São Paulo 08:00 AM - Alícia Gusman POV
Oh vidinha de merda essa minha. Se bem que eu não estudo, só passo o dia em casa, mas o ser que sou obrigada a chamar de pai passa o dia enchendo o meu saco. Isso é um absurdo acordar a esse horário, e sabe pra quê? Pra fazer café pro fodido tomar e ir "trabalhar" como ele diz. Pra sorte dele não me falta nada, porque se não já teria saído daqui a muito tempo. Odeio ele, odeio essa casa, odeio esse lugar.
Preferia estar com minha mãe mil vezes do que nessa bosta que chamamos de casa, mas como se pode estar com alguém morta? É, minha mãe morreu faz três meses, eu morava com ela em Portugal, mas tive que vir para cá, infelizmente. Desde então minha vida se baseia em um lixo total. Dois amigos no máximo, só comer, dormir, assistir TV e ter que aguentar os gemidos das vadias que esse imprestável vem comer aqui sob o "meu" teto. Por isso que é uma droga ter dezoito anos, não sou nem dona do meu próprio nariz, é o que fode tudo.
- ALÍCIA! DESÇA PORRA. ESTOU COM FOME. – esses foram os gritos daquele imprestável que chamo de pai. – às vezes. Isso que ele é, nem pra torrar um ovo e comer ele serve.
- EU NÃO ESTOU SURDA, CARAMBA! – gritei do meu quarto.
Estava pouco me fudendo para o seu Hugo – nome do meu pai -, meus cabelos lisos e grandes na cor castanho merecem mais atenção do que ele, vamos concordar. Terminei de penteá-los com a maior calma do mundo, e assim saí do meu quarto. Cheguei à cozinha e lá estava ele já todo vestido sentado na cadeira com um jornal nas mãos, até parece que ele tem interesse nessas coisas.
- Que demora Alícia, eu estou faminto e preciso ir para o trabalho. Não posso me atrasar. – comentou abaixando o jornal e me olhando.
Não disse nada, todos os dias é o mesmo papo. Nem sei onde ele trabalha e nem me interessa também, tendo todos os dias o tanto que eu quero em minhas mãos para estourar no shopping está bom demais. Preparei rapidamente o café e algumas panquecas, eu até que era boa com ele.
- Por que não contrata uma empregada, poderoso chefão? Não estou pronta pra ser sua empregada, beleza? – disse fazendo meu Nescau.
Ele me olhou de relance e voltou a olhar para o jornal pegando na xícara enorme de café e tomando um gole.
- Estou cheio de dívidas, não tenho meu dinheiro pra contratar ninguém. Enquanto você estiver morando sob meu teto, você que vai fazer os serviços de empregada.
Falou sem nem me olhar. Empregada? Uma ova, não saí de Portugal para trabalhar pra esse trouxa. Balancei minha cabeça negativamente e tomei todo o meu Nescau de uma vez, limpando a boca com as costas da minha mão.
- Muito engraçado. – disse irônica. – Você tem dinheiro pra comer todas as noites essas vadias caras e não tem pra por uma empregada? Coloca uma dessas vagabundas pra limpar a porcaria que elas deixam nessa casa. – debochei.
Ele me olhou com raiva. Eu sabia que ele morria de raiva quando falava debochando dele, e eu gostava de vê-lo com raiva. Algo divertido no dia, pelo menos.
- Do meu dinheiro cuido eu. Eu como quem eu quero, e você vai fazer o que eu quiser. Cale a merda dessa boca, antes que fique sem os dentes. – disse rude.
Levantou-se da cadeira a arrastando no chão, causando um barulho enorme, amassou o jornal e jogou em cima da mesa. Filho da puta!
- Vou chegar mais tarde hoje, tenho muitas coisas para fazer. – pegou a chave do seu carro na mesa da sala.
Saiu e bateu com força. Eu sei que tenho razão quando falo que minha vida é uma merda completa. Queria tomar um chá de sumiço para me livrar desse encosto, mas que pena que não tem como. Aposto que meu querido pai não faz merda nenhuma nesse trabalho dele, enquanto eu vou ter que arrumar a bagunça dessa casa. Droga.
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Dangerous Life - Paulicia
FanfictionEla é Alícia Gusman. Atraente, olhos castanhos. Dona de um corpo escultural e onde passa rouba olhares. É um doce de mulher, mas também pode ser fria e calculista. Ele é Paulo Guerra. Bonito, sorriso encantador, rude, frio, grosso, corpo desenhado p...