Amor De Bandido - Livro I | Trilogia

Capítulo Dezenove

Há detalhes nos momentos que são inexplicáveis, apenas as lembranças fazem seu coração se esquentar, seu corpo se arrepiar, faz você se perder nos pensamentos.

Tornam um dia besta em uma lembrança importante, guardada em sua memória.

Eu iria guardar aquela noite, iria guardar aquela manhã, em que eu me senti completa, me senti confortável, me senti amada, mesmo que não tenha usado a palavra.

A sensação de estar sob seu corpo, acariciando seus longos cabelos, sentindo suas curvas encaixando perfeitamente nas minhas, sua respiração colada ao meu pescoço me causando levez arrepios e espasmos.

Ah como eu lembraria daquela manhã.

A manhã em que me senti dela, mesmo que não fossemos nada, a manhã que senti meu coração acalentar sob seu corpo, a manhã que senti minha mente em paz, meu corpo confortável, como se estivesse em um templo budista meditando, era uma sensação que não conseguiria encontrar palavras pra explicar, mesmo que eu tentasse muito, nossos corpos tão próximos que sentia seu peito subindo e descendo ao respirar, sua respiração calma e tranquila, sua feição doce e  serena, mergulhada num sono profundo.

Nunca imaginei que poderia achar alguém tão bonita dormindo, normalmente são esquisitas, babando e o olho meio aberto, mas como essa mulher era linda dormindo, como transmitia paz e serenidade apenas encarando-a.

Ali, sobre sua cama e sob ela, eu estava numa tranquilidade completa e perfeita, ninguém estragaria minha manhã ou sequer meu dia, eu poderia sorrir por 24hrs e ainda não sentiria cansaço de tanta felicidade.

E só de lembrar de ontem a noite sentia meu corpo se arrepiar, formigar.

Foi incrível, simplesmente incrível.

A conexão, os sentimentos, a sensibilidade dos nossos corpos, se entregando a cada toque, cada beijo, foi uma coisa surreal, inexplicável, realmente hoje eu estava cheia de coisas sem explicações, mas eu apenas não conseguia colocar em palavras o que eu havia sentido, era impossível.

Eu senti meu coração tão acelerado que imaginei bem no fundo — Já que estava ficando em outras coisas...— que iria explodir, senti minha respiração lenta e pesada, senti meu corpo se arrepiar ao seu toque, senti formigações em meu estômago a cada beijo, a cada orgasmo, a cada toque, a cada olhar, senti como se estivesse flutuando e ao meu tempo caindo de um penhasco, senti uma pressão deliciosamente forte sobre meu ventre, senti.... Eu senti.... Nossa, como eu senti.

Senti tantas coisas que....

Argh Sabrina, você está me levando a loucura!

Ela se remexeu em mim e eu afastei mais a cabeça para observa-la, sorri ao ver sua respiração profunda e sua careta fofa de estar acordando, abriu os olhos vagarosamente, olhou ao redor como se se hábiuasse, se aconchegou mais em meu colo e então levantou o olhar, esboçando o sorriso mais lindo do mundo, as covinhas brotando, os olhos se fechando como se fosse uma chinesinha, era linda mesmo, de qualquer forma.

– Bom dia. – Sussurrei, sorrindo também. Levei o outro braço a sua cintura e continuei com meu carinho em sua nuca, ela levantou o braço e envolveu até onde deu em meu pescoço, se aproximando mais.

– Bom dia. – A voz rouca e baixa me fez arrepiar levemente.

Como podia mexer tanto comigo? Apenas com sua voz, como pode me desarmar dessa forma? No fundo eu sabia, sabia que aquilo era diferente, entendia que, ou eu me jogava de vez nessa história ou eu fugia e perdia ela. E sinceramente, eu não fazia a menor questão de sair daquele lugar...

– Dormiu bem? – O sarcasmo evidente em minha voz, ela riu e assentiu, toda boba.

– Perfeitamente. E você?