Depois de uma longa conversa com meus pais onde deixem bem claro que não queria e não iria conviver com eles, segui caminho para a casa de Igor e ficaria por lá alguns meses. Sentia a brisa fresca bater em meu rosto e bagunçando alguns fios do meu cabelo, o cheiro da natureza e sensação de ser livre me deixava ansiosa por demais.
— Chegamos Dulce. — ele disse e senti o mesmo tirando meu cinto de segurança.
— Poderia descrever tudo que você está vendo para mim? — pedi.
Igor pegou em minha mão.
— Bom, na frente da minha casa tem um belo gramado em um único lado com uma árvore, o outro lado é o piso de concreto e tem dois andares. Tem uma garagem na frente também princesa!
Tentei imaginar e suspirei, acho que nunca iria me acostumar com essa nova vida, ele saiu do carro e abriu a porta para mim, desci do carro apoiando-me em seus braços.
— Eu vou te ensinar a se situar aqui em casa, não é muito grande e assim vai ficar mais fácil.
— Você deu seu endereço para alguém da minha família? — perguntei e ouvi o seu silêncio, era suficiente para saber que sim. — tudo bem, eu já sei a sua resposta Igor.
Duas semanas se passaram voando, nesse meio tempo aprendi a andar pelo quarto que eu dormia com ele e saber onde cada móvel estava. Ir ao banheiro sozinha, ir ao closet e até mesmo reconhecer seu cheiro. Era fundamental para saber quem estava por perto e o dele era inconfundível, há duas semanas que eu estava me sentindo bastante enjoada e não aguentava segurar nada em meu estômago.
— Dulce você precisa se alimentar meu amor. — Igor disse pela terceira vez, me sentei na cama bastante abatida. — pelo menos uma sopa.
— Eu não consigo Igor, nem água eu estou tomando direito!
Durante as duas semanas Dulce se adaptou bem melhor do que eu esperava na minha casa, já sabia andar pelo quarto e em alguns cômodos da casa mas por precaução sempre estava por perto. Ultimamente estávamos bem próximos um do outro, ela tinha me falado dos seus sentimentos por mim e fiquei feliz em saber que também era recíproco da sua parte tentar embarcar em uma nova relação. Mas o que me deixou intrigado foram os últimos dias, Dulce estava enjoando bastante e quase não se alimentava direito, estava em dúvidas em uma possível gravidez.
— Dulce você precisa se alimentar meu amor, pelo menos uma sopa.
— Eu não consigo Igor, nem água eu estou tomando direito!
Suspirei pensativo, só podia ser isso.
— Porque suspirou dessa forma? Parece preocupado. — ela disse.
— E na verdade eu estou preocupado, duas semanas com você enjoando e mal come direito! Você só pode estar grávida Dulce.
— O-o que? — vi o medo em seu olhar tão vago.
— Dulce pensa comigo princesa, duas semanas atrás você estava nas mãos daquele enxofre e agora está sentindo enjôos e...
— NÃO. — ela gritou alterada. — EU NÃO ESTOU GRÁVIDA!
— Se acalme shh... — sentei ao seu lado e a abracei de lado, ela começou a chorar copiosamente. — mesmo se você estiver eu nunca vou te abandonar, vou criá-lo como meu filho e terá meu sobrenome princesa!
Na mesma tarde deixei Dulce com Antônia, minha pessoa de confiança e fui atrás de comprar um teste de gravidez, caso ela estivesse teria que falar com seus pais e com seu ex-namorado, afinal ela também esteve no mesmo dia com ele antes de ter sido sequestrada.
— Me dê um teste de gravidez por favor!
Pedi a balconista.
— Temos o digital e o comum mesmo. — ela falou gentil.
— Os dois, por favor.
Paguei o valor que tinha dado e sai da farmácia apressado, estava aflito por saber que ela provavelmente estaria grávida. Não que isso impeça algo, muito pelo contrário, eu iria dar todo o meu apoio e se possível até meu sobrenome para essa criança. Mas em seu estado uma gravidez seria um baque imenso, perdido em pensamentos segui para minha casa. O caminho parecia uma eternidade por quão devagar ele passou, parado em frente minha casa ainda sem coragem para sair e ver que minhas dúvidas no fim estariam certas.
Suspirei bruscamente e peguei o telefone ligando para a sua mãe, por mais que isso parecesse errado nesse momento era a única pessoa que talvez pudesse ajudá-la de alguma forma.
— Alô, com quem eu falo?
— Bom dia dona Blanca, sou eu, Igor.
Percebi seu suspiro do outro lado, prossegui:
— Sei que nós dois não tem uma boa relação, mas preciso que você venha ver a Dulce!
— O que aconteceu com a minha filha? Ela está bem?
— Está bem sim, só estou achando que ela possa estar grávida do ex ou do William.
— Não é possível isso, me passe seu endereço que eu irei com o Christopher na sua casa, se não for incomodar a presença dele!
— Incomoda sim, e muito! Porém nessa situação é bem útil, dependendo da resposta do resultado se ela pedir para colocar meu sobrenome eu não penso duas vezes dona Blanca!
— Mas você não é o pai.
— Isso não é em assunto no momento, só peço que venha! Aguardo.
Encerrei a ligação pensativo e acabei saindo do carro com a sacola em mãos, entrei em casa e peguei um copo de água para poder fazer o teste.
— Seja o que Deus quiser!
Deixe seu voto e comentário!🥀
Até o próximo capítulo!🥀
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Sombras do Passado - Livro 2 (PAUSADO)
Fanfiction🚫Continuação do primeiro livro, caso não tenha lido, ele se encontra na plataforma para assim ter o total entendimento e dar início ao segundo livro🚫 "Às vezes, preciso me lembrar da minha força. Preciso porque em alguns momentos ela parece despar...