Convite

16 1 0
                                    

- Um convite? - Lumina perguntou coçando a cabeça, confusa. - De quem?

- Possivelmente do demônio Kalyedra, com base na sua descrição ele parece alguém que poderia escrever o meu idioma. - Éter suspirou enquanto entregava o convite a garota.

- Visão só! Está escrito em humano! - A garota pareceu despertar de seu estado sonolento no mesmo momento e pegou o pergaminho para ler. - "É com muito prazer que entrego... Essa... Massagem...? Mensagem! É per-peranbulandu por aí que... Vejo... Peralub... Preabul" Eu não estou entendo Éter!

- Sério? Eu pensei que você iria conseguir ler melhor do que fala. - O homem pegou o pergaminho das mãos da garota novamente e começou a ler em voz alta, ignorando sua expressão de indignação. - "É com muito prazer que eu entrego essa mensagem a você. Devo dizer que fiquei surpreso com a notícia de um humano perambulando pelas nossas 'Brumas Sombrias', ainda mais acompanhando uma de nossas crias. É imperativo que eu, como um porta-voz da minha espécie, queira conversar adequadamente com um forasteiro tão especial como você. Se serve de incentivo, tenho algumas informações que podem interessar tanto você quanto a garota que o senhor coabita, como a localização de sua arma banhada no sagrado.".

- ... Você ler tão bem Éter. - Disse Lumina após uma longa pausa.

- Ele passou por diversas armadilhas que montamos, a barreira de seu avô e deixou essa coisa na frente de sua porta. É difícil imaginar o que ele fará agora que têm acesso fácil a você. - O homem fechou os punhos, nervoso.

- Hum... O que pensar Éter? Ele virá aqui atrás da gente? - Lumina perguntou com receio. - Você consegue matar ele? Você é forte!

- N... Não tenho ideia, Lumina. Eu garanto que vou protegê-la, mas o conteúdo da carta me chama atenção. - O herói começou a caminhar de um lado para o outro do quarto.

Éter tinha duas opções: preparar o terreno para a eventual invasão de Kalyedra e seus possíveis subordinados ou aceitar o convite e ir até o seu covil. Qualquer que fosse a escolha do Herói, isso os colocaria em uma posição de perigo que ele não poderia prever com exatidão. Ele pensou que talvez deveria ficar no território conhecido, mas então mudou de ideia de imediato. Éter entendeu que a entrega do convite foi uma demonstração de habilidade, poder. Kalyedra ignorou todas as proteções que eles prepararam para entregar uma relés carta quando ele mesmo poderia ter os matado demonstrava a ideia que ele queria impor dominância sobre eles.

"Além disso, eu não vou conseguir sobreviver a um cerco. Caso aconteça." Pensou ele, sensato. Sem muitos recursos suas forças seriam drenadas rapidamente em uma situação onde inimigos poderiam os flanquear por todos os lados. "Mas se jogar no território deles é tão perigoso quanto, se não mais.", concluiu desesperançoso. A escolha a seguir iria mudar toda a sua situação, Éter decidiu que não adiantava ter uma zona de conforto em um lugar como esse, onde caçar e ser caçado era um padrão de vida. Havia a espada comentada pela carta, que fez o Herói lembrar de que não havia encontrado ela antes, e essa informação mudou tudo.

- Lumina, acho que deveríamos aceitar o convite dele. Talvez ele realmente tenha intenções de conversar. - Comentou Éter, em fim. - Ele está com um objeto muito precioso para mim. No pior dos casos, podemos usá-lo para matar Kalyedra e conseguirmos alguma paz.

- Olha só! Mesmo? Nesse caso eu topo! - A garota pulou de sua cama animada e abriu as portas de seu armário, pegando diferentes roupas, escolhendo e separando elas em ordem.

- Uh... Simples assim? Você... Não quer pensar mais sobre? - Éter encarou perplexo a garota, indagando se ela estava tão insana quanto ele, mas continuou: - É perigoso. Se ele for tudo isso que diz, nossa ida pode ter consequências terríveis.

Caminho da LuzOnde histórias criam vida. Descubra agora