Prólogo II

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Vilarejo Humano A Beira da Muralha

Havia honra entre ladrões ou algo parecido.
Era um trabalho simples: entrar em uma cabana velha,
Vilarejo Humano A Beira da Muralha
O plano era simples:
Acrobata entraria pela claraboia e arromba o cofre
A falsificadora copiaria as obras originais usando carvão superficial
e por fim a chefia entrava pelos fundos e instalava as armadilhas e o trio de ladrões iniciantes voltaria para a citadela com dinheiro nos bolsos

Aquilo era um teste para o trio e sabiam disso, uma oportunidade de se estabelecerem como uma equipe para que assim conseguissem melhores trabalhos para pagarem suas dívidas
O assobio do vento frio do inverno era perturbador para os ouvidos longos e sensíveis da jovem feérica, ao mesmo tempo que era bom não ter que esconder sua natureza era desconfortável se expor de tal maneira, enquanto recolhia os longos dedos pra dentro dos bolsos do casaco recolheu a atenção de volta para seu amigo que dizia:

–Dessa vez a pólvora vai funcionar, assim que eu puxar o pino vocês terão 3 minutos para escape 

Jon sempre teve uma mente tão afiada como qualquer lâmina, sabia que infelizmente o mundo não estava construído para ele um garoto cujo a perna esquerda possuía os ossos e articulações enrijecidas como uma sequela de uma Alacabra não propriamente tratada, então se as portas não se abririam para ele as quebraria com a sua mente.
O Pequeno Mestre das armadilhas era assim que o chamavam nas ruas da Cidadela, roubando pequenas fortunas e deixando seus perseguidores presos em redes ou cegos pela fumaça de explosões.

O relógio de bolso de Anya estalava e isso indicara  que o plano entraria em ação:
Entrar e sair sem ser visto era a especialidade de qualquer metamorfo que se preze, não que conhecesse muitos, na verdade ela era a única no mundo conhecida fora da muralha. A origem da sua magia nunca a interessou e sim o que podia alcançar com ela.
Nos anos que se seguiram a fuga do circo foi capaz de construir um nome para si mesma, a maior ladra de Phrythian à chamavam, mas que só tinha trocado uma jaula por outra, roubando os ricos para dar os pobres enquanto um empregador babaca se alimentava da miséria de muitos em troca da sua mão de obra.
Mas aquela não era hora de sentimentalismos baratos, todos ali tinham ensaiado, estudado e se preparado de acordo com o plano bolado por Jon,o cérebro por trás de toda operação nos últimos nove anos
—Eden entra  pelo teto usando as cordas e abre caminho para mim e Anya
—Depois disso eu e ela entramos e substituímos as obras originais por falsas
Disse ele apontando para irmã gêmea e para a loira
—Enquanto você coloca as verdadeiras no baú,junto com as joias e o que podemos revender.
—Então por fim eu instalo a armadilha
O trio se entreolhou e enquanto o mais velho colocou a mão no centro e disse
— Pegue o que quiser
A ruiva colocou a mão por cima do gêmeo e disse
— Pegue o que puder
Por fim a loira colocou a mão por cima da dela completando o mantra
— Peça perdão, nunca permissão
Essa era tradição entre eles, uma frase que representava cada uma de suas jornadas.
E assim seguiram para o que seria o maior roubo de suas carreiras

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Palácio da corte noturna
— A resposta é não 

Disse sua mãe a Grã Senhora fumegando enquanto andava de uma lado para outro com as mãos na cintura enquanto chutava o vestido ao andar

— Eu não acredito que depois da última vez no acampamento você ainda acha que vai sair pra uma patrulha

— ESPECIALMENTE sozinho

— Se ao menos fosse menos teimoso e aceitasse a ajuda de algum de seus tios eu pensaria no seu caso.

— Você só tem 14 anos precisa treinar mais

O jovem respirou fundo e disse em um momento movida somente pela arrogância

— Olha quem fala caçava com a idade que tenho agora

Corte de Serpentes e Anoiteceres Onde histórias criam vida. Descubra agora