Capítulo 56. O cerco. (Parte 3). A reveladora morte de Cooper.

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Na noite passada, Harry sabia que se transformaria pela segunda, então, após sair às escondidas da casa de seus avós, estava a dirigir para longe da residência deles. Rumava ao sítio de seu pai. Mergulhado no ódio que lhe consumia em saber que sua mãe está entre a vida e a morte por causa por causa de suas psicopatias, ele conduz com certa distração.

O monstro que se revelou na primeira noite de sua transmutação, deixou uma pequena demonstração pelos animais que amanhecerem mortos no sítio dos Smiths, mas aquilo não bastava. Desta vez Harry vai deixar sua mente focada em outra ação antes de ser dominado pela fera.

Seus olhos lacrimejavam enquanto sentia suas mãos apertarem fortemente o volante ao guiar seu carro. Certo momento ele se apercebeu de um farol pelo seu retrovisor: um carro está o acompanhando não de muito longe. Apertou seus olhos numa forçada tentativa de identificar se era um veículo da polícia, até que conseguiu ver que era algum carro comum. Viu que já passava mais de meia hora do toque de recolher dado pelas autoridades do estado.
Harry decidiu diminuir a velocidade na ânsia que o carro lhe ultrapasse. Para sua surpresa o carro também diminuiu mantendo-se a persegui-lo.
O rapaz ficou sem saber o que fazer, seu tempo era pouco, pois já está sentindo sensações estranhas lhe inquietar o interior: a transformação não tardaria.

Viu um caminho mais a frente dentre o arvoredo que acompanha a estrada. Virou sem anunciar a mudança de itinerário e manteve-se a dirigir lentamente pelo caminho de terra que tem a largura de um caminhão. Foi então que, pelo retrovisor, Harry viu o carro passar direto pela brecha que corta a floresta. Não há mais tempo, seu estomago começa a lhe trazer ânsia de vômito. Ele parou o carro, saiu às pressas e começou a se despir rapidamente.

Logo após a entrada por onde Harry fugiu, o carro que o seguia estava parado com seu motor desligado. Caminhando cautelosamente em direção ao refugio de seu seguido, estava Charles Cooper cumprindo as ordens de Jonathan de seguir seu filho dia e noite. "Ele não tem pra onde ir..." Pensou ele. "Aquela caminho não tem saída para lugar algum, ou seja, ele vai ter que voltar." Pensou o matador de aluguel.

Cooper andava seguindo na lateral a beirar-se da floresta e ao mesmo tempo da estrada de terra; após alguns minutos de passadas cautelosas evitando o máximo o barulho, ele avistou o veículo há uns trinta metros a sua frente. Desligou a tela do telefone, tendo a luz como guia até desde então. Meteu-se de guarita à espera de algum movimento.

A calada da noite só não é eminente por alguns insetos e outros animais a gargantearem "suas falas" floresta adentro. Apensar do homem ter um passado sombrio em ilícitos de todos os tipos, estar naquele lugar no meio do nada, iluminado pela luz da lua cheia, não lhe é confortável.
Para piorar a situação, Cooper sente estar sendo observado e o observador está dentro da floresta, esta que cobre todo o seu lado esquerdo.

O homem ouviu um barulho de galhos secos quebrando por algo pesado estar passando por cima deles.

- Harry! - Bradou ele. - Eu sei que você está aí.

Neste momento, ele ouviu algo que lhe arrepiou dos pés a cabeça: Uma respiração que se misturava entre nariz e boca soltando uma rouquidão assustadora à medida que o ar entrava e saia dos pulmões de alguma criatura escondida no sombrio da mata a sua frente.

Voltou a pegou o celular e ligou a lanterna do aparelho o direcionando para dentro do arvoredo. Foi então que ele viu ao de onde vem aquela respiração medonha.
A pouco menos de vinte metros dele, uma criatura gigante está de quatro, armada para dar um bote certeiro em sua direção. Cooper sentiu sua respiração se descontrolar junto a sua calma já abalada. Sua mão treme enquanto segura o aparelho inimigo da escuridão e, enquanto seus olhos se cruzam pelos segundos que se passam, lentamente, Cooper levou sua mão até sua cintura e retirou uma pistola escondida apontando-a para o lobisomem. Sem alguma delonga, o homem deu um tiro errante pelo pânico que consome seus movimentos por completo. A criatura se meteu a correr em sua direção. Muitos tiros foram lançados até que desgovernado, Cooper se mete numa debandada descontrolada pela estrada de terra em direção à principal, pouco mais de cem metros a sua frente. Seus ouvidos escutam que a besta o segue por dentro da floresta, à sua direita a se esquivar das arvores numa caçada mortífera.

Ciclo do Lobisomem. 《Concluído》Onde histórias criam vida. Descubra agora