Nunca Mais Seremos os Mesmos

Capítulo 43

Keep you in the dark

You know they all pretend

Keep you in the dark

And so it all began

Send in your skeletons

Sing as their bones go marching in...again

They need you buried deep

The secrets that you keep are ever ready

Are you ready?

I'm finished making sense

Done pleading ignorance

That whole...defense

The Pretender - Foo Fighters

— Finalmente pararam de me ligar. — Disse Dominick, acendendo um cigarro. — Bem, depois de um mês enchendo o saco...

— Foi um absurdo o assédio da imprensa. — Acrescentou Leonardo. — Eu tinha acabado de sair de uma tentativa de sequestro e eles me perguntavam se o sequestrador era seu ex-namorado.

— Como se eu tivesse mau gosto pra querer aquele padrasto fedido da sua namorada. — E assoprou um fio de fumaça. — Quando a gente foi com você naquela casa... Sinceramente, ela fedia esgoto.

— Acho que ele nunca limpou uma privada na vida.

Dominick soltou uma risadinha anasalada.

— Ainda bem que você começou a sair em público com a Helena e a outra namorada dela. — Emendou Dominick. — Só então os jornais puderam desmentir os boatos de que a gente estava namorando.

— Perceberam que eu sou hétero, eu acho. — Brincou Leonardo. — Bem, eu poderia ser bissexual, mas acho que os jornais não consideraram essa opção.

Dominick anuiu.

— Sobre aquela tentativa de sequestro... — E tragou seu cigarro mais uma vez. — Não conversamos muito sobre isso, porque eu estava ocupado tentando dispersar os boatos de que meu ex namorado ciumento teria tentado te matar, mas você pode contar comigo para o que precisar.

— Você já está me ajudando pra caramba pagando o meu psicólogo. Se não fosse isso, eu estava até agora sem sair de casa. — E a resposta boa de Leonardo a esse trauma se devia a ele. — Sou muito grato a você.

— Eu estava me referindo a outras coisas além de dinheiro. Mas, claro, dinheiro sempre ajuda. — Dominick sorriu. — Você quer ver algum filme no cinema? Tem alguns legais em cartaz, eu pensei em...

Antes que Dominick terminasse sua frase, os dois olhos azuis de Lourenço brilharam pela sala. Eles encontraram os de Dominick por um breve segundo, que desviou o rosto e contraiu os lábios, evitando ao máximo contato com o pai.

— Dominick. — Suas tentativas, contudo, foram em vão. — Eu preciso conversar com você.

— Com este maldito viadinho? — Aquelas palavras ficaram marcadas na mente de Dominick. Ele não as esqueceria tão cedo. — Pra que?

— Conto para você no meu escritório. — E fez um sinal para que Dominick o acompanhasse. — Venha, lá eu te explico melhor.

Bufando, Dominick deixou o que restou de seu cigarro num cinzeiro.