Capítulo 1

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Os primeiros raios de sol tomavam conta do quarto que, sendo branco, refletia a luz alaranjada dando brilho ao ambiente. Porém, logo chegou uma enfermeira  usando um vestido branco como uniforme, ela entrou rápido e silenciosamente, de forma objetiva foi antemão às cortinas para fecha-las.

Nem reparou no canto dos pássaros que começavam a surgir lá fora ou no balé gracioso que as cores faziam no céu naquele início de manhã. Não, isso não a interessava, preocupava-se mais com o paciente que repousava na cama hospitalar daquele quarto.

Tendo isso em mente, e as cortinas fechadas, ela foi ao homem que repousa na cama. Colocou sobre ele, de forma delicada, a mão em sua testa. Concluiu que não tinha febre, iria retira-se rápida e silenciosamente, da mesma forma que havia entrado.

Mas o paciente começou a mexer os dedos da mão minimamente, sua cabeça revirou-se no travesseiro e tentando abrir os olhos piscando repetidamente. Assim ele se esticava.

A enfermeira pacientemente esperou o paciente acordar antes de qualquer coisa. Ele olhou para ela com as sobrancelhas franfizindas, em outra ocasião ele teriá a cortejado, mas estando atordoado e com o corpo dolorido isso nem lhe vinha a mente.

A enfermeira vendo que o paciente já havia despertado perguntou :-qual é o seu nome?-

E ele a respondeu ainda confuso com a sintuação, um pouco sonolento e desconfiado :-Espanha.-

:- Bem, senhor Espanha, sabe me dizer quantos anos tem?-
O paciente riu ainda com todo corpo dolorido :- Essa não é uma boa pergunta para se fazer. -

É, ele estava bem consciente. Não havia necessidades para mais perguntas, somente uma ainda precisava ser feita
:- Qual é a ultima coisa que se lembra?-

Subitamente o quarto foi tomado por um silêncio, seu sorriso havia muchado. E de maneira pertubada ele disse abaixando o olhar :- não sei ao certo...-

Não havia ficado claro se ele não lembrava do ocorrido ou se estava evitando falar sobre isso. Mas de todo modo, ela entendeu que não era hora para isso. Então sorrindo docemente ela encantava o espanhol que apenas voltava ao seu estado calmo.

:- então terei que te ver mais vezes.- ela falou calmamente com um elegante sorriso, antes de mudar sua postura simpática para outra mais profissional novamente.

:- você foi trazido as pressas ao hospital na noite de anteontem.- falando pausadamente ela tentava não sobrecarregar o moço com informações - nós cuidamos do senhor e te esperamos acordar. O médico virá mais tarde fazer alguns últimos exames antes de te conceder alta do hospital.-

Um tanto receoso com tudo, porém mais consciente, ele apenas concordou enquanto notava que havia algo muito errado. Lentamente ele levantou a mão direita, trêmula pela ansiedade, velando-a ate o rosto de expressão perplexa, mas a enfermeira conteve suavemente a mão do paciente antes que pudesse tocar nos curativos em seu olho.

Segundo a mão do espanhol em um aperto de mão, ela o passava segurança olhando fixamente em seu olho falando suavimente :- ainda é muito cedo para tocar. Eu preciso que o senhor mantenha a calma agora. Vamos, respire fundo.- junto com o paciente ela inspirava e suspirava, tentando retomar a calma dele mais uma vez.

Entre tanto, ele ainda estava inquieto :- mas há alguma chance de eu perder a visão?- perguntou preocupado para a enfermeira que ainda segurava sua mão ao dizer :- infelizmente o senhor perdeu a visão do olho direito, eu sinto muito.-

A notícia havia o abalado visivelmente, seu olho arregalado estava fixo em nada enquanto sua mente criava inúmeros pensamentos alucinantes, tentando de alguma forma contrariar a verdade, segurando com um pouco mais de força a mão da enfermeira.

Roubando a atenção, ela fazia o olhar amendrontado do paciente voltar-se para ela :- eu sei que não é fácil, mas o senhor tem que ser forte.- ela falava de modo imponente passado-o confiança - apesar dos ferimentos ainda serem recentes, eles podem ser tratados sem problema. O senhor ficará bem.-

Brevemente, ele fechou o olho e soltou um curto suspiro, acalmando-se e assim voltando a si. :- obrigado, você esta sendo muito gentil.- ele falou com um sorriso singelo.

Algum tempo depois o clima daquele quarto havia ficado mais leve, preenchido por risadas da enfermeira que, um tanto constragida, tentava evitar os comentários do europeu, disfarçando seu sorriso.

:- ao menos não estou tão mal.- observando-se ele dizia sentado na cama hospitalar, tendo o seu corpo fuçado pela a enfermeira que cuidava de seus machucados, retirando, cuidadosamente, os curativos pra passar, de maneira delicada, uma pomada sobre seus cortes.

:- você vai me deixar encrencada. Fique quieto, para que eu possa terminar.- ela falava passando suavemente os dedos pelo grande corte que estendia-se do peitoral esquerdo até perto da clavícula.

Porém, o espanhol atrevidamente continuou a cortejando, fazendo ela olhar em seu olho :- ter o prazer de ver um sorriso tão lindo como o seu, fazem as minhas dores serem bênçãos.-

Abaixando o olhar ela voltava ao trabalho, recolocando os curativos, sorrindo timidamente :- eu gostava mais de você quando estava dormindo.- ela disse com um sorriso maldoso, deixando o espanhol espantado.

:- oh! você não tem pena de mim? Eu estou doente, sabia? Você não pode ser má comigo.- mesmo com uma "fala triste" e com as encenações exageradas de tristeza, ele matinha seu olho cerrado fitado na moça, acompanhado por um malicioso sorriso nos lábios.

A risada da mulher era calma e baixa, tão delicada quanto suas mãos que terminavam o curativo :- pra mim você parece bem demais.-

Colocando as mãos na cintura ela fazia uma negativa com a cabeça, assim ela caminhou até a porta acenando antes de sair :- espero não ter que ouvir suas gracinhas toda vez que nos virmos.-

Assim o espanhol ficou momentaneamente sozinho até um homem de jaleco branco entra pela porta, distraído com uma prancheta. Sem mais nem menos, o homem apenas falou o que devia :- bom dia, eu vim fazer alguns últimos testes com você antes de conceder alta. Então, vamos lá.-

Após algumas perguntas básicas de sensibilidade nos membros, o médico concluiu que o acidente não havia deixado sequelas no sistema nervoso do paciente.

Frio e obsetivo, o médico continuou :- muito bem! O senhor esta liberado, as informações de cuidados e medicamentos já foram passadas para o seu contato de emergência.-

:- meu contato de emergência?- o espanhol perguntava-se enquanto o médico apenas se retirava, saindo do quarto ao mesmo tempo em que outra figura entrava acompanhada pela a enfermeira.

Isso não podia ser verdade, piscando algumas vezes ele não podia acreditar. Aquele era o seu contato de emergência? Entre todos os países, ele tinha sido chamado.

:- TUGA!!- ele disse incrédulo vendo o sagaz português entrar no quarto.

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⏰ Última atualização: May 26, 2022 ⏰

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