Capítulo 26 - "Pesadelos..."

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Capítulo 26

Sangue... foi tanto sangue em meu corpo que eu não estava aguentando ver aquela cena sem querer vomitar e arranhar a minha carne até que nada mais sobrasse... foi apavorante!

Eles ainda jogavam a culpa sobre mim enquanto estava presa naquela cadeira... eu ainda ouvia a minha mãe me chamar de assassina e os diversos cadáveres se arrastejando aos meus pés. Eu gritei em pânico, porém nenhuma voz saia pela minha boca.

E no meio de toda essa destruição... Melissa está deitada em cima de uma mesa acolchoada... e ao seu lado há uma faca. Eu não queria olhar nos olhos de Pedro pois no fim eu já sabia a sua decisão.

— Não, Pedro! — Grito, sentindo as lágrimas deslizando pelo meu rosto enquanto o meu coração se afunda em mais dor, como se fosse insuportável aguentar isso.

— Emma, ei abre os olhos... foi só um pesadelo.

Quando eu os abri, me deparei com o olhar preocupado de Pedro, mas eu não conseguia parar de chorar, sentindo o meu corpo tremer ao pensar que aquilo poderia acontecer.

A minha Melissa não! Tudo menos ela!

— Ei, Emma... shh... tudo bem, não precisa chorar. — Disse ele limpando as minhas lágrimas.

Quando ele segurou a minha mão, foi que eu finalmente percebi onde estava. Deixei que ele limpasse as minhas lágrimas enquanto olhava ao redor do quarto de hospital, notando um tubo ligado a minha veia enquanto aquelas gotinhas revelam que estou tomando soro.

Suspirei, sentindo o alívio percorrer o meu corpo ao mesmo tempo em que uma ansiedade se instalou dentro do meu coração. Por que de repente meus pesadelos se tornaram isso? Quer dizer, eles sempre foram assustadores mas nunca envolviam minha Melissa no meio...

— Emma, tem certeza que você está bem? Ainda está tremendo... por acaso você ainda tem crises? — Balanço minha cabeça para os lados sem saber como começar a lhe explicar sobre meus pesadelos. Ele acaricia a minha bochecha, me encarando com um olhar terno e preocupado enquanto reparo no seu olhar carregado de sono... ele estava dormindo nessa poltrona ao meu lado antes de eu acordar aos gritos. — Eu conversei com o médico e ele disse que você não tem dormido bem. Quer me dizer o que está acontecendo?

Sua voz soa calma enquanto suas mãos fazem carinho na minha, transmitindo mais segurança e conforto para mim falar o que está acontecendo dentro de mim, mas... ainda é complexo demais para que eu possa explicar.

— Eu não consigo dormir... — Revelo sentindo meus olhos pesarem...

Talvez por estar recebendo carinho dele... mas sua mão afagando o meu braço é realmente confortável. E quando abro os meus olhos, eles estão me encarando com bastante ternura e carinho.

— Por que não?

— Opa! Boa noite! Parece que você já está acordada... — Uma mulher baixinha com o cabelo curto entrou no quarto, usando o uniforme de enfermeira e eu me movi desconfortável na cama. — Você precisa descansar regularmente pelo menos umas sete horinhas por dia... caso contrário vai começar a ter dores de cabeça frequentes, vai ter tonturas e não vai aguentar beber, como foi o caso de hoje. Se estiver tendo problemas de insônia posso pedir para o médico receitar uma remédio para ajudar com isso e ainda dormir de forma leve. Mas por enquanto... — Com um sorriso, a mulher pega uma seringa e olha para mim fazendo menção de pôr no tubo ligado a minha veia. — Vou precisar te medicar.

RENDIDA - PARTE 2 - CRIMINOSOS EM SÉRIE (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora