Capítulo 4

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Uma semana já se passou desde a primeira vez que eu e Miguel conversamos pacificamente e ele chegou a pagar um cachorro-quente para mim, ou melhor, dois

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Uma semana já se passou desde a primeira vez que eu e Miguel conversamos pacificamente e ele chegou a pagar um cachorro-quente para mim, ou melhor, dois. E estavam muito bons, por sinal.

Desde aquele dia não consigo tirar seu toque sutil, mas que causou um alvoroço interno enorme na minha cabeça. Na verdade, em todo meu corpo. Durante toda a semana me senti mais tranquila em minhas idas e voltas para faculdade. Geralmente, ele me leva a algum restaurante depois da minha aula para almoçar e fica me esperando até que eu termine. Mesmo eu o convidando, o homem não aceita.

Contudo, sempre nesses horários ele liga para alguém. Certamente, é sua esposa ou talvez uma namorada já que não tem nenhuma aliança em seu dedo. Vejo que ama muito a mulher, pois fala carinhoso e atencioso com ela num tom de voz bem diferente do que usa quando fala comigo. Não posso negar que o homem é muito profissional. Amanhã será seu dia de folga e terá de ser substituído por algum dos seguranças de meu pai.

Sinto um leve aperto por pensar que ficarei dois dias sem vê-lo.

- Amiga, vamos sair hoje. É sábado e acho que merecemos. - Rafa diz enquanto faço uma comida congelada pra nós. Tive muita sorte quando minha mãe veio me visitar depois do trabalho e não abriu nosso freezer. Se ela visse a quantidade caixas de comida congelada que há nele, certamente ficaria aborrecida comigo.

- Eu não sei, amiga. Estou cansada e não sei se o Miguel iria querer nos levar. - Digo retirando o congelado do micro-ondas, queimando minha mão por esquecer que não estou com a luva térmica. - Droga!

- Amiga... - Fala e começa a rir. - Deixa eu ver isso. - Ela me ajuda, lavando minha mão na pia da cozinha, aliviando a ardência. - Pronto, bebezinha! Está tudo bem agora. - Debocha e jogo um punhado de água nela.

- Boba! - Implico.

- Amiga, parou de chamar seu segurança de senhor Miguel? - Pergunta servindo nosso jantar.

- Ele chamou minha atenção acerca disso, porém dei a ele liberdade de me chamar de Vittoria. Aquela coisa de senhorita estava me incomodando já.

- Que bom que já ficaram amiguinhos. - Diz.

- Não ficamos, apenas não tem mais aquela má impressão que tinha antes. Até porque eu já me desculpei com ele.

- Que bom, né? - Diz. - Então, amiga. Vamos, por favor!

- Já disse, eu tenho que perguntar pra ele. - Falo.

- Amiga, quem é a patroa aqui? - Pergunta e dou de ombros. - Você só tem de avisá-lo, nada mais.

Penso em suas palavras e começo a comer minha marmita de lasanha a bolonhesa. Não sei se deveria fazer isso, porém ela está certa. Sou maior de idade e moro em minha própria casa, não deveria ser tão complicado ter uma atitude adulta. E realmente, eu fiz muita coisa essa semana. Não fui verificar o andamento da obra da minha clínica de estética, mas fiquei trabalhando de casa em alguns relatórios da empresa de meu pai.

VITTORIA FONTINELLY -TRILOGIA IRMANDADE I Onde histórias criam vida. Descubra agora