Capítulo 7

615 63 59
                                    

Fiz de tudo para que o Miguel ficasse comigo, mas o homem simplesmente não sai da postura de segurança

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Fiz de tudo para que o Miguel ficasse comigo, mas o homem simplesmente não sai da postura de segurança. Não me dá nenhuma brecha. Sinto uma ansiedade enorme por vê-lo. Algo como se eu precisasse disso para que meu dia seguisse bem.

Depois que o observei na cozinha, fazendo a pipoca doce pra mim, sem qualquer obrigação, minha mente não parava de me bombardear com pensamentos nele. A forma que se movimentava na cozinha, a mania de lavar tudo que usa, assim como secá-la imediatamente mostrou que é muito disciplinado. Daí lembrei que ele já foi militar e por isso deve ter essa postura muito organizada.

Quando me entregou o balde com a pipoca quente e muito cheirosa, que fez minha boca salivar, nossos dedos se encostaram outra vez e mais uma vez aquele frio na espinha se intensificou. Senti um leve choque correr do meu dedo por todo meu corpo, ao ponto de me fazer grunhir baixinho. Tenho certeza de que ele percebeu.

Entretanto, ao me deixar com a guloseima em mãos e minha cozinha limpa, me fez prometer que eu o chamaria se alguma coisa estivesse acontecendo ou se eu precisasse de alguma coisa e saiu fora. Tão rápido que parecia mais estar fugindo. O que será que dá nesse homem? Penso se minha presença o incomoda tanto assim.

Naquela noite, voltei para o quarto e assisti filmes até altas horas da madrugada. Quando abrir o aplicativo de mensagem, vi que Miguel estava on-line e logo concluí que deveria estar falando com sua namorada. E porque não, né?

(...)

Dois dias já se passaram desde o início do meu fluxo e ainda sinto dores. Ontem mal saí da cama, nas minha mãe esteve aqui o dia todo para cuidar de mim. Ela me perguntou se eu havia agido com grosseria com meu segurança novamente, já que ele estava com um semblante sério no corredor onde fica de prontidão, mas eu disse que não. Como eu pude ter agido com grosseria, se nem tenho o visto pessoalmente e por telefone não nos contatamos? Seria por pensamento, apenas.

Minha mãe preparou um lanche pra mim e depois decidiu que daria um pouco ao homem. Eu falei que ele não aceitaria, mas dona Emilly é mais teimosa do que eu. Ela saiu do quarto e demorou pelo menos uns quinze minutos para voltar. Penso que deve ter lutado para convencer o homem aceitar e provavelmente ela ganhou.

O estranho foi que ela disse que dormiria comigo e que liberaria Miguel da função já que seus muitos seguranças ficariam em seu lugar. Ficar um dia inteiro sem meu segurança, por mais que não estejamos nos vendo muito, me fez sentir um vazio enorme.

- Filha, você quer me falar alguma coisa? - Pergunta, enquanto estou sentada no balcão da ilha da cozinha, esperando que ela faça um jantar para nós.

- Não, mamãe! - Respondo com voz oscilante. - O que eu teria para falar? - Pergunto dando de ombros e olhando em direção a porta. Na minha cabeça, Miguel chegará e virá até aqui para me dizer que chegou. É o que espero.

- Ele só virá amanhã, filha! - Diz e meu rosto esquenta de vergonha.

- Eu não estou esperando por Miguel, mamãe!

VITTORIA FONTINELLY -TRILOGIA IRMANDADE I Onde histórias criam vida. Descubra agora