Ela voltou.

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Era o fim do Outono, Lhorien descia as colinas, desviando dos trechos montanhosos, pedras pontiagudas capazes de lhe ferir, Superiores as navalhas. Seus cabelos eram longos, ruivos, tão próximo as tonalidades de uma abóbora, sedosos e ondulados, com apenas uma trança que se encontrava com a outra, do outro lado de sua cabeça. Seu vestido de época de cor vermelho com várias ondulações já do século *XIX* quase cobria seus pés, Os vestidos nessa época já não era tão volumosos, assim dava a sensação de liberdade de movimentos para as mulheres, não se enroscar nos tecidos. O fim do crepúsculo era nítido a quilômetros, podendo observar o laranjado do sol se desfazendo em meio a uma futura escuridão da noite. A ruiva desviou das pedras e parou no final daquela estrada, seus olhos direcionou para todos os lados, até que notou a casa de Hadassah, sua melhor amiga. A sua casa se localizava em um pequeno vilarejo em Cybournd. Onde bruxas e lobos conseguiam viver em plena união, exceto algumas, que ainda tinha o prazer em viver da magia negra e lobos que não andavam em bando, os que preferiam viver longe de suas matilhas. Lógico que haviam confrontos, porém, não tanto quanto hoje, onde a ganância por terras ainda é tão valiosa quanto os tempos de ouros. As luzes das lamparinas ainda estavam acesas, de vez em quando, as mesmas piscavam. Os camponeses divagavam pelo o local, mulheres, homens e crianças que seguravam em mãos, baldes medianos de madeira, com frutas do bosque e água que buscavam no poço comunitário. Todos trajavam vestes simples e tinham o direito de compartilhar da mesma fonte de água doce. Lhorien agachou ainda no penhasco e com uma de suas mãos. Uma magia de uma tonalidade azul saiu das pontas dos seus dedos envolvendo os mesmos, e cravou nas paredes da montanha como arabescos encantados, onde o feitiço se atreveu ir até o quarto de Hadassah e apagar as velas de sua lamparina.

- É sério Lhorien?! Essa é a sua forma de enviar uma mensagem para encontrar com você?! Antigamente mandava a sua familiar como mensageira, Iúne a coruja de estimação de penugem branca que tanto ama.

Hadassa suspirou e aliviou o ar de seus pulmões, contou alguns passos em sua mente até a janela dupla de madeira do seu aposento, acreditando cegamente que iria dar de cara com a Lhorien, ela olhou para as pessoas no vilarejo tentando avistar a bruxa, mas não a encontrou.

- Tenho saudades de quando isso acontecia, às pétalas se soltavam das orquídeas e eram sopradas como se fossem uma bússola em sua direção... Eu nunca me perdia, era só ouvir as batidas do seu coração, - pensou Hadassah enquanto tinha um vislumbre das atitudes de Lhorien.
A jovem ruiva decide mudar o encanto do feitiço fazendo com que as chamas das lamparinas no quarto de Hadassah voltassem a resplandecer.
Ela invocou aqueles mesmos cipós que se movimentavam por magia que logo se transformou em algum tipo de escada sobre as paredes do rochuoso penhasco, já que o seu cavalo de pelagens preta, batizado de "Sr. Raio" devido a sua velocidade em galopar, estava amarrado em baixo da macieira, (Pé de Maçã) ela desatou os nós das rédeas de couro, que mantinha o mesmo preso, ajeitou a cela de uma forma que se sentia confortável, adentrou a floresta e sentiu o entardecer cair como manto quente em seus ombros, o vento soprado era fresco, um pouco úmido e esvoaça seus cabelos. Lhorien era diferente de todas as outras pessoas. Enquanto muitos tinham medo de entrar na floresta, ela desafiava mesmo sabendo que alí não estava sozinha, ela conhecia tão bem o local, que a mesma criava desafios para si mesma. Lhorien Blackwall fechou os olhos e confiou em seu cavalo, seu rosto ficou próximo as clinas do seu alazão, seus braços entrelaçou em volta do seu pescoço quando seu corpo inclinou. Era impressionante como ele percorria todo o caminho sem errar, seus saltos eram ágil, seus reflexos eram de ser admirados, deixava qualquer um outro cavalo para trás facilmente até que, chegou no pico mais alto da montanha e parou, Lhorien abriu os olhos e ouviu o som da cachoeira, apesar da noite já ter se aproximado, ainda era bela de ser observada toda a paisagem. O cantar da sua coruja foi anunciado do galho de uma árvore de quase três metros de altura e dois de diâmetro com folhagem escura.

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⏰ Última atualização: Jul 18, 2022 ⏰

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