Capítulo 29

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Claire

Acordei com o barulho de um sino, baixo e inconfundível. Me levantei, e não reconheçi o lugar. Olho para todos os lados, estou dentro do que parece ser uma cabana. Não tem ninguém por aqui. Estou vestida de preto, jeans preto e blusa preta, e meu cabelo, em um rabo de cavalo. Encontro uma saída e abro a tenda. A luz do sol queima os meus olhos e coloco o braço para protegê-los. Do lado de fora, apenas mato e uma praia. Em um segundo, vejo que estou no meio de uma batalha. Dois exércitos lutando um contra o outro, sem piedade. Tudo passava em câmera lenta para mim. Me desviei de algumas pessoas gritando com fúria. Avistei três pessoas flutuando e sorrindo, menos o menino que estava sentado no ar. Cheguei mais perto deles. O menino chorava silenciosamente, enquanto o homem alto sorri sem parar. A menina ao seu lado, suponho que ela tenha a minha idade, sorria às vezes, sem demonstrar nenhuma emoção. Reconheci de imediato um menino à baixo deles, preso em uma cela invisível, estava vermelho de tanto gritar, aqueles olhos cinzas brilhando de ódio. Matt. Fui em sua direção, mas nada pude fazer. Segurei em sua mão, mas pelo estado dele, eu nem estava ali. Mas o que ele estava fazendo aqui? Algo dentro de mim sabia, mas eu não queria acreditar. "Volto para te buscar" , falei em meus pensamentos. Corri, corri sem parar. Meus olhos estavam cheios de lágrimas. Corri, para me afastar daquelas pessoas más. Corri, para me afastar daquela guerra. Corri, para encontrá-lo. Corri, para me salvar. Comecei a chorar. Quando finalmente parei, tinha bastante pessoas no chão, um homem alto e loiro estava sangrando, mas ainda estava vivo. Ele me encarou com aqueles olhos azuis e cinzas, eles refletiam apenas dor. Continuei correndo.  De um lado tinha um menino loiro e um outro menino moreno lutando contra um homem de túnica preta, do outro um senhor lutando bravamente com um tipo de bastão. Eu o reconheci de algum lugar... Não pode ser... Ele é aquele velhinho da biblioteca, que me ajudou. Bobby era o seu nome. Logo em seguida eu o vi. Mesmo de longe seria impossível não o reconhecer. Peter. Ele estava no ar, com o que parecia ser um tipo de espada em suas mãos e um tipo de túnica vermelha, gritando com fúria para um homem com o dobro do seu tamanho à sua frente. Ele estava diferente. Me lembrei de todos os momentos em que o vi sorrindo. Eu olho em sua direção, e percebo alguém ao seu lado. Aquela sou eu? Meu deus! Não pode ser...

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