Me ame amanhã - Nosh

Segundas Chances

— Josh?

— Hm?

— Você tá bem? — Savannah questiona.

— Uhum. Por que?

— Quase atropelei um cachorro e você nem se mexeu.

Eu respiro fundo e me ajeito no banco do carro.

— Eu só tô cansado. A semana foi longa, não vejo a hora do dia acabar.

— Vai me contar como foi com o Scott ou não?

— Já disse, foi ruim. Paramos na minha casa, ele me beijou, se ofereceu pra pagar um boquete e bem, eu fugi.

Savannah ri.

— Sinto muito, amigo.

— Relaxa, nem sei onde tava com a cabeça quando dei em cima dele, devia ter fingido desmaio quando você o chamou.

— Você tava pensando com a cabeça de baixo. O que vai fazer hoje? — ela pergunta, parando no sinal vermelho.

— Continuar o trabalho de geometria, e talvez assistir alguma coisa, não sei.

— Não quer sair? Podemos ir em algum lugar.

— Obrigado Sav, mas não tô muito no clima.

— Se mudar de ideia me avisa. Agora deixa eu te perguntar, já chupou uma piroca?

Eu arregalo os olhos e encaro a garota.

— Que?!

— Você já chupou um pau? Eu nunca te perguntei.

— Primeiro, por que a pergunta?

Savannah revira os olhos.

— Talvez vou na casa do Joe esse fim de semana, não quero parecer muito fácil, então não vou transar com ele, no máximo um boquete. Só que nunca fiz, você já?

— Já.

— É difícil?

— É meio instintivo, depois que tá na boca você sabe o que fazer.

— Tô assustada, espero que caiba na minha boca.

Não tem como não rir.

— Pelo menos, se você chegar rouca na segunda, já vou saber o motivo.

[...]

Já fazem meia hora que a aula começou, quando a porta é aberta, e o diretor entra por ali.

— Com licença, Mr Saltmon, peguei este aluno matando aula por aí. — o diretor fala, um tanto quanto irritado.

E então Noah entra por ali. Usa moletom e toca, parece estar tentando passar despercebido, algo que definitivamente não deu certo.

E só quando ele se aproxima para sentar ao meu lado, que eu noto o seu olho direito completamente roxo.

— Obrigado diretor. — o professor agradece.

— Urrea, não me faça ter que lhe advertir novamente. — o diretor diz, antes de sair dali.

A sala toda fica em silêncio. E não acho uma boa ideia quebra-lo.

"O que houve com seu olho?" — Escrevo em meu caderno.

Empurro para que ele leia. Ele lê, porém, ignora. Volta a olhar para a frente.