Capítulo 15

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- Aqui.

Sasuke pegou no ar uma bolsa que Sakura lhe jogou.

Ainda sentado no hall, de cabeça baixa, ficou esperando enquanto Sakura ia até Sarada. A menina saiu do banho e quando o viu ainda ali, sorriu e acenou, antes de ser arrastada para o quarto pelos ombros. Ele suspirou e deixou os ombros caírem, ainda estava completamente encharcado, mas seu desejo era ir até a pequena e dar-lhe boa noite em seu quarto. Temendo invadir o espaço que há muito já não lhe pertencia e cruzar os limites invisíveis de Sakura, permaneceu no mesmo lugar.

Sentia seu corpo começar a tremer, a roupa pesando com o frio que fazia. Assim que ouviu passos atrás de si, levantou-se já em direção a porta e desejaria boa noite a Sakura, quando agarrou a bolsa.

- Você pode se secar. Vou pegar um cobertor.

- Sakura, você não precisa...

- Sabe onde fica o banheiro.

E com isso, subiu as escadas de madeira deixando Sasuke sozinho. Decidiu não contestar e apenas seguir o que Sakura disse, afinal se dispôs a continuar com aquilo. Como se nunca houvesse deixado a casa que conquistaram ao se casarem, mesmo que houvesse passado muito pouco tempo ali, seus passos não vacilaram. Foi em direção ao banheiro e mais uma vez espantou-se, ao ver o conteúdo dentro da sacola. Havia uma toalha e roupas secas.

Roupas dele.

Engoliu em seco ao imaginar que de fato, obviamente Sakura havia guardado suas roupas e talvez...seus pertences? Deveria ficar contente com aquilo mas sabia que por algum motivo, ela não se desfez de suas coisas apenas por não querer chegar perto de nada que lhe pertencesse ou lembrasse. Sasuke ficou encarando as roupas, ponderando. Se ela quisesse fingir que ele nunca existiu, porque não se desfez de suas coisas? Poderia ter doado ao hospital. Ou poderia ter simplesmente queimado. E se Sarada soubesse, já haveria a menina questionado a mãe do porque de haver roupas de homem ali guardadas? Sua cabeça girava tentando pensar nas possibilidades, mas nenhuma chegava próximo a uma explicação lógica para ele.

Molhou seu rosto com as mãos na pia, e decidiu colocar as roupas de vez. Já seco e confortável, seguiu para o mesmo local onde havia esperado Sakura anteriormente e ali ficou.

Dessa vez, ao ouvir Sakura descendo as escadas, não se levantou.

A kunoichi parou e o encarou, antes de revirar os olhos e bufar.

- Sasuke, quer parar de agir assim?

- Assim como?

- Como um cachorro, como você mesmo disse. Já está aqui, então saia daí. O sofá é seu.

De repente, ele se sentiu patético. Levantou-se de forma brusca e ao invés de seguir para o sofá na pequena sala ao lado, deu alguns passos a frente.

Viu Sakura se encolher e recuar um passo, e sem conter um sorrisinho satisfeito estampado em seu rosto, continuou a se aproximar até encostarem no balcão da cozinha.

- Sa-Sasuke, o que está fazendo?

- Já que estou aqui, e se eu não quiser dormir no sofá? – tentou segurar toda aquela cena, ao se inclinar em direção ao pescoço da rosada, por puro e genuíno divertimento, mas acabou entorpecido ao sentir o seu perfume. De repente se viu tenso e um calor começou a tomar conta de seu corpo.

- Sasuke. – sentiu as mãos pequenas e delicadas em seu peito, tirando-o de seu transe.

- Estou brincando, Sakura. – de propósito, deixou-se encostar na pele ali exposta antes de se afastar. Pôde vê-la arrepiar e satisfeito, lhe ofereceu um sorriso ladino e um arquear de sobrancelha.

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