Capítulo 84 :

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Após o almoço, aproveitando que a chuva ainda não caíra, caminhamos um pouco no jardim conversando um pouco sobre os planos para o futuro. Abby queria abrir uma pequena loja de artigos de artesanato, tal como uma perfumaria.

Abby: Eu vou esperar o Enzo entrar na escolinha. Farei alguns cursos para me especializar e vou começar a vender informalmente ali pelo bairro onde moro. Se der certo, posso tentar alugar um espaço e abrir uma lojinha. — ela explicava enquanto estávamos sentadas no banco vendo as crianças brincando juntas com uma bola — E você, Carla?

Carla: Bem, eu era professora, mas quando vim para o Rio de Janeiro, deixei a profissão de lado. Agora trabalho na empresa do Arthur, vou tentar me aprofundar um pouco mais nessa área administrativa. Eu estou começando a me interessar. — sorri um pouco e ajeitei a barra do meu vestido azul petróleo — Eu comecei a trabalhar lá porque precisava fazer algo. Eu trabalho desde os dezesseis anos, então quando me vi nessa mansão enorme sem ter o que fazer, comecei a ficar incomodada.

Abby: Eu entendo. A minha sorte é que em casa, eu lavo, passo, cozinho, arrumo, cuido do Enzo. Sempre estou atarefada. Mas aqui, tendo empregados fazendo tudo por você, realmente deve ser um pouco frustrante para quem está acostumada a trabalhar. Acho que você fez certo.

Sorri para ela me afeiçoando cada vez mais a Abby. Eu sentia ainda muita falta de conversar mais com minha amiga Valéria, mas estava feliz de que agora eu estava começando a construir novas amizades na cidade e já não me sentia mais tão isolada.

Xxx: Carla... — Ouvi o som da voz grave vindo de trás e sorri internamente sabendo quem era o dono desse timbre rouco.

Levantei-me devagar e me virei encontrando com Arthur parado com as mãos nos bolsos da sua calça social, vestido com um terno preto, camisa verde musgo e gravata de seda preta. Prendi a respiração por um momento tomada por sua beleza máscula, mas sorri em seguida feliz com sua presença.

Carla: Thur, que surpresa você em casa tão cedo. — me aproximei dele e segurei seu braço, lhe dando um selinho ficando na ponta dos pés — Venha, quero que conheça minha amiga. — ele me acompanhou pousando a mão na base das minhas costas enquanto Abby se levantava — Essa é a Abby.

Abby: Abby. Muito prazer. — ele estendeu a mão e ela a apertou em um cumprimentou rápido.

Arthur: Arthur. O prazer é meu.

Carla: Por que chegou tão cedo, meu amor? — perguntei a ele estranhando que estivesse em casa logo após o almoço.

Arthur: Minha presença na empresa agora à tarde era dispensável. Aproveitei que não tinha nenhuma reunião marcada e vim para casa resolver algumas questões. — ele respondeu deslizando a mão para minha cintura — Eu vou deixar vocês conversando. — ele olhou para Abby. — Fique à vontade.

Abby: Muito obrigada. — ela respondeu ligeiramente tensa.

Arthur: A gente se fala depois, querida.

Arthur beijou o alto da minha cabeça enquanto sua mão apertava levemente minha cintura, depois se virou e caminhou para dentro da mansão nos deixando sozinhas novamente.Sentei-me novamente no banco e procurei por Malu que agora estava sentada no chão com Enzo aparentemente conversando. Ele falava palavras soltas e ela apenas algumas sílabas e apontava para uma planta do jardim.

Abby: Meu Deus, quase morri de vergonha! — Ela desabou na cadeira colocando uma das mãos sobre o peito.

Carla: Fica tranquila. — ri um pouco do nervosismo dela — Arthur só parece sério, mas no fundo é um bom homem.

Abby: Eu me senti até diminuída. Ele tem toda aquela pose de homem rico.

Carla: Arthur cresceu em uma família rica, acho que esse jeito de se portar tem muito a ver com o ambiente com que está acostumado, mas ele é um homem maravilhoso, não precisa se sentir envergonhada.

Abby: Você acha que ele aceitaria ir com você até minha casa para jantar?

Carla: Eu acredito que sim.

Respondi positivamente, mas por dentro eu estava em dúvida sobre o que Arthur faria caso eu o convidasse para ir até o outro lado da cidade e jantar na casa de pessoas bem mais simples dos que as que ele estava acostumado a lidar.

Quando a noite foi se aproximando, Abby se despediu de mim e Charles muito solícito estava pronto para levá-la de volta para casa. Entrei na mansão carregando Malu no colo e decidi subir direto para o quarto dela para lhe dar um banho. Fiquei cerca de quinze minutos até deixá-la pronta e a ninei calmamente após lhe dar a mamadeira que Beth fizera questão de aprontar. Malu pegou no sono rapidamente e eu a deitei no berço sabendo o quanto ela estava cansada de tanto brincar.

Fui direto para o meu quarto, do lado oposto ao de Arthur, procurar uma roupa para vestir após um banho relaxante. Ele provavelmente estava no escritório e eu preferi não incomodá-lo. Peguei uma calça de ioga lilás e uma blusinha simples branca. Escolhi uma calcinha de renda também branca e procurei dentro da gaveta o sutiã que fazia o conjunto. Sorri satisfeita quando achei e levantei novamente o corpo, fechei a gaveta e virei tomando um susto com Arthur parado na porta do quarto me olhando.

Carla: Meu Deus, Arthú. — coloquei a mão sobre o peito — Por que não avisou que estava aí?

Arthur: Preferi esperar você terminar de escolher uma roupa. — ele cruzou os braços e apoiou-se no batente da porta — Está planejando tomar um banho?

Carla: Estou. — assenti levemente com a cabeça já sabendo a intenção dele em perguntar.

Arthur: Ótimo, porque eu também estou pensando o mesmo.

Ele entrou no quarto puxou a gravata que já estava frouxa e a jogou sobre a cama. Caminhou em minha direção abrindo os outros botões da camisa social e parou na minha frente. O beijo dele foi voraz e em poucos segundos eu estava livre do vestido. Caminhamos até o banheiro praticamente cambaleando enquanto nossas mãos trabalhavam para tirar todas as peças de roupas um do outro. Foi um dos banhos mais prazerosos que já tive, todos eles incluíam Arthur como protagonista e acompanhante.

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