nas costas e uma sacola em mão, olhando ao seu redor ao que esperava os pais tirarem as coisas do seu irmãozinho do veículo. ㅡ Será que ele 'tá me procurando? ㅡ questionei a mim mesmo, amassando a cara na janela para que pudesse enxergar melhor a sua feição.

Eu continuei ali, na espreita, até que a sua família entrasse em casa e fechasse a porta. Os segundos se passaram, e estes viraram minutos e horas, até que o sol caísse e a noite finalmente tomasse conta do céu antes alaranjado, agora em um preto infinito.

Naquele meio tempo, os meus avós já haviam terminado de regar as plantas, tirar alguns pedaços de mato da calçada, limpar a casa e fazer o jantar.

E Jungkook ainda não havia saído.

ㅡ Mi, venha jantar. A vovó fez bolo, veja só. ㅡ Vovó Yu, com os seus cabelos grisalhos e uma blusa verde de lã me chamou, arrancando a minha atenção da TV. ㅡ Veja só, tire a cara da TV um pouco, menino. Você vai ficar zaroio desse jeito.

Eu não fazia ideia do que significava o "zaroio" que a minha vovó dizia sempre que me via assistindo, mas não parecia ser algo lá muito bom. Por isso eu a obedecia imediatamente.

O Som do Oceano | jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora