Poucos minutos de conversa foram o suficiente para que Mário ficasse intrigado e disposto a desvendar a acidez por trás das palavras de Manoela, fazendo ele começar a reparar mais na aluna da universidade da sua família. A diferença entre eles é com...
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Fico observando com admiração a Camile treinando enquanto me aproximo da borda da piscina.
— Você não cansa? — pergunto quando ela volta para a superfície.
— Foram apenas cinco ida e cinco voltas, foi apenas crawl. — Ela dá de ombros.
— Me parece cansativo.
— Às vezes é. — Ela coloca as mãos na borda da piscina e se puxa para cima para sentar.
Caminho até um dos bancos e pego a sua toalha, jogo no seu ombro em seguida.
— Irá continuar nadando depois de se formar? — pergunto.
— De verdade, não sei.
— Espero que continue, parece a sua paixão. — Sorrio.
— Sim, eu amo nadar. — Ela sorri.
Vejo os alunos entrando na área da piscina e deduzo que é hora de ir.
— É hora do seu treino. Te vejo em casa — digo. — Farei comida para caso você chegue cansada.
— Obrigado. Tchau.
— Até logo.
Deixo a Camile na área da piscina e sigo pela universidade para a saída. Ao passar pelo corredor, avisto Mário subindo para o terraço.
Bom, ele me disse que o terraço é o lugar de pegação, então o que ele fará lá? Não custa nada eu dar uma olhada, ser um pouquinho fofoqueira.
Subo as escadas sem fazer o mínimo de barulho, chego em um corredor extenso e sigo o Mário até ele entrar em uma porta. Abro a porta com cuidado e observo a cidade iluminada.
— Me seguindo, senhorita? — a sua voz brincalhona chega em meus ouvidos.
Dou um passo para trás e encaro ele assustada.
— Que susto! — Coloco a mão no peito.
— Se assustou porque está fazendo coisa errada. — Ele cruza os braços. — Então, o que faz aqui?
— Fiquei um pouco curiosa — confesso. — Disse algo sobre esse lugar e está aqui.
— Não vou ficar com ninguém aqui em cima, Manoela.
— Eu nunca disse isso...
— Mas pensou — ele me corta. — Eu sei que pensou. Eu pensaria.
— Talvez eu tenha pensado. — Dou de ombros. — Ou talvez não.
— Já que está aqui, me ajuda com a antena.
— Você é eletricista? — questiono, me aproximando.
— Não, então se eu morrer, peça para eu ser cremado.
