Capítulo 7

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CAPÍTULO 7

Carolina

Eu iria matar Julia!

Esse era o pensamento que passava pela minha mente enquanto encarava Tiago com olhos questionadores. Que minha irmã tinha dificuldades em filtrar suas palavras eu já sabia, mas hoje ela se superou.

Volto minha atenção para ela que me olha com um sorriso diabólico nos lábios e ali eu chego à conclusão de que cada palavra que ela disse foi de forma proposital. Eu só precisava saber o porquê daquilo?

— Não sabia que você era tão fofoqueira. — Digo apontando o dedo para ela.

— Fofoqueira por quê? Não estou falando de você por trás. Apenas trouxe uma informação que achei necessário o Tiago saber já que estão se pegando. Já deixo aqui claro que sou team Tiago. — Diz sorrindo e olha para o Tiago que retribui o sorriso.

— Você não tem direito de falar sobre a minha vida com ninguém. — Digo irritada e pela primeira vez ela me olha séria.

— Carolina, não sei por que você está tão irritada com o que acabei de falar. Foi apenas uma brincadeira. Relaxa!

— Relaxar? Como vou relaxar se desde cedo você está falando e tomando decisões sem me consultar. — Rebato

— Do que você está falando? Que decisão que eu tomei sem falar com você? — Pergunta, confusa.

— Ter falado para o Tiago ir conosco ao bar. — Solto efusiva, mas logo me arrependo.

Julia arregala os olhos e balança a cabeça em negativo para mim. Eu era uma estúpida! Sem muita coragem, olho para o Tiago que me encara sério.

— Você poderia ter me dito de quem se tratava o aniversário e da sua clara intenção de retornar um relacionamento de anos atrás, pois nos pouparia desse momento constrangedor e que eu fizesse um papel de idiota esse tempo todo.

Ele fala magoado e na mesma a culpa me atinge.

— Tiago não é bem assim. Eu só me expressei mal. — Digo tentando amenizar a merda que disse.

— Eu acho que você se expressou muito bem. Não precisa se sentir culpada pelas verdades que você disse. O bom é que tenho agora a resposta que eu precisava.

Ele diz e fico sem saber o que fazer. Seu olhar que minutos atrás me olhavam com desejo, agora estavam duros e isso é suficiente para me sentir uma merda. Olha para a Júlia em busca de alguma ajuda, mas ela apenas balança a cabeça.

— Eu vou deixar vocês no bar. — Diz resignado.

— Não precisa, Ti. — Eu chamo um Uber para nos levar. — Júlia finalmente fala.

— Vocês que sabem. Se precisarem de algo é só me ligar.

Suas palavras e olhar são direcionados a Júlia e isso me causa um desconforto ao perceber que ele não queria olhar para mim.

Julia pega o celular da bolsa para chamar o Uber e o Tiago se afasta de nós, sentando-se no sofá e ligando a televisão.

— Carol, vamos descer que nosso Uber já está chegando. Ti, nós já estamos indo. — Julia fala e Tiago se levanta vindo em nossa direção e abrindo a porta.

— Se cuidem. — Ele pede, mas continuar sem olhar para mim.

Julia o abraça e pede desculpa pela confusão, e ele apenas concorda com a cabeça. Quando paro na frente dele tento falar algo, mas ele interrompe e me deseja apenas uma noite boa noite. Eu me sentia miserável.

Entro no elevador atrás de Júlia e assim que as portas se fecham me apoio na parede. A culpa me corroía de uma forma surreal.

— Por que você não volta conversa com ele? — Julia diz quebrando o silêncio que estávamos.

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