𝑺𝒆 𝒑𝒖𝒅𝒆𝒔𝒔𝒆 𝒆𝒔𝒄𝒐𝒍𝒉𝒆𝒓 ... - One shot Isaac Lahey

Toalha - capitulo único

  Sentia a singela água levemente quente cair sobre meu rosto enquanto passava minhas mãos brancas e geladas por ele, não demorava muito a sentir uma ardência abaixo do olho bem onde havia um pequeno corte. Resultado de uma briga escolar, paciência nunca foi meu forte para discussões. Passei a ponta de meu dedo anelar levemente sobre o machucado e suspiro aliviada ao ver que não havia começado a sangrar de novo.
Continuava meu banho a partir dali, acabei ficando mais tempo do que planejado... realmente precisava daquele tempo pra relaxar, não gostava de me envolver em confusões até por que precisava passar a imagem de perfeitinha a minha mãe, talvez assim ela me notasse, mas o meu pavio curto não me ajuda a manter o equilíbrio em discussões. Começou apenas com um "Não quero ser a dupla dela!" e terminou comigo e a jovem moça indo pra um hospital depois de me tirarem de cima dela.
Me enrolo em minha toalha e destranco a porta do banheiro caminhando em direção ao meu quarto, apesar de estar sozinha em casa eu preferia manter tudo fechado tanto pelo fato de ser um costume meu quanto pelo de não saber quando minha mãe e meu irmão poderão chegar em casa. Tudo bem que nesse horário tarde da noite ela está trabalhando, hoje ela passa a noite no hospital... consequência de ser enfermeira, meu irmão deve estar na casa de sua namorada Alisson, Scott ultimamente anda bastante por lá deve gostar de brincar com a morte!
  Abro as portas do meio de meu armário e pego um creme meu de hidratação, o frio tem deixado minha pele extremamente ressecada e apesar de não ser tão vaidosa não gosto da sensação de ter minha pele toda se esticando na força do ódio. Comecei a passar o creme por minhas pernas com calma e tranquilidade enquanto escutava uma música serena em meu celular, alguns segundos depois escutei barulhos estranhos em minha janela.

  — Mas o que...? — murmurei baixo virando meu olhar para persianas fechadas e parei olhando a mesma enquanto pensava, até escutar um resmungo bem em frente a janela. — Isaac... O que tá fazendo aqui esse horário? — relaxei os ombros ao imaginar que fosse o garoto ali provavelmente tacando pedrinhas ali pra chamar minha atenção, como ainda estava de toalha não abri a janela.

  — Ver como está! — ao escutar a voz baixa tentando parecer o mais discreto possível de Isaac, o que falhou miseravelmente em fazer, solto uma leve risada ajeitando a toalha enrolada no corpo. — Da pra abrir a janela? Tá frio aqui fora...

  — Estou de toalha... pode esperar? — perguntei como se fosse uma súplica exagerada de minha parte ao garoto e logo pude imaginar aqueles lábios dele de curvando em um sorriso de canto malicioso então escutei vindo dele:

  — Te ver de toalha não é problema nenhum pra mim! — após isso escutei uma risadinha divertida e maliciosa do garoto, solto um sorriso em uma falsa incredulidade pois vindo dele já esperava isso.

  — Pois vai ficar aí até eu me trocar!
  — Ah... qual é Wave, vai mesmo me deixar no frio? — escutei ele resmungar mais uma vez, depois aquele menino ainda tem coragem de me perguntar por que o chamo tanto de resmungão! Em resposta a pergunta dele apenas fiquei em silêncio, o velho ditado... quem cala consente — ok... só por favor, faça isso logo.

  — Claro resmungão... vou só passar o creme na minha perna
  — Céus isso vai demorar uma década, morrerei congelado aqui!
  — Enquanto está aí resmungando poderia estar começando uma conversa pra passar o tempo, idiota — O provoquei soltando uma risada divertida a voltei a passar o creme por minhas pernas e coxas calmamente, nesse meio tempo desliguei a música de meu celular para que escutasse Isaac melhor.
  — Ok... como você está? Sua mãe... como ela reagiu? — pude ouvir uma movimentação na grama de meu quintal, assim soube que ele se sentou na mesma. Soltei um longo suspiro, pensando e me lembrando da visão da mulher vestida de enfermeira me dando uma enorme bronca que nada nada durou mais de uma hora.
  — "Você só sabe se encrencar!" e "nem seu irmão me dá tanto trabalho quanto você, Wave!" junto de "ficará de castigo por uma semana" — falei um pouco sem ânimo enquanto me lembrava de cada palavra usada pela minha mãe em sua extensa bronca a minha briga.