Um amor para sempre by CS Araujo (Completa até 31/01/2016)

Rio de Janeiro, Final da primeira quinzena de janeiro de 2004 - Parte 2

Alex

Depois, de mais de dois meses fora do país, enfim, Alex voltou a dormir em seu quarto, porém, ele sabia que essa parada, seria apenas uma escala nessa sua viagem de férias, pois no dia seguinte, o jatinho da empresa os levaria para a fazenda, onde passariam as próximas duas semanas, então, ele tinha de aproveitar o dia de hoje, para matar as saudades dos amigos e colocar a conversa em dia, e também não seria nada mal, filar o almoço, na casa de seu melhor amigo, pois se tinha uma coisa que ele sentira falta nessas semanas hospedados em Hotéis foi o sabor inigualável do tempero de Tia Valquiria, Mãe de Gilson, seu melhor amigo.

Assim que ele entrou na casa de Gilson, Dona Valquíria o abraçou com carinho, e foi logo anunciando, que ele tinha de ficar para almoçar, e ele é claro aceitou.

Ele e Gilson subiram para o quarto para jogarem vídeo game e colocarem o papo em dia, e Gilson foi logo comentando, que a irmã do Carlos, do time da escola, tinha lhe visto na Disney.

- Amigo, a Disney é praticamente uma filial do Rio de Janeiro, encontrei com um monte de gente conhecida, e falando em encontrar, estou com uma para te contar.

- Não faz mistério, me conta logo, quem você pegou nessas férias.

- Na verdade, eu ainda não tenho certeza, de quem pegou quem.

- Como assim?

- Você acredita em amor à primeira vista?

- Deve ser verdade, pois tem um monte de gente que diz que isso acontece, então eu acredito, que pode rolar sim, esse lance de ficar gamado no primeiro olhar.

- Eu não acreditava nessa parada, mas agora...

- Não me diga que o grande Alex se apaixonou! Por favor, conte-me como uma coisa dessas foi acontecer logo com você.

- Então, estava eu na fila da Space Mountain no Magic Kingdon, lembra é aquele brinquedo, que no ano passado, nós ficamos mais de uma hora na fila, você lembra?

- Claro que eu seu qual é, mas para de enrolar e me conta logo.

- Como eu ia dizendo, estava olhando para o final da fila, para ver se eu via mais alguém conhecido, quando a avistei, cercada por um grupo de amigas, e ela falando, gesticulando, e eu ali, olhando para ela, e ela não me olhou, nenhuma vez sequer, e eu feito um imbecil apaixonado, não conseguia parar de olhar na direção que ela estava, e lhe digo uma coisa, eu fiquei completamente maravilhado pela beleza dela, uma morena de cabelos longos e soltos sobre os ombros e seus olhos são castanhos claros, quase da cor do mel.

- Você conseguiu, ver a cor dos olhos dela assim de tão longe?

- Não, né seu Zé Mané, nesse dia eu fiquei com a impressão de ser, confirmei isso dois dias depois, quando nos reencontramos, mas como eu estava lhe contando, ela é linda e eu fiquei tão louco com ela, que quando soltei do brinquedo, eu fiquei feito um idiota olhando para a fila, e ela não me olhou em nenhum instante, fui para o Hotel com a imagem dela na cabeça e dois dias depois, justamente, no meu último dia na cidade, nós fomos para a festa de aniversário da Laís, isso eu te contei?

- Contou sim, e a irmã do Carlos também falou isso na praia.

- Cara, sabe que até hoje, eu ainda não sei, quem é essa irmã do Carlos.

- Você está de onda com a minha cara, ela é da nossa sala. Disse Gilson indignado.

- Que seja. E não me importo com isso, agora me deixa acabar de te contar a história. Quando eu cheguei à festa, advinha quem estava lá na pista de dança? Exatamente, ela e seu grupo de amigas, ai eu fui me aproximando dela, comecei a dançar perto dela, e puxei assunto, mas ela não foi nada receptiva, diria que chegou a ser hostil comigo, eu me afastei dela, e quando voltei, já cheguei matando, peguei ela pela mão e a levei para dançar, e num dos movimentos da dança, fiz com que parássemos de frente um para o outro e dei-lhe aquela puxada pela cintura e dei-lhe um beijão daqueles.

- Tu és sinistro, bola cruzada na área, você mete para dentro e corre para o abraço.

- Esse foi o maior gol da minha vida, você não está entendendo, ela é linda, e tem um corpo, que só de lembrar eu fico excitado.

- Sai para lá, não vai ficar excitado aqui no meu quarto, está me estranhando?

- Pode ficar tranquilo, isso é só uma maneira de falar seu Mané.

- E mesmo estando viajando, vocês têm mantido contato?

- Essa foi a minha bola fora, por que, eu fiquei tão empolgado, por ficar com ela, que me esqueci de pegar os contatos dela, e quando eu vi, a prima dela chegou feito uma alucinada, dizendo que estavam todos na Limusine, apenas esperando por ela, e nós saímos correndo, e só me dei conta, que não sabia sequer o sobrenome dela, quando eu vi o carro se afastando.

- Bola fora é pouco, isso foi o pênalti perdido pelo Baggio, na final da Copa de 94.

- Exatamente isso, e agora, eu não faço a mínima ideia, de como eu vou encontrá-la.

- Você realmente, não sabe nada a respeito dela, pelo menos você sabe de que estado ela é? Se ela é daqui mesmo?

- Sem dúvidas ela é aqui do Rio de Janeiro.

- Ela te falou isso?

- Não ela não falou, mas também não falou Uai, vixe, oxente, trem bão, poRRta, teRRça, nada disso, e como ela não tem sotaque, quero dizer tecnicamente ela tem, mas como é igual ao nosso não percebemos.

- Pelo sotaque? Fala sério? Cara você já foi melhor.

- Eu sei. Mas agora, me conta as novidades da nossa cidade, o que está rolando de novo, o Walter finalmente pediu desculpas para a Diana?

- Ainda não.

- Tenho de ligar para ela, antes de ir para a fazenda, ela deve estar arrasada, lembro que, quando conversamos no Natal, ela deixou escapar, que estava na expectativa dele a procurar, para quem sabe se acertarem.

E os amigos ficaram conversando até serem interrompidos, com o grito de Dona Valquíria, avisando que o almoço estava servido.