♤ Capitulo 5 ♤

5 1 0
                                    

Ao cair da noite tive de ficar presa no meu quarto porque o rei estava dando uma "pequena" festa para comemorar o  aniversário do Reino. Todos estavam presentes e é claro que eu não.
Nada de novo.
Meu pai insistia em me prender por causa de tolices inventadas.
Olhei para o relógio e era quase meia-noite, eu precisava sair daquele quarto infernal. Mas cedo o senhor Smith ordenou que minhas duas criadas limpassem o meu quarto e recolhesse tudo " ilícito " fiquei sem nada pra fazer graças a esse estúpido. Agora eu tinha de dar um jeito de sair do quarto.
A porta estava trancada então a janela era a única alternativa.
  Peguei vários lençóis e amarei um no outro , é óbvio que essa coisa eu tutru de filmes então a chance de dar errado e eu cair e morrer eram grandes.
  Resolvi tentar.
Depois de amarrar os 5 lençóis  como eu achava que estava certa amarrei uma ponta no pé da cama e a outra ponta  joguei pela janela, era hora de fugir ou morrer , dependendo de como as coisas iam rolar .
Comecei a descer os lençóis , estava dando certo para minha surpresa.
Consegui descer até a metade do caminho quando ouvi o som de alguma coisa rasgando.
Droga droga droga
Tentei não me mexer e mesmo assim o barulho continuou.
Tentei descer mas rápido mas já era tarde, o lençol rasgou-se ao meio e em poucos minutos minha bunda aterrissou no chão.
- Porra de lençóis ! - praguejei em voz alta.
Levantei toda suja de grama , felizmente não quebrei nada.
Era um milagre.
Procurei  os lençóis que haviam caído.
Assim que achei o lençóis percebi que havia alguém embaixo deles.
Corri pra ajudar a pobre pessoa que se debatia no meio daqueles panos pesados.
- Me desculpe eu não sabia que tinha alguém aqui, eu só queria...
- Me matar ? - senhor Smith saiu do amontoado de cobertas procurando ar.
- Não! Foi sem querer,  eu juro senhor Smith.
- Não foi oque me pareceu,  eu sei que não sou tão legal mas não precisa me assassinar no primeiro dia. - ele levantou e limpo o terno que estava cheio de Mato.
- eu n tenho culpa do senhor  esta justamente aí atrapalhando minha fuga. -  cruzei os braços.
- Por favor pare de me chamar de senhor , não sou velho. - ele saiu andando ainda arrumando o terno.
- Então como é seu nome ? - tentei acompanhar o meu novo professor.
Era óbvio que ele ficaria aqui então tinha de conhecer meu inimigo.
- Dylan.
- Dylan ? Belo nome.
- Muito obrigada, o seu também não é nada mal. - ajeitou o cabelo.
Ele continuou andando e parou perto da entrada do salão a onde estava tendo a festa.
Eu não podia entrar ou meu pai me mataria, então parei no meio do caminho.
- Você não vem ? - ele olhou para trás.
- Não posso, estou proibida de ser vista por outras pessoas.
- Então é por isso que nunca aparece em nada ?
- Sim.
- Entendo. Sempre achei que fosse por ser metida.  - ele arquiou uma de suas sobrancelhas.
Meu deus que homem !
- Eu metida ?! Fala sério senhor Smith.
- Dylan. - corrigiu.
- Isso , Dylan. - dei um sorrisinho amarelo.
- Então majestade estávamos.... - ouvi a voz do conselheiro do meu pai se aproximando, me preparei para correr mas era tarde .
- Liana ? - Meu pai estava ao lado daquele maldito velho .
- P-pai ,oi ! -  tentei disfarçar o medo.
Ele veio quase correndo e me puxou pelo braço para o canto.
- Eu não disse pra não sair do Caralho daquele quarto ? - ele cochichou para ninguém ouvir.
- Eu sei mas estava entediada então achei que não teria problema...
- Já te disse mil vezes que você não pode ser vista por ninguém ! Você é burra  ou surda ? - ele apertou meu braço com força. Dava pra vê o ódio  nos olhos dele, eu nunca senti tanto medo do meu pai.
- Está me machucando pai . - tentei me livrar da mão dele.
- Não me importo ! Você vai subir pra porra do seu quarto e vai ficar  lá ou eu vou..
- Majestade? Se me permite eu gostaria de levar a princesa para o quarto  dela,  assim ninguém a veria,  prometo tomar cuidado,  vamos pela porta dos fundos sem fazer barulho. -  Dylan surgiu  ao lado do meu pai.
  A essa altura eu já estava tremendo de medo e meu braço estava doendo muito.
Não sabia que meu pai tinha tanta força.
- Certo. - Arthur ajeitou a postura e largou meu braço. - vá rápido antes que alguém a veja.
Dylan assentiu e me levou até a porta dos fundos onde ficava a cozinha.
Andamos discretamente até chegarmos no meu quarto.
- Deixe- me vê seu braço.  - Dylan parou no meio do corredor. 
Estendi o braço e lá estava a marca rouxa da mão do meu pai, dava pra vê a cara de pena dele.
Eu odiava essa cara.
- Não está tão ruim , um pouco de gelo e vai melhorar, eu posso fazer um curativo se quiser. - ele encostou no mej braço onde estava roxo.
- Aí ! - puxei meu braço. - Não toca,  tá doendo.
- Perdão Alteza, mas acho  melhor fazermos um curativo nisso logo. Você também evitaria boatos sobre isso.
- Tudo bem . - eu não queria fazer nenhum curativo mas a ideia de ficar um pouco mais com o Dylan me deixava feliz.
Afinal ele era a única pessoa estranha que eu vejo e que pode falar comigo, era legal ter alguém agora que Keila estava proibida de vim aqui.
- Vamos então?
- vamos.
Segui ele pelos corredores enormes até a enfermaria.
Ele parecia já saber andar pelo castelo,  acho que alguém deve ter apresentado pra ele.
Chegamos  até a enfermaria, me sentei na maca e Dylan foi pegar as coisas pra fazer o curativo.
- Você também é enfermeiro? - tentei puxar  assunto enquanto balançava as pernas inquieta.
- Não, mas tenho experiência em fazer curativos.
- Porque ?
- Por que sim.
- Okay entendi. - era óbvio que ele é  mais na dele.
- Não me leve a mal princesa .. - ele parou na minha frente e começou a limpar o machucado. -  eu não quero que misturemos as coisas,  não vamos ter nenhum vínculo pessoal apenas professor e aluna ok?
Senti uma pontada  de tristeza.
-Achei que poderíamos ser amigos pelo menos . - tentei achar seus olhos mas ele estava focado.
- Não podemos, isso iria envolver informações pessoais então não seria uma boa ideia.
- Ok. Eu entendo que são ordens do meu pai- ele terminou de infaixar meu braço .
- São,  e devemos cumprir,  espero vê-la amanhã no nosso primeiro dia de aula.
- Não tenho escolha não é? - olhei para ele.
- Não. 
Levantei.
- Então nos vemos amanhã senhor Smith. - abri a porta.
- Dylan. - corrigiu outra vez.
Sai da sala e fui para o meu quarto, certamente amanhã seria um longo dia.

A PRINCESA E O GUARDIÃO (Reescrevendo)Onde histórias criam vida. Descubra agora