Capítulo 37

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Giovanna Martins

Ao meu lado está Bruno e sua mãe, uma senhora que comporta um vestido longo florido, muitas joias no pescoço e braços e uma maquiagem impecável. Ela é um misto de mãe da década de sessenta, com os cuidados com o corpo das mães da década de dois mil, e a elegância de uma mulher rica de todas as gerações que se possa imaginar. Sua aparência destoa muito de Bruno, ela tem olhos castanhos escuros, diferentes do filho que tem olhos azuis - certamente puxou do pai -, e seus cabelos são loiros cortados até a altura dos ombros.

Susana também está presente, Bruno era filho único até descobrir que tinha uma irmã que sequer recebeu o sobrenome da família, e como ele tem um bom coração, se aproximou dela criando uma irmandade de se invejar. Percebi a forma como eles se tratam, unidos, sempre preocupados um com o outro, embora eu tenha percebido que dona Ieda, não revela as melhores feições para a moça.

Minha mãe está sorrindo conversando Vanessa, elas fizeram amizade muito rápido, e eu fico muito grata por saber que todos estão deixando as indiferenças de lado para que tudo dê certo nessa noite.

Sorrio para o fotógrafo, e me retiro da mesa acompanhada de Bruno que parece tão feliz e realizado quanto eu. Se bem que depois de ter aquela conversa dramática com Santiago a poucos minutos, minha cabeça ficou cheia de nós, já não consigo mais enxergar nada com clareza, o medo de estar tomando uma decisão errada está me esmagando, mas eu faço o possível para sorrir e mostrar para todos que eu sou a noiva mais feliz do mundo.

Odeio quando tenho que admitir que Santiago tem razão, essa ideia do casamento parece precipitada, sei que foi precipitado, mas eu estou disposta a arriscar, e agora que todos sabem sobre nós, não posso simplesmente dizer que está tudo acabado porque não tenho certeza, não posso desfazer tudo o que estamos construindo, não posso.

— Não vejo a hora de ir escolher com minha filha seu vestido de noiva — minha mãe diz para Vanessa.

— Ah! Mas vocês não vão me deixar fora disso, vão? — Vanessa finge ficar brava.

— Claro que não — eu digo sorrindo.

— Eu também quero participar, conheço um estilista maravilhoso — Dona Ieda, entra na conversa e logo forma-se um grupo de mulheres planejando a minha festa de casamento. Me sinto tão paparicada e feliz.

Bruno se afasta para conversar com meu pai, enquanto bebe seu champanhe, ele fica lindo de terno preto e com seu cabelo engomado para trás; seus olhos parecem mais transparentes do que de costume, ele me olha e sorri como se estivesse me admirando enquanto leva a taça de champanhe à boca. Sorrio de volta e quando olho para a porta dos fundos, observo Santiago encostando com os ombros no batente da porta, com os braços cruzados e o semblante inexpressivo, ele olha nosso filho brincar com sua nova beyblade que ganhou da mãe de Bruno.

Seus olhos estão no filho, mas ele parece distante, e é nesse momento que percebo Susana se aproximar dele e tocar em seu ombro e o entregar uma taça de champanhe, eles conversam e de alguma forma aquela aproximação me irrita ... Disfarço o olhar, mas sinto que algo dentro de mim vai explodir. Então decido tomar uma atitude.

Depois que tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora