Minha Super Heroína - Shoto Todoroki

Capitulo cinco - Semanas

Dias se passaram.

E eu não sabia ao certo a quantas semanas eu estava no estágio de Ártemis, lutando contra ela e apenas focado em habilidades do corpo, não na minha individualidade.

A heroína não fazia questão de esconder os elogios, dizendo o quanto eu estava melhor e o quanto minha movimentação estava mais rápida depois das aulas, falando que meus reflexos estavam melhores junto da minha força pelos exercícios feitos.

E por mais que os treinamentos me dassem a impressão de que eu realmente havia melhorado, eu perdia todas as lutas contra Ártemis. Ela me ensinava golpes e movimentos aos quais eu tinha que memorizar e repetir até que o dominasse por completo, em seguida começamos a lutar dentro da sala.

Ela dizia: "É mais eficaz que você lute comigo a cada vez que dominar uma habilidade da luta. Não esperar experiências nas ruas para finalmente poder utilizá-las sem ter a certeza de que está pronto. Seria imprudência." -Dizia a mesma frase mas com palavras diferentes em outras ocasiões, explicando tudo de forma fácil e se colocando em forma de luta em minha frente, vindo pra cima de mim em seguida - "Quando conseguir ganhar de mim, significa que os treinos valeram a pena e finalmente poderemos focar na sua individualidade. Apenas se conseguir cometer tal ato."

Depois de dias e treinamentos exaustivos, nada parecia ter realmente mudado, por que eu nunca consegui fazê-la perder.

-Tempo para descansar. -Ártemis disse, assim que me deu o último golpe e me fez cair de uma só vez, perdendo para ela mais uma vez.

Como se fosse automático, eu deixo minhas costas baterem no chão gelado atrás de mim e deitar ali mesmo, encostando minha cabeça no piso cinza e fechando os olhos pelo cansaço, deixando com que minha respiração voltasse ao normal aos poucos, deixando de ser ofegante e pesada como estava.

Um suspiro cansado saiu de meus lábios assim que eu senti meus músculos se contraírem de dor invés de relaxar, ficarem dormentes e me fazer ter a impressão de que poderia ter quebrado algum osso quando a heroína me fez cair no chão, por mais que eu soubesse que poderia ter apenas torcido o tornozelo.

Por mais que a sala de treinamento tivesse janelas para que o ar gelado entrasse e não fizesse que o lugar fosse abafado e desconfortável, meu corpo parecia ter sido dominado pelo calor, queimando minha pele e fazendo com que suor escorresse pela minha testa.

Meus olhos se abriram depois de poucos segundos ali deitado, descansando no chão. Eles percorreram o local e se fixaram em Ártemis no canto da sala, pegando sua garrafa de água e a levando até os lábios, bebendo o líquido mais rápido do que eu poderia imaginar.

Por mais que a heroína não parecesse se esforçar em lutas como essa comigo e não parecesse realmente estar esgotada com os treinamentos, pequenos sinais me mostraram que ela se cansava com os movimentos rápidos. Como o peito subir e descer pela respiração pesada, como o suor descendo em sua testa e fazendo os fios de seu cabelo preso grudarem em seu rosto.

Parecia engraçado ou estranho dizer que depois de dias de convivência eu conseguia entender a heroína com mais facilidade. No começo, eu pensava que o sorriso contagiante que estava sempre com ela era a única coisa que eu conseguia entender, me deixando confuso todas as vezes em que ele desaparecia de sua expressão e tudo se formava indecifrável.

Mas as coisas pareciam mudar quando eu me concentrava além dele, quando eu a analisava por completo e fixava minha atenção em seus olhos negros. Por mais que na maioria das vezes o sorriso fossem sempre semelhantes mas diferentes - levantando apenas a ponta dos lábios ou mostrando os dentes brancos -, seus olhos sempre eram os mesmos, secos e sérios, por mais que a alegria estivesse em sua expressão.