Santiago Castillo
Enquanto dobro a roupa de cama no quarto de Christian, ouço a gargalhada do meu ex-sogro dentro do quarto.
— Tá rindo? A culpa não foi minha, você é quem disse que eu deveria ficar de olho no cara. Você é tão culpado e cumplicie quanto eu.
A gargalhada rouca continua.
— Isso não significa, que deve investigar a vida o rapaz, Santiago! — ele volta a rir e se escora na porta do quarto. — Convenhamos, você só paga mico!
— Esse é preço por tentar reconquistar a sua filha — Arregalo os olhos quando percebo que falei demais.
— Então é isso? Você está tentando reconquistá-la?
— Não. Não foi isso que quis dizer, eu só estou tentando cuidar deles — refaço a frase, mas a afirmação já está no ar.
— Eu admiro essa sua insistência, sabia? — ele se a próxima. A mão do meu ex-sogro descansa sobre meu ombro. — Se eu tivesse sido mais assim no passado, não teria deixado Manoela ir embora da minha vida.
— Giovanna já foi? — pergunto esticando o pescoço para o corredor. Sei que César não diz o nome dessa mulher na presença de Giovanna.
— Ainda não, está terminado de aprontar o menino para ir para a escola.
— Me conta sobre isso? — termino de forrar a cama e olho seus olhos cansados pela idade.
— Manoela é a mãe da Giovanna, ela sempre foi linda, meu primeiro amor, mas é uma pena que eu tenha sido tão covarde... — ele desiste de contar. — O que passou, passou não é mesmo?
Há um suspense no ar, nunca vi César tão apreensivo e preocupado quanto está agora, e mesmo depois de ter rido sobre a história da briga, ele voltou a aderir o mesmo semblante preocupado de quando chegou.
— Fala a verdade. Está rolando algo?
Ele suspira e se senta na cama.
— Vinte e quatro anos, foi o tempo em que ela levou para entrar em contato depois de ter partido.
— Então? Ela entrou em contato? — Sinto algo dentro de mim, angústia, medo talvez. Medo dessa informação desestabilizar Giovanna nos estudos e na nova decisão de viver para um propósito novo.
— Sim. Ela me mandou uma correspondência, disse que está vivendo na Bahia, salvador. Não sei como foi parar lá, mas na carta ela diz que está não está nada bem.
— E o que vai fazer? — pergunto.
— Vou viajar, quero reencontrá-la. Não diga nada para Giovanna. Quero que cuide de tudo por aqui, sem cair no soco com Bruno, me entendeu?
— E quando vai? — pergunto.
— Amanhã.
— Vanessa já sabe? — pergunto.
— Não. Ela... Não tive coragem. É um assunto muito delicado. Preciso resolver as coisas que estão mal resolvidas a vinte e quatro anos. Preciso do seu apoio.
— Fica tranquilo, eu vou cuidar de tudo por aqui, em sua ausência — digo e trocamos um olhar cúmplice.
Demorou mais consegui, meu ex-sogro confia em mim.
— Santiago , o Christian já está pronto — Giovanna entra no quarto, com a bolsa no ombro e suas mãos enfiadas nos bolsos de trás da calça. — Será que você pode ficar com ele até mais tarde hoje?
— Claro — respondo.
Ela olha para o pai e mesmo que ele não peça satisfações, ela diz onde vai.
— Eu vou jantar fora — ele desvia o olhar para os brinquedos nas prateleiras. — Com Bruno.
— Hum. Ele vai fazer fofoquinhas, para você? — provoco.
— Não sei, mas ele me disse que é uma coisa muito séria — ela me acusa com o olhar, se despede do pai com um beijo e nos dá as costas.
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Depois que tudo deu errado
Roman d'amourNo passado Giovanna Martins viveu um romance intenso com Santiago Castillo, o pai de seu filho Christian de apenas quatro anos. Juntos eles enfrentaram muitas circunstâncias que nem sempre foram a favor desse amor deixando muitas marcas e mágoas ent...