As 3 Cidades

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Me coloco de pé novamente, olho na direção da cabeça. Aparentemente esses cadáveres derretem, agora tem uma poça de uma gosma preta que cerca outra página do diário. Jorge vai na direção dela enquanto eu, lentamente, abro o alçapão. Se me lembro bem, isso aqui deve ser debaixo da sala do chefe.

Dito e feito, termino de abrir e saio embaixo da mesa da sala. pego o papel que, na correria soltei no chão e volto para onde os garotos estavam.

- Certo, vamos ler isso aqui enquanto a gente se recupera. - faço sinal pro Jorge esperar e começo a ler

- Puta merda, matamos o pai da Diana. - Ricardo diz

- Aquela porra deixou de ser o pai dela há muito tempo. - responde Jorge.

- Você também tem uma página né? - digo pedindo para Jorge ler a folha em sua mão.

- Sabemos o próximo passo, vamos atrás da Diana? - Digo absorvendo as informações.

- Você lembra o caminho? - Jorge pergunta.

- claro. - respondo virando para olhar Ricardo que havia ligado um computador no canto da sala, resolvo me aproximar e o garoto começa a ler um texto que deve ter achado nos arquivos.

- Tem mais sobre essa cidade do que eu esperava. - Jorge comenta de longe.

- Exatamente... Vamos atrás da Diana por enquanto, pra contar essas coisas. - Falo, caminhando até a passagem na parede.

- Melhor mesmo, pelo visto tão até vindo até nós. - Ricardo fala meio aflito.

- Será mesmo? essa parte da cidade foi abandonada há uns seis anos, como a Diana disse, me surpreenderia se tivesse alguém pra vir aqui. - Falo enquanto abro a porta do escritório.

- Melhor sair de qualquer forma, pra garantir, e quanto menos tempo aqui melhor. Além do mais, já vimos tudo o que tinha pra ver aqui. - Jorge fala

...

Não caminhamos muito até encontrar a dupla. Diana tinha alguns curativos pelo rosto e uma tala no braço. Ricardo começa a contar tudo mas se atrapalha muito graças ao nervosismo, então, Jorge começa a contar tudo no lugar dele e Diana e Felipe começam a entender algo.

o nervosismo na garota era nítido, ela alternava entre balançar as pernas repetidamente e roer as unhas, a ansiedade nela era tanta que emanava até em mim, pelo menos ela parecia não sentir muita dor.

- Então, pra resumir, é pra ela estar no esgoto? - Felipe pergunta.

- Isso mesmo. A gente vai lá agora? - Jorge diz.

- Vamos. Só temos que passar num lugar antes... - Diana responde.

Enquanto caminhamos até o centro, penso sobre Diana: Ela parece hipnotizada, como se aquela garota fosse a única pessoa no mundo e nada mais importasse, nem nossas próprias vidas, mas, se está todo mundo junto acho que vai acabar tudo bem no final. Espero não estar errado.

Quando finalmente chegamos, me deparo com uma loja de caça.

- Lembram que eu disse que a gente se junta com uma galera pra matar uns monstros? Aqui é nosso arsenal... Disfarçado de loja de caça... - Felipe diz.

Ricardo abre a porta desconfiado, todos entram atrás dele e vemos uma garota um pouco mais alta do que o comum, mas menor que a Diana.

- Boa tarde, entrem! Como posso ajudar? - ela diz ao nos ver entrando e muda a pose ao ver a Diana entrando - Diana? O que aconteceu? - ela fica toda preocupada

- Um daqueles bixos de cera, de quatro patas atacou a gente... Temos pistas da minha irmã e... Bom, precisamos de equipamentos. - a garota explica ansiosa mas esperançosa.

- Você fica bonitinha com esses curativos... Bom, podem pegar o que quiserem! - as garotas trocam olhares enquanto nos espalhamos pela loja.

Ricardo e Jorge pegam uma espingarda, se enchem de balas e pegam facas também. Eu pego um rifle já que é a arma que eu aprendi a usar e pego uma pistola também.

- Gata, o que você tem ai pra uma caça mais perigosa? Uns animais mais selvagens... - Diana fala com um sorriso que eu não entendi direito.

- Acho que sei do que você tá falando, me dá um minuto. - a garota retribui o sorriso e vai pros fundos da loja.

- Dou o que você quiser... - elas namoram? Felipe sorri meio envergonhado pela situação, pelo menos a Diana esqueceu de toda essa história, nem que por um momento.

Ouço algo caindo lá atrás, uns segundos depois a garota aparece com uma caixa. Ela retira a tampa revelando o conteúdo.

- POR QUE CARALHOS UMA LOJA DE CAÇA TEM GRANADAS? - Ricardo grita assustado junto de um "MEU DEUS?" que Jorge solta.

- Fala baixo! Vou repetir, loja de caça é o disfarce pro nosso arsenal. Pouquíssima gente caça aqui, mas ninguém questiona ter uma loja de caças, agora um arsenal ia ser difícil de passar despercebido... - Felipe explica novamente.

- Podem pegar o que quiser, como é pelo bem da cidade, e por essa linda aqui - ela aponta pra Diana e dá uma piscada - fica por conta da casa.

Depois que todos pegam o que precisavam a gente sai em direção ao esgoto, ele fica logo atrás da fábrica.

Entramos no único tubo visível, seguimos reto até uma bifurcação, na parede do outro lado uma pixação:

Os símbolos de baixo pareciam embaçados, como se tivessem uma névoa que teimasse em ficar por ali.

- Quem colocou isso aí? - Felipe indaga mas ninguém tem uma resposta.

- Bom, pra que lado vamos? Esquerda ou direita? - Jorge pergunta.

- Eu e o Felipe de vez em quando inventávamos de brincar aqui, se bem me lembro pra direita tem uma grade, então vamos pra esquerda.

Seguimos o túnel até ele fazer outra curva e se espandir, eles ia alguns metros nessa direção e curvava de novo. Lá no fundo, atrás da sinuosidade, havia uma luz.

Seguimos até o centro da sala quando ouvimos passos. Diana, que estava na frente, faz sinal para pararmos com o braço bom. Os passos vão se aproximamos até que uma voz fala manhosa:

- Diana?

- I-irmãzinha?

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⏰ Última atualização: Dec 11, 2022 ⏰

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