Rejeição

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Jin on

Maria achou que eu não estivesse ouvindo, que a ligação houvesse caído.

Mas eu ouvi tudo.

Sua família pode não aprovar nosso relacionamento. Isso me deixa inseguro, não gosto desse sentimento, que muitas vezes me assombrou no passado e agora volta.

Eu tantas vezes me achei insuficiente, até mesmo um peso. Agora posso não ser o suficiente para mulher que eu amo.

O pior: talvez não possa mudar isso.

Não consigo falar com Maria agora, desligo o aparelho.

Vou pra Bighit, focar no grupo.

...

— Hyung o que tá acontecendo? — ouço a voz doce de jimin enquanto seus olhinhos expressam preocupação.

—Nada... — respondo e dou um sorriso, tento ser natural. Mas não consigo fingir, não para meus irmãos que me conhecem tão bem.

Eu passei o dia distraído, mal provei a comida. Errei as coreografias.

E aqui, a caminho de uma entrevista e com todos do grupo me encarando, desabo.

Eu sinto as lágrimas vindo, eu tento segurar, mas meus olhos viram uma piscina,  sem pedir licença o choro se intensifica eu baixo o rosto, tento limpar ou segurar as lágrimas.

— Hyung! — todos gritam e vem me abraçar.

Eu desisto de ser forte, me abraço aos meus irmãos, que me amam e me aceitam.

— E-eu não sou o suficiente para Maria.

Ouvir tudo que ouvi despertou em mim dores antigas do início do BTS e que até hoje são sensíveis para mim.

Eu não sei se vou conseguir ser forte para enfrentar mais rejeições, mesmo que seja pra ficar com a mulher que eu amo.

Eu não sei se consigo sair inteiro.

Maria on

Não consegui falar com Jin o dia todo, mas agora o grupo daria uma entrevista e eu iria assistir no YouTube, ao vivo.

— Hoje teremos o prazer de entrevistar o maior grupo de Kpop da atualidade: BTS — o apresentador fala em coreano, em seguida os meninos entram: Namjoon aparece primeiro em seguida vem Jk e Jhope dançando, seguidos por jimin e Tae de mãos dadas, yoongi surge acenando. Jin não aparece. Eu fico nervosa e começo a mexer minha perna ansiosa.

— Pode aumentar um pouquinho? — peço para recepcionista. Que sorri e aumenta, eu me aproximo da TV.

Estou no hospital, deveria estar em casa, mas surgiu uma emergência e estou de plantão. Eu deveria tá jantando agora, mas tomei um milkshake, meu jantar. Sim eu sei, péssimo exemplo.

Mas tudo pra assistir essa entrevista e não ser irresponsável com meus pacientes.

— Jin? Onde está o Jin? — pergunto baixinho roendo minha unha do polegar olhando para TV.

Atualização pequena só para matar a saudade

A noite de inverno que nunca esqueci (Livro 4)Onde histórias criam vida. Descubra agora