capitulo único

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12/09/2092


No meio do apocalipse, fui a única que restou, depois de quase todos os humanos enlouquecerem por causa de suas riquezas, eles começaram a usar todos os recursos da terra, sem se preocupar que um dia tudo poderia acabar.

E assim aconteceu.

Dia dois de Junho de 2093 o apocalipse começou, a água acabou, a comida faltou, os animais sumiram, a terra secou, plantas morreram, apenas uma restou, todos os humanos morreram, apenas eu sobrevivi.

Eu só continuo viva por causa do meu estoque de água, eu fiz um estoque de água porque já sabia o que vinha por ai, já sabia do apocalipse, então eu guardei água em um lugar escondido e seguro, para que eu consiga salvar pelo menos uma única planta.

E foi o que fiz.

O real motivo de minha sobrevivência, é a árvore que venho cuidando desde meus 8 anos, na época, para mim, ela só era uma mangueira comum, mas ela era uma árvore muito grande e linda, então cuidei dela com muito carinho por todos os dias de minha vida, e vou continuar a cultiva-la até o dia da minha morte.

Porque a eu de 12 anos atrás não fazia ideia de que aquela árvore, salvaria a minha vida e séria, provavelmente, a salvação do mundo.

Dia 7 de Setembro todos os humanos deixaram de existir, menos eu, eu não era como os homens, não era gananciosa e não pensava só em salvar minha própria pele, e foi por esse motivo que sobrevivi.

O mundo era um lugar estranho sem pessoas. E, embora ele esteja todo destruído, seco e morto, é bem melhor sem as pessoas aqui, pois se elas ainda existissem, cortariam a minha querida árvore e todos morreriam por falta de oxigênio, ou então, poderiam acabar entrando em guerra ou matando uns aos outros, apenas para conseguir minha água.

Porque os homens são animais terríveis, que trilham um caminho de destruição por onde passam.

Deixo a minha caneta de lado ao parar de escrever em meu diário.

Olho para aquele lugar cinza e sem graça, onde um dia, antes da arrogância e ganância do homem, já foi um lugar colorida e lindo, onde borboletas saiam de seus casulos, onde pássaros faziam seus ninhos, onde a floresta se estendia sem parar.

E agora, tinha apenas duas vidas no meio daquele cemitério de plantas.

Apenas duas gotas de esperança em um oceano de destruição.

Fui pegar mais água para irrigar minha árvore, e quando cheguei na reserva, só tinha o suficiente para ela ou para mim, suspiro triste ao perceber que tinha que encontrar um jeito de conseguir mais água mais rapido do que pensava.

Pego a água em um potinho que eu tinha guardado junto de mim, tinha pouca água, vendo que quando eu peguei o resto de dentro da caixa da água o pote se encheu, mas não sobrou nada.

Fui até a mangueira, parei a sua frente, olhei para a água e depois para ela, e então suspirei pesadamente.

— Você precisa mais disso do que eu, você é o futuro do mundo, eu estou aqui apenas para fazer acontecer — falo ao me abaixar, meio rouca pela falta de água — de qualquer jeito, seus frutos vão madurar amanhã, e como eles contem água, eu não vou morrer desidratada, e nem você....

No outro dia acordei com a sensação de que alguma coisa estaria errada, e ao levantar do chão e olhar para minha árvore, eu pude ter certeza.

Não tinha mais nenhum fruto na árvore, os galhos não aguentaram o peso das mangas e se partiram, as fazendo cair no chão ainda verdes, e as folhas estavam fazendo um manto no chão, fazendo com que minha árvore seja só Madeira viva.

— Isso não pode estar acontecendo — eu iria levantar, mas o meu corpo estava fraco após dias sem beber e nem comer, queria chorar, mas não avia sobrado água nem para isso.

Minha boca estava seca, minha pele estava seca, eu estava tonta e confusa, minha respiração estava acelerada, eu estava com fadiga e muita, muita sede.

Achei que iria morrer, quando do nada, raios saem das minhas mãos e vão em direção ao céu, logo depois sinto água caindo acima de mim, me forço a abrir os olhos, e estava chovendo.

Pela primeira vez desde o apocalipse, estava chovendo.

Eu fiz chover.

Abri a boca para beber as gotas da chuva, o que fez ela ficar mais pesada.

E como era bom beber água de novo.

Senti as minhas forças voltarem e logo fui testar uma coisa.

— Quero que pare de chover — e assim o céu fez no mesmo instante, fiquei abismada, pois as minhas suspeitas estavam quase certas, até porque, poderia ser só coincidência — quero que volte a chover — e assim aconteceu, uma chuva leve que não seria capaz de alagar tudo, e nem de me afogar, mas boa o suficiente para que uma semana chovendo daquele jeito sem parar, colocaria de volta quase toda água do mundo. 

Então as minha suspeitas estavam certas, eu controlava o clima.

E, em muito tempo, eu pude realmente dizer que estava realmente feliz, mesmo que lágrimas estivessem caindo de meu rosto, porque, ao olhar em volta pude perceber que as plantas estavam crescendo novamente, mas muito rapidamente.

Tudo que era cinza virou um verde lindo, árvores crescendo cheias de flores coloridas, varias arvores de frutos diferentes e cactos floridos por toda parte.

As minhas lágrimas de alegria se misturando com as lágrimas do céu que chorava de alegria junto a mim me fez cair no chão desacreditada no que estava vendo.

— EU CONSEGUI!!! — grito em meio ao barulho da chuva, e agora, das plantas se formando ao meu redor.

Eu tinha trazido o mundo de volta a vida, mesmo depois do egoísmo do homem.

Eu salvei o mundo da instinção da vida...

Espera...

EU TENHO PODERES!?

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