Capítulo 40

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Sem revisão


ANASTÁSIA

Seus olhos cinza límpidos se reviravam nas órbitas, mas não deixavam meu rosto nem por um segundo. Ele me olhava com expectativa, esperando por uma resposta ou qualquer reação minha, afinal, eu estava paralisada feito uma rocha desde que ouvi suas palavras. Eu tentava digerir, tentava entender e guardá-las em minhamente. Eu deveria acreditar? Deveria jogar tudo para o alto e dar mais uma chance a nossa relação maluca? Talvez fosse tempo perdido bater na mesma tecla, que era eu e ele, sendo que eu sabia que essa tecla nunca funcionaria, de jeito nenhum.

Junto á ele, apenas junto á Christian, eu sentia que o vazio era preenchido, e isso, de certa forma, me deixava com sérias dúvidas sobre a suposta rejeição que eu queria conceder á ele. Eu queria dizer "NÃO" o mais alto que pudesse, queria não vê-lo nunca mais, queria esquecê-lo, mas... Eu sabia que era praticamente impossível, afinal, nossos destinos de alguma maneira iriam se encontrar. Era besteria pensar isso, mas nesse instante, nada podia me tirar da cabeça que ele, naquele exato momento depois de todo aquele belo discurso, parecia ser honesto, parecia tirar um peso de suas costas.

Eu continuava de boca fechada sem emitir um som. Seus olhos ainda me avaliavam, talvez me dando certo tempo! O qual eu precisava e bastante! Eu queria o abraçar, me jogar em seus braços e o beijar, mas ao mesmo tempo, eu queria gritar com ele e dizer que não era nada legal querer me iludir dessa maneira. E aí vem a questão: Será que ele está mesmo me iludindo? Ele perderia seu tempo falando tudo isso apenas pra me machucar? Com certeza, devia saber meus sentimentos sérios por ele, eu apenas não havia admitido ainda, e sinceramente, ainda não sabia se estava pronta pra fazê-lo.

— Por favor... — Implorou baixinho. — Apenas diga alguma coisa. Não importa o que seja. Seu silêncio está me matando!

Meu peito apertou ao ouvir sua voz suplicante. Ele estava seriamente arrependido, estava dizendo a verdade! Minha boca abriu uma, duas, três vezes e... Nada. Eu procurava o que dizer, até porque, eu ainda não sabia o que fazer, essa semana inteira não falando comigo, achei que ele devia ter esquecido completamente da minha existência.

Ele levantou a mão e acariciou as maças de meu rosto lentamente, como se admirasse a cor que havia nelas. Fechei meus olhos, apreciando seu carinho e suspirando em seguida. Com toques assim, ele me deixava mais confusa e mais perto da decisão de me entregar de corpo e alma a ele mais uma vez sem medos. Ao olhar pra ele, em seu rosto encontrava-se um sorriso admirável, um sorriso alegre, um dos mais bonitos que eu já havia visto.

Admirei a beleza na minha frente.

Seus olhos. O quais eu era apaixonada e amava vê-los sobremim.

Seu rosto sem defeitos. O qual eu admirava.

Os cabelos acobreados. O qual eu desejava fazer cafuné todo o dia.

Seus lábios... Aqueles que poderiam e deviam beijar os meus quando quisessem.

QUER SABER? DANE-SE, CHEGA!

Joguei meus braços em volta de seu pescoço, entrelacei os dedos em seus cabelos e esmaguei meus lábios aos seus. Realizando meu desejo de sempre. Mesmo surpreso, ele retribuiu imediatamente, acariciando sua língua junto a minha que agora travavam uma batalha. Sua boca abriu e parecia querer me engolir. O beijo era repleto de amor, ternura e ao mesmo intenso e apaixonante. Suas mãos envolveram minha cintura, apertando um pouco, me prendendo ao seu corpo, aprofundando o delicioso beijo... Sorri com isso e logo o vi fazendo o mesmo. Separei nossas bocas, ainda ofegantes, nos olhamos ao mesmo tempo, encarando um ao outro com a mesma intensidade.

— Isso... — Estava procurando por oxigênio, acariciando meus lábios com a ponta dos dedos. — Quer dizer o quê exatamente? — Agora sorria abobalhado.

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