Go and take this the wrong way
You knew who I was with every step that I ran to you
Only blue or black days
Electing strange perfections in any stranger I choose
Would things be easier if there was a right way?
Honey, there is no right way
And so, I fall in love just a little, oh, little bit
Everyday with someone new
I fall in love just a little, oh, little bit
Everyday with someone new
I fall in love just a little, oh, little bit
Everyday with someone new
I fall in love just a little, oh, little bit
Everyday with someone new
Someone New - Hozier
— Ruiva dos lábios de sangue? — Raquel deu duas batidinhas na porta do quarto, atraindo a atenção de Helena. — Posso entrar?
A ruiva assentiu com a cabeça, ainda com o braço enfaixado. Seu rosto sustentava um olhar vazio, incapaz até mesmo de chorar.
— Você está bem? — Perguntou a moça, tomando a mão da amada na sua. Helena, um pouco grogue, demorou alguns segundos para responder.
— João... — Era a única palavra que conseguia sair de sua garganta. — João... João...
E as lágrimas instintivamente abandonaram suas órbitas. Duas gotas salgadas escorreram da base de seus olhos até seu queixo, formando uma trilha molhada por onde passavam. Helena se sentia completamente desamparada.
— O que tem o João? — Raquel o conhecia pouco. Havia visto o garoto somente uma ou duas vezes em vida, se muito. No entanto, sabia o quanto sua namorada estimava o irmão.
— Morto... — E segurou um soluço. — Francisco, aquele porco...
Ao pronunciar as amargas palavras, Helena desabou em lágrimas. Berrava de dor, sentia-se impotente. Sequer fora capaz de salvar a vida do irmão; agora, estava completamente sozinha, abandonada em um mundo cruel e devastador.
Raquel finalmente entendeu o que afligia o coração de sua namorada. Contudo, sentia-se incapaz de fazer qualquer coisa; sabia como era essa sensação, e não podia trazer ninguém dos mortos.
— Você... — E esfregou o próprio braço. — Você quer um abraço?
Helena fez que sim com a cabeça e Raquel lançou-se para cima dela, apertando-a o máximo que podia — tomando cuidado, claro, para evitar o ferimento.
— Isso dói. Dói bastante. — Contou a menina. Ela ainda sentia a cicatriz do rosto latejar; Helena jamais superaria esse crime terrível completamente. — E nunca para de doer. Mas, uma hora, a gente aprende a conviver com a dor. Ela se torna íntima nossa, sabe? Como uma velha amiga. Você vai entender o que estou falando um dia.
A moça arriscou um rascunho de sorriso com o canto da boca; Era muito sortuda por ter Raquel ao seu lado.
— E, lembre-se... — Embora não fosse muito de monólogos, Raquel sentia-se corajosa naquela ocasião. — Você não está sozinha. Nunca estará. Eu sempre estarei aqui, independente de qualquer coisa. Eu te amo, ruiva dos lábios de sangue.
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Nunca Mais Seremos os Mesmos
RomanceLeonardo, aos dezessete anos, acaba de perder sua mãe de forma abrupta e traumática. Se sentindo apenas um peso no mundo, o garoto acaba por viver com sua avó e se obriga a encarar uma nova vida, cheia de medos e mistérios. Dentre tantas incertezas...