Capítulo 12

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Os porcos foram até Yara, Lorenzo deu alguns passos para trás, Yara sentiu a boca amargar e o corpo tremer com o que estava preste a acontecer

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Os porcos foram até Yara, Lorenzo deu alguns passos para trás, Yara sentiu a boca amargar e o corpo tremer com o que estava preste a acontecer. Dois mascarados a seguravam, enquanto outros dois colocavam os grilhões em seus pulsos, no primeiro momento ela não sentiu dor alguma, mas quando esticou os braços no ar, quatro tachas saíram do ferro em volta do seu pulso e encravaram-se em sua carne, ela rangeu os dentes pela dor, como terminariam o jogo daquele jeito? Como pegariam as peças para movê-las de lugar?

— O jogo ficará muito mais divertido agora — O Rei enunciou, sem muita paciência — Continuem!

Luiza estava chorando por debaixo da máscara, das mãos pingavam finas gotas de sangue, as amigas em volta do tabuleiro estavam estagnadas no lugar sem saber o que fazer, foi Yara quem deu continuidade quando moveu seu rei.

— Xeque-mate! — A voz falhou, ela observou as gotas de sangue caindo na peça branca e no chão, a visão ficou um pouco turva, ela gemeu segurando o grito de dor que queria soltar. Luiza tinha apenas duas peças, Yara tinha quatro, uma torre na casa A6, o rei na C4 dando xeque na peça de Luiza que estava na A4, um peão que ela nem mexeu e um cavalo.

O Rei resmungou algo pelos altos falantes, as meninas ficaram atentas esperando por algo, Yuna analisou o jogo, ela nem notara quando Yara começou a encurralar o rei de Luiza com sua torre e seu rei, mas foi uma boa jogada, ela admitiu para si.

— A vitória é do peão branco — A voz do rei soou sem muito ânimo. — Tragam a deliciosa obra gastronômica que fizemos para o perdedor!

Os grilhões foram tirados delas, o machucado foi limpo com antisséptico e o pulso enfaixado com esparadrapo. As mãos de Luiza tremeram quando ela destampou a bandeja, seus olhos tremeram e ela fez ânsia por reflexo, era um coração cru, com arcos de cebola o decorando.

— Isso é desumano — Disse chorosa, Gabriela sentiu o estômago embrulhar.

— Para de fazer drama, pegamos leve com você — Rei exigiu.

Luiza remexeu o órgão com o garfo.

— Não é humano, é?

— Talvez — O Rei gargalhou. — Agora coma!

Ela lançou um olhar rápido para as amigas, Yara a incentivou comer com um aceno de cabeça. Mesmo sentindo que vomitaria a qualquer momento, Luiza começou a comer, fez ânsia e teve que cuspir os primeiros pedaços, mas depois tomou coragem e realizou sua terrível refeição, todas ali estavam dando o melhor de si para saírem daquela enrascada, se ela tinha que apenas comer uma merda daquelas, então comeria.

— Muito bem! Parabéns peão preto. — A voz do rei soou empolgada. — O próximo peão preto! Acompanhe cavalo e as outras voltem para sala.

Cavalo deu alguns passos e esperou por Yuna, a menina ajeitou a máscara no rosto e o seguiu. A adolescente se viu parada em frente ao porão, Cavalo meneou a cabeça para ela entrar, ela hesitou, sentindo as pernas tremerem, que diabos era aquele jogo? A situação havia perdido o controle, pensou.

— Por favor! — Sua voz soou chorosa. — Por que estão fazendo isso? — Uma lágrima escorreu por sua bochecha.

— Termine o jogo peão preto — A voz dele era grave, porém, era calma, soando apenas como uma instrução.

Nakamura obrigou as pernas se moverem, ela não conseguia acreditar que aquilo estava de fato acontecendo, era fascinada por filmes de terror, mas nunca pensou que estaria em um, de verdade. O estômago embrulhou, o corpo arrepiou-se, ela pensou que fosse vomitar, mas a ânsia não veio, então tomou um longo fôlego e caminhou até o envelope.

Quando saiu do porão, Cavalo não estava mais ali, uma mulher de branco emitiu um grito aterrador ao passar por ela, a garota se encolheu, assustada, suas mãos vacilaram ao abrir a carta, e se não soubesse a resposta? Teria que participar de um jogo macabro contra Gabriela? A amiga loira era a única adversária que ainda não fizera nenhum desafio.

"Quanto mais houver de mim, menos você verá. Quem sou eu?" — Leu, a garganta fechou-se, ela piscou duro evitando chorar, não tinha ideia da resposta. Caminhou em círculos ouvindo um uivo constante vindo da floresta. — Que merda é essa?! — Esbravejou amassando o papel.

Uma rajada fria cortou o ar, um silvo rompeu no pé do seu ouvido, ela caiu de bunda no chão quando avistou a figura de capuz e máscara de porco ao seu lado, a pessoa tinha um chicote, ela ficou parada a sua frente, flagelando o ar. Yuna apertou a relva húmida abaixo de suas mãos e se levantou num rompante, deu muitos passos para trás, e quando estava numa distância segura, correu em direção ao celeiro, uma flecha zuniu quando passou próximo a sua cabeça, ela desviou de várias outras, sentiu as pernas cederem quando chegou na entrada do celeiro, puxou o ar com força para dentro dos pulmões, enquanto tentava se por de pé, a visão ficou turva. Cambaleou se segurando na parede até chegar à sala, a respiração ofegante poderia ser ouvida de longe.

— Eu não sei a maldita resposta! — Choramingou quando abriu a porta, as amigas se sobressaltaram. Yuna soltou o corpo sobre a mesa, chorando baixinho. Luiza estava em choque para reagir, Gabriela e Yara trocaram um olhar assustado, Yara sentindo a dor dos cortes no pulso, uma bandagem estava começando a manchar de sangue, ela cruzou os braços para ninguém ver.

— Será que teremos um jogo emocionante dessa vez? — O Rei interpelou, a voz animada daquela vez.

— Nós sabemos jogar xadrez! — Gaby retrucou.

— E quem disse que será xadrez? — Ele riu.


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