Notas: 1) Na verdade, este é um trecho de uma fanfic relativamente longa, mas ele funciona de modo isolado, então vou postar por motivos de: há tempos não publico nada e estou me sentindo culpada. Agora, só vou subir novos capítulos na plataforma quando ela estiver totalmente escrita. 2) Não estranhem: os pensamentos das personagens, em alguns momentos, foram colocados em primeira pessoa, ainda que a narração seja em terceira.
Espero que gostem! E quando eu tiver tempo real, volto com essa fanfic completa e com a conclusão daquela Swan Queen que está em hiatus.
Boa leitura!
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Miranda olhou na direção daquela jovem que lhe lançava um leve sorriso e um aceno suave. Ignorou-a, retirando seus óculos e entrando no veículo que a aguardava. Pela janela do carro, viu Andrea aos poucos se afastando com um andar altivo, um sorriso fácil e a mão ajeitando a franja.
Sorriu. Sorriu ao ver como a jovem tinha mudado desde que entrara na Runway... e desde quando saíra também. O sorriso murchou.
— Vai — disse a Roy, o motorista, que involuntariamente prestou atenção em tudo o que aconteceu no último minuto.
O regozijo por rever Andrea se esvaiu tão rapidamente que ao ir embora deixou em Miranda um gosto amargo. Era difícil para a mulher dragão lidar com aquele sentimento agridoce em relação a Andrea. Sentimento que soube existir somente quando foi deixada sozinha em Paris. O uso do adjetivo sozinha era hiperbólico, é verdade, afinal estava rodeada por diversas pessoas, no entanto a ausência de Andrea causou em seu íntimo uma desordem que jamais ousara supor que pudesse existir. Miranda, porém, não se permitiu deixar abalar: embarcando de volta à Nova York, apagou Andrea, como um trauma que o cérebro esconde para não causar danos. Fez de conta que ela nunca tinha trabalhado na Runway, que nunca tinha existido. Já em solo americano, recordou-se dela apenas para garantir que conseguiria um emprego no jornal que almejava. Depois disso, nunca mais se falou de Andrea na Runway. Uma ordem que Miranda não precisou dar para que todos compreendessem.
Por semanas tinha se convencido de que quaisquer sentimentos por Andrea, além de decepção, não existiam. Bastou, no entanto, vê-la para que se questionasse a veracidade daquilo. A decepção pelo abandono ainda era viva, latente, mas algo a mais existia e queimava. Isso assustou Miranda, que não se lembrava da última vez em que experimentara algo similar.
Nas semanas que se seguiram tentou novamente apagar Andrea de sua mente, mas era um trabalho árduo que seu âmago insistia em ignorar. Tudo piorou quando certo dia Miranda tirou o telefone do gancho para fazer uma ligação, mas a linha estava ocupada:
— Você não pode ligar aqui! Se a Miranda descobre... — disse Emily de modo estridente, ainda que seu tom de voz fosse baixo.
— Não quero arrumar problema para você. Estou te ligando porque tenho algumas roupas de Paris...
Emily pensou um pouco para enfim responder, como se aquilo não fosse importante para ela:
— Tá! Eu posso fazer esse favor para você.
— Mando para o seu apartamento? Você ainda mora no mesmo lugar?
Emily ruborizou. Não, definitivamente Andrea não poderia ir à sua nova residência, não queria ter que explicar Serena vivendo por lá.
— É melhor você deixar na recepção da Elias-Clark, e eu pego depois do expediente.
— Vou deixar amanhã bem cedinho então, às sete, para não correr o risco de esbarrar com a Miranda, realmente não quero causar problemas para você.
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O diabo veste improviso | ⚢
FanfictionDe volta à Nova York, após a semana mais importante no mundo da moda, Miranda se obrigou a acreditar que conseguiria lidar com a demissão de Andrea da maneira mais indiferente possível. No entanto, mesmo depois de meses, o ressentimento que o abando...