Poucos minutos de conversa foram o suficiente para que Mário ficasse intrigado e disposto a desvendar a acidez por trás das palavras de Manoela, fazendo ele começar a reparar mais na aluna da universidade da sua família. A diferença entre eles é com...
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Trabalho é algo que eu não vejo tão sentido em fazer sendo rico, porém não é isso que o meu pai acha. E também não é isso que meus documentos dizem, já que mostram que sou um homem adulto e preciso ter responsabilidades.
Digo a mim mesmo que reclamo demasiadamente do meu trabalho pois estou preso em um lugar cheio de jovens, o que é um pesadelo. Eu mal sei o que fazer e rezo todos os dias para que o senhor Parker volte de viagem e me tire da diretoria ao ver que exerço mal a função.
Entro na sala de jantar da mansão dos meus pais e avisto as três loiras mais chatas que eu conheço sentadas na mesa. As três loiras são conhecidas como as minhas irmãs, Raquel, Clara e Beatriz.
— Bom dia, florzinha — Raquel diz com um tom debochado.
— Dormiu bem depois de acordar a gente porque estava com uma das idiotas que caem no seu papinho furado? — Beatriz pergunta.
Digamos que eu gosto de aproveitar a noite, sair por aí com um dos meus carros retrô e vintage. Eu gosto de mulheres, eu adoro agradar as mulheres.
— Mais alguém quer falar? — pergunto, olhando para a Clara.
— Estou ocupada demais te julgando mentalmente para te dizer algo — Clara responde.
— Se é assim — digo e me sento na cadeira perto de Clara. — Você será a única loira da família que não irá me perturbar, né? — Brinco com a minha sobrinha, Lívia, que está deitada no carrinho.
— Todas iremos te julgar até você perceber que está velho demais para agir como um adolescente que traz mulheres para a casa que suas irmãs vivem. — Raquel lança os olhos azuis sérios para mim.
— Dizem que homens demoram mais para amadurecer. Aliás, eu não trouxe ninguém, passamos pelo jardim para pegar meu carro, é diferente — respondo e dou de ombros. — O que te frustrou tanto? Não desconte em mim.
— Bateram no carro dela — Triz comenta.
— Fodeu! Quem você prendeu? — pergunto.
Raquel é juíza, uma firme e decidida. Se formou há pouco tempo e já esteve em diversos tribunais. Só para constar, ela já condenou bastante gente, mais do que inocentou.
— Fugiram — Raquel responde, olhando a Clara com raiva.
— Estava Triz e eu andando de bicicleta e atropelamos o retrovisor.
Gargalho ironicamente, colocando a mão na barriga.
— Espero que continue rindo quando souber que elas arranharam um dos seus carros também. — Raquel me lança um olhar irônico.
Paro de rir imediatamente.
— Elas fizeram o que?! — grito.
— Beatriz estava aprendendo a andar de bicicleta — Clara trata de se defender rapidamente. — Ela nunca aprendeu quando criança por causa da escola privada para garotas, ficou lá mais que nós.
