i wanna live like them

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Commom People é uma oneshot dedicada à suicidet91, minha autora favorita, em comemoração ao seu aniversário!!! (espero que vc goste <3)

parabéns, vida, desejo que todos os seus sonhos se realizem, que você consiga desenvolver e publicar todas as histórias que desejar! 🤍
te desejo todo sucesso do mundo. você é talento, e é luz. t amo <3

❋ ࣪  ࣭   ⬞  യ 𓈒  ˙ ּ   𖠗

Buffalo '66 é uma daquelas típicas lojas de conveniências. Com uma arquitetura simples e, exatamente, igual todas as outras, é difícil identificar o que há de tão bom nela.

Louis caminha alguns quarteirões até ali por uma razão: cigarros contrabandeados. Isso não significa que ele faça parte de alguma merda, não. Isso significa que suas economias crescem cada vez mais com os centavos poupados na compra de uma marca nojenta de cigarro.

Sinceramente? A loja está bem arruinada. Sr. George desabafou um dia, quando Louis estava alucinando com algum coisa que usou, e disse que aquele era seu único bem. Sr. George não têm netos, pelo que ele sabe, seus filhos o abandonaram e voaram para a Califórnia. Louis sente muito pelo velho, ele realmente sente, por isso se esforça para sorrir quando ele fala sobre qualquer coisa que aconteceu no seu dia.

— Esse não é bom — ele diz, negando o cigarro que Louis aponta.

— O melhor entre os mais baratos que tiver, eu quero.

George assente, e entrega o maço de uma marca que Louis nunca vira. Ele, então, dá de ombros, é barato, recolhe um pacote de Skittles da prateleira ao lado do caixa e joga a nota amassada de cinco dólares.

— Aquele rapaz está numa situação pior do que a sua — George afirma, arqueando suas sobrancelhas em direção ao garoto sentado no meio-fio de sua loja, com uma garrafa de vodka em mãos.

Louis sente pena.

— Pelo visto — ele recolhe o troco que lhe foi deixado sobre a madeira do balcão e o guarda no bolso esquerdo, da frente de sua calça, o único não rasgado. Se despede do dono da loja antes de pegar suas duas aquisições e sair da pocilga.

Os soluços cessam quando ele abre a porta e os sinos ecoam pelos quarteirões, é barulhento pra caralho, desnecessário.

O garoto não o olha, continua quieto, segurando a respiração, encarando a parede pichada do outro lado da rua.

— Para de me encarar enquanto eu choro.

Louis sorri, sem mostrar seus dentes, e deixa de encará-lo por alguns segundos: está vasculhando o único bolso inteiro de sua calça, procurando por seu isqueiro, descascado, que um dia foi preto. Quando o encontra, acende seu cigarro, sempre achando a primeira tragada horrível.

— Se for por namorada, sinto te dizer, é perda de tempo — ele para ao lado do chorão, quase roçando sua perna no braço dele, observando suas roupas: casaco de couro, camiseta preta, logo do Misfits, e Vans limpinhos.

— Quem me dera — o outro responde. Sua voz está embargada ainda. Louis deixa de fitá-lo, de novo, voltando seu olhar para o muro pichado.

Não é nem seis da tarde e o cara já está nessa situação, ele pensa.

Louis está prestes a tomar seu rumo para casa quando outro soluço enche o peito do rapaz.

— É horrível chegar nesse nível porque aqueles filhos da puta me seguem o dia todo e... e eu só queria, sei lá, experimentar a paz — ele desabafa, tendo os olhos azuis penetrantes de Louis, totalmente, sobre si. — Me sinto em exposição com essa merda toda.

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