Capítulo 66

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Giovanna Martins

Entro no meu quarto chorando, lamentando por tudo, eu sabia que aquele dia chegaria, eu só não sabia que seria tão triste e doloroso. A sensação que deu era que eu não sentia o mínimo de consideração por Bruno, mas sim eu sentia muito por ele ter perdido a vida tão cedo, mas eu não tinha culpa e não poderia continuar presa a um fantasma quando a minha felicidade estava ao lado do Santiago .

Me deito na cama e me encolho sentindo o mais terrível pesar queimar dentro do meu peito, quando a porta se abre e eu vejo a barba grisalha do meu pai, logo em seguida minha mãe entra atrás do meu pai e fecha a porta, ambos se sentam na beirada da cama completamente reflexivo, talvez sem saber por onde começar a conversa.

— Se vieram me censurar por ter dito a verdade, podem ir embora.

Minha mãe paga a minha mão.

— Filha, nós nunca ficaríamos contra você.

— Querida... eu não sabia que você pensava aquilo ao meu respeito.

Me sento na cama e encaro meu pai.

— O senhor nunca está feliz com nada que eu tenha feito até o dia de hoje, implicou com Santiago , implicou com Bruno e eu sinceramente não sei mais o que fazer para te agradar — desabafo.

— E quem disse que você precisa me agradar, Giovanna ? Eu sou seu pai, sempre quis o melhor para você, olha — ele aponta para a minha mãe — fui longe atrás da sua mãe porque eu sabia que você precisava dela. Eu faria tudo que estivesse ao meu alcance para vê-la sorrir, minha menina! — Ele alisa meu rosto com carinho e limpa uma lágrima.

— É filha, mesmo eu estando presente na sua vida por pouco tempo, percebo a forma como seu pai te ama. Não precisa viver uma vida oposta ao que te faz feliz para agradar os outros. Todos Sabemos que você ama o Santiago, e nós só queremos ver a sua felicidade.

Olho para a minha mãe.

— E vocês não se importam que eu volte para ele?

— Não! Não importamos, não é mesmo César?

Meu pai me dá um beijo no meio da testa.

— É claro que não filha, se é ele quem te faz feliz, siga em frente.

Meus pais me abraçam de uma forma carinhosa, me fazendo sentir melhor. Eu sabia que esclarecer as coisas poderiam ser difíceis, mas eu sabia que seria o melhor para todos.

***

Santiago Castillo

Estou com a cabeça baixa olhando para o cadarço do meu tênis, com os cotovelos descansados em cima dos joelhos e os dedos entrelaçados, quando ouço som de passos sendo dado em minha direção, levanto o olhar vejo Giovanna sendo acompanhada pelos pais. Nos seus olhos há indícios de que ela chorou bastante, mas eu torcia para que tudo tivesse se esclarecido.

Eles se aproximam de mim. César fica dois ou três passos atrás de Giovanna enquanto Manoela apoia sua mão nas costas da filha.

Me colo de pé e observo Giovanna segurando a barriga tentando abrir um sorriso.

— Santiago — ela fala meu nome quase como um sussurro choroso.

— Oi, meu amor...

— Eu vou fazer as malas - ela fala firme, limpando as lágrimas -, nós vamos para a Espanha, juntos.

Sorrio longamente, me aproximo e seguro suas mãos e a beijo na testa.

— Certo. Prometo que você não vai se decepcionar.

No mesmo instante, Christian entra na cozinha de mãos dadas com Vanessa e pula no meu colo, envolvendo seus bracinhos ao redor do meu pescoço, enquanto puxa a mãe para perto, fechando um abraço em família. E, finalmente, depois de muitos anos eu sinto que estou indo pelo caminho certo. 

Depois que tudo deu erradoOnde histórias criam vida. Descubra agora