Graças ao Miles e o seu grupo, consegui chegar ilesa em casa. Miles também pertencia a uma gangue, mas por sorte era de uma que era rival da gangues dos caras que me perseguiram ontem a noite, mas algo me dizia que o dia ainda estava cheio de emoções.
Estava inclinada sobre o balcão lendo uma revista em companhia de uma garota que também estava no grupo que salvou minha pele ontem a noite. Não havia muitos fregueses e então eu podia ficar se bobeira quase o dia todo.
— Você ficou sabendo?
— Do que?
— Miles vai dar uma festa grande na casa dele, e ele disse que você está convidada Amy!
— Que pena, eu não posso ir, tenho que cuidar da minha tia.
— Você nunca foi a uma festa, tem que sair mais, se divertir com os amigos.
— Que droga Trina, eu já disse que não posso e mesmo que eu pudesse eu não iria! Você sabe que odeio festas, gosto de ficar na minha. Vocês são muito insistentes.
— Tá legal, vou dizer pra ele que tentei te chamar, e também vou falar do porque ele tá insistindo tanto. — Ela faz uma pequena pausa. — O Miles quer se aproximar de você, ele tá caidinho por você garota e você vai jogar uma oportunidade dessa fora? Alô, estamos falando do Miles, o maior gato do grupo.
— E você acha que eu não notei que ele vive atrás de mim?
— E o que você está esperando? Tem muita garota por aí babando por ele e ele apaixonado por você.
— É melhor ele tirar essa ideia da cabeça, pois eu não estou interessada, Miles é meu amigo de infância, crescemos juntos, mas não significa que gosto dele naquele sentido, vejo ele apenas como um bom amigo que posso contar quando preciso.
— Então se você não gosta do Miles, gosta de quem?
— De nenhum deles Trina, não quero nenhum homem correndo atrás de mim, quero distância deles.
— Nenhum homem? Então gosta de mulher?
— Que? Claro que não, eu não gosto de mulher, eu só tô dizendo que... — Faço uma pausa pra respirar fundo. — Eu não quero relacionamento agora, quero focar primeiro em mim e em minha tia, agora ficou bem claro?
— Agora sim entendi... — Ela se apoia no balcão fazendo uma expressão triste. — Mas ele vai ficar tão chateado por ter os sentimentos não respondidos.
— Também fico um pouco chateada por isso, mas faz parte, não tenho culpa... Mas agora pode dizer pras outras garotas que estão afim dele, que agora tem o caminho livre pra ficar com ele.
— Está bem... Eu tenho que ir agora, então a gente se vê amanhã?
— Pode ser se você aparecer aqui.
Trina acena pra mim e sai da loja, eu tinha ela pra me fazer companhia as vezes.
Eu conhecia Miles desde criança, sempre brincávamos juntos, e eu sempre soube que ele gostava de mim naquele sentindo. Achei que era apenas apaixonite de criança, mas quando ficamos mais velhos, ele ficava atrás de mim quase o tempo todo e ficava me olhando estranho. Eu tentava dar sinais de que não iria retribuir seus sentimentos da forma que ele queria, fico um pouco triste em saber de como ele vai ficar, mas espero que em alguma hora ele supere isso.
A hora de almoço finalmente havia chego, estava trancando a loja e indo pra casa pra comer alguma coisa até que sou abordada por quem eu menos esperava. Miles.
— Eai...
Ele carregava uma expressão um pouco desapontado, estava um pouco retraído e com as mãos no bolso, provavelmente a Trina já havia contado tudo pra ele.
— Oi Miles... A Trina te contou não é?
— Sim, ela me contou... Ela não devia ter contado do porque eu estava insistindo, eu queria que fosse surpresa, estava preparando algo legal pra você... Mas parece que agora não vai ter nada...
— Olha Miles, eu sinto muito mesmo por isso, mas---
— Se sente muito, então por que não fica comigo? Em Amy?
— Porque eu não posso te dar sentimentos falsos, entendeu?
— Achei que gostava de mim.
— E gosto, mas só como um bom amigo.
— Bom amigo? Assim que você me vê? Um bom amigo? Acho que fiz muito por você e você se mostra mal agradecida.
— Você tá ouvindo o que tá falando? Qual o problema de sermos apenas amigos?
— O problema é que gosto de você, não dar pra olhar pra você sem pensar na necessidade de como quero te tocar...
Ele se aproxima aos poucos e segura meu rosto e eu tento me afastar, mas então sou encurralada contra a porta da loja e o que eu estava imaginando aconteceu, Miles me surpreendeu com um beijo, um beijo desesperado da parte dele. Eu o empurrei e tentava acreditar no que ele tinha feito.
— Nunca mais... Nunca mais faça isso de novo. — Aponto o dedo para ele e saio andando em direção a minha casa.
Atravesso a rua quase correndo e entro em casa batendo a porta, vou até a janela e observo entre as cortinas. Miles parecia muito irritado, deu um soco no ar enquanto parecia estar resmungando e logo foi embora. Eu nunca imaginei que ele ia fazer isso, minha cabeça estava uma confusão enorme.
— ¿Estás bien hija?
A voz de minha tia se faz na sala me tirando dos meus pensamentos.
— Estou bem sim tia! E a senhora?
— Estou... Você parece preocupada.
— Que nada, só tava arrumando aqui. — Tento arrumar alguma desculpa. — Aliás o cheiro da comida está ótima, o que fez dessa vez?
— O de sempre querida...
— Entendi... Vamos comer? Tô com tanta fome.
Vou até ela e dou um beijo em sua bochecha e sigo até a cozinha. Não queria contar nada pra ela, ela sempre gostou do Miles e iria ficar falando um monte de coisa pra mim e eu queria evitar ao máximo possível tocar nesse assunto com ela.
Quando terminei de comer, notei que os remédios de minha tia estavam acabando outra vez e ela não havia me contando, teria que ir ao centro comprar mais e deixar a loja fechada! Tem como esse dia piorar mais?
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Roubo ao Dólar
ActionAmy, uma jovem moça de vinte anos que vivia com sua tia, e mesmo sem sua tia saber, Amy tirava seus lucros roubando carteiras de pessoas nas ruas de Los Angeles Um dia a sorte ficou contra ela quando acabou roubando a carteira de um grupo de mulhere...