Se um dia você perguntasse a Louis, como era a vida dele, ele diria que era a pior de todas, cuidar da casa de seu pai, trabalhar no Starbucks.
Isso era demais para ele, era o que ele sempre dizia, até um garoto com cabelos pretos e olhos azuis passar pelo drive thru, todos os dias as 17:30.
Eles nunca trocaram outras frases, a não ser "Café mocha por favor" "Aqui está senhor".
Mas essa pequena interação já era suficiente para deixá-lo com "míseras borboletas", era o que ele dizia sempre para Joshua.
— Como você consegue sentir borboletas em seu estômago, sendo que você nunca trocou frases concretas com ele? — Dizia Allana preparando um refresher de pitaia.
— Deixa ele Allana, ele está apaixonado. Me ouça, daqui uns dias provavelmente passará, porque, possivelmente esse cliente misterioso não voltará mais a passar por aqui. — Joshua se apoiou no encosto da porta.
— Não diga essas merdas Joshua. Olha, já são 17:25, ele já deve estar chegando, e eu não estou apaixonado, isso são só gases. - Louis disse com uma careta, como se tentasse convencer mais a si mesmo do que os outros. Ele nunca quis parecer um desesperado por relacionamentos, mesmo que ele estivesse.
Louis esperou apressadamente seu cliente de ouro chegar, mas as horas estavam passando, 17:30, 17:40 e ele não chegava nunca. Louis morde internamente sua própria bochecha, a ansiedade a estava tomando conta dele por inteiro, seus amigos estavam percebendo isso.
— Acho que alguém não vai vim tomar café mocha hoje, e já está quase na hora de fechar o drive thru. — Dizia Joshua com um tom debochado.
— Eu acho que vou subir e arrumar minhas coisas, sabem que não posso voltar tarde. Tchau para vocês dois. - Louis disse e subiu as escadas até seu armário.
Louis se trocou, pegou sua mochila e voltou até a cozinha para checar se não tinha nenhum honda civic preto, para sua infelicidade o drive thru já estava fechado. Seu rosto se encheu com um desanimo profundo, em odos esses meses vivendo aquele romance que só existia no mais súbito de sua mente, era a primeira vez que ele não vinha
— Louis, antes de você ir, experimenta isso aqui.
Allana deu um copo para Louis. Ele bebeu aquilo com um pouco de medo, ele não poderia negar, quando Allana fazia misturas estranhas nunca dava certo. Mas essa, essa era com certeza a melhor de que ele já experimentou.
— Ficou horrível Allana, acho que vou confiscar isso e... bom arrumem tudo por aí, eu preciso mesmo ir. — Ele saiu, deixando Allana e Joshua sozinhos.
Louis fazia aquele caminho de Segunda a Sábado, todos os dias desde quando ele entrou no Starbucks, ele poderia andar de olhos fechados sem ao menos se machucar. Era o que ele pensava.
Louis morava com seu pai, ele não poderia se atrasar nem um minuto, por isso seus amigos não se importavam de ter que limpar o estabelecimento sem a ajuda dele, já sabem como funciona a vida dele (mesmo que Joshua se importasse sim em fazer mais trabalho, ele jamais seria capaz de dizer aquilo sem ironia). Porém ele estava realmente atrasado dessa vez, ele ficou tempo de mais esperando o seu cliente misterioso.
Ele estava indo atravessar a rua, ele estava indo bem rápido para conseguir passar antes do sinal abrir, mas de repente, a visão de Louis escureceu e ele ouviu um som ensurdecedor. E então não estava mais consciente.
☆☆☆
Certamente, se você fizesse a mesma pergunta de Louis para Steve, ele não pensaria duas vezes em lhe dizer que a vida dele era magnífica.
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coffee
Roman d'amourUm funcionário da Starbucks se apaixona por um cliente no drive thru, e todos os dias o espera no mesmo horário. Mesmo falando apenas o básico como "Café mocha, por favor." e "aqui está.", Louis sentia que ele era o amor de sua vida. Por outro lado...