It was enchanting to meet you

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Amanda

Duas semanas. Duas semanas sem vê-la pessoalmente, sem ouvir a sua voz, sem apreciar o jeito que só ela pronuncia o meu nome, sem sentir o seu cheiro ou toque, sem ouvir o som da sua risada. Quatorze dias inconscientemente relembrando a sensação dos seus lábios contra os meus toda vez que eu fecho os meus olhos, para logo em seguida quando os abro ter a minha mente novamente repleta de questionamentos do porque a Kirby me beijou.

Quando foi que me tornei essa pessoa que se apaixona tão rápido e fácil por outra? Isso nunca tinha acontecido antes, eu sempre demorei para me abrir com alguém e deixar a outra pessoa se aproximar de mim. Na faculdade os meus amigos costumavam dizer que eu sou como uma cebola, vou deixando as pessoas me conhecerem aos poucos, eles têm que pacientemente encontrar uma maneira de ultrapassar cada camada até conseguir realmente me conhecer, mas com a Kirby não foi assim.

Desde aquela inusitada situação envolvendo um drone que nos fez interagir além de cumprimentos educados quando nos víamos no mesmo ambiente, nossa conexão foi instantânea mesmo com a gente tendo poucas coisas em comum e a atração física que eu sempre senti em relação a ela se transformou em algo além do físico rapidamente e de um modo tão intenso que eu não conseguia disfarçar, até agora não entendo como a Kirby não percebeu, como pode ter ficado tão surpresa quando finalmente confessei o que sinto antes dela ir para Milão.

Olhei para o meu celular esperando encontrar uma mensagem dizendo "já desembarquei, estou a caminho de casa" ou algo do tipo, mas não tinha nada, pelo menos nada que fosse da Kirby então voltei a tentar me concentrar na pilha de documentos que se transformou o meu escritório graças ao Adam, o problema é que com a iminente chegada da Kirby meu cérebro parece não estar querendo focar em outra coisa nessas últimas horas.

Nós conversamos por mensagem nessas últimas duas semanas, mas o que aconteceu antes dela ir para o aeroporto nunca foi mencionado. Nosso primeiro contato após a conversa e beijo ocorreu onze horas depois, uma simples mensagem da Kirby dizendo que já estava em Milão e que o hotel aonde estava hospedada é magnifico, vendo que ela resolveu ignorar o que aconteceu eu fiz a mesma coisa e todas as nossas conversas foram só sobre como estava sendo a sua viagem e como estavam as coisas por aqui em Atlanta.

-Nova decoração?

A voz que eu estava ansiando ouvir preencheu o meu escritório, me fazendo tirar os olhos dos papeis que eu tenho em mãos e olhar em direção a porta. Ela está tão linda nesse vestido que é colado ao seu corpo e deixa a maior parte das suas pernas de fora, que eu precisei respirar fundo antes de conseguir falar.

-Kirby, bem vinda de volta. - Essas foram as primeiras palavras que o meu cérebro conseguiu formular. Larguei a pasta de papeis que tinha em mãos no sofá ao meu lado e foquei a minha atenção nela. -Você chegou faz muito tempo?

-Não. - Respondeu enquanto tira uma das caixas cheia de documentos de cima de uma das poltronas, deixando a caixa na mesa de centro antes de se sentar. - Só deixei as malas em casa e vim pra cá.

-Oh! - A exclamação de surpresa deixou os meus lábios sem querer.

-Então o que é tudo isso? - Segui o seu olhar ao redor do meu escritório.

-Adam. - Uma expressão de interrogação tomou conta do seu rosto.

-O que? - Antes que eu pudesse falar ela me interrompeu. -Na verdade não precisa explicar, nada que envolva o Adam me interessa. - Suas palavras me fazendo rir.

-Quem dera eu pudesse ignorar a existência dele. - Foi a sua vez de rir. O clima meio constrangedor que estava entre a gente desaparecendo aos poucos. -Mas o que te trouxe aqui? - Perguntei tentando mascarar o receio que estou sentindo em relação a possível resposta.

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