Drugged

O médico havia pedido um exame com nome estranho, endoscopia, Stiles só sabia que precisaria ser dopado, havia se divertido muito ao ver vários vídeos pela internet, das reações das pessoas, que passavam as maiores vergonhas possíveis, não era possível que as pessoas realmente falavam aquele bando de porcarias após serem dopados para um exame.

Chegou acompanhando pelo pai ao hospital, precisava de um acompanhante para cuidar de si, pois, poderia ter diversas reações, ainda não acreditava que teria que fazer tal exame, ele só estava sentindo uma dor no estômago, nada demais, só havia vomitado um pouco de sangue, mas tudo estava sobre controle, sentia-se ultrajado ao ter que fazer exames e ir a médicos, odiava fortemente frequentar hospitais, clínicas e casas médicas.

Sentaram-se, esperando o nome de Stiles ser chamado, que batucava no braço da cadeira, conversando e rindo com o pai, um pouco nervoso com a situação, não queria passar pela vergonha que havia assistido na internet, só queria fazer o exame e seguir sua vida, precisava continuar com a faculdade logo, aqueles dias de aula fariam falta, ele praticamente tinha o histórico perfeito, extremamente inteligente, brincava com o pai, que aquela era sua beleza.

Escutou seu nome ser chamado, uma voz grossa, porém ao mesmo tempo suave, se virou na direção da voz e segurou a respiração, viu um enfermeiro, alto, com cabelos negros, olhos verdes, parecia esconder um corpo esbelto por baixo do jaleco, gemeu mentalmente, era extremamente gostoso.

Levantou da poltrona, o pai o seguindo, sorriu para o enfermeiro, não era cego, sabia apreciar a beleza de uma pessoa, principalmente aquele homem à sua frente, não conseguia disfarçar o quão bonito havia o achado.

– Sou eu – continuou sorrindo para o enfermeiro, que voltou o sorriso para si, o fazendo arfar, até sorrindo era bonito, que droga, tão malditamente sensual, o sorriso era safado, não sabia nem como reagir.

Desde que havia se assumido para o pai, com muito medo, por ser policial, nunca havia se encontrado com ninguém, havia prometido que focaria principalmente em seus estudos, que aquilo seria sua busca número um, deixaria romances bobos para depois, mas ali estava, em sua frente, algo que o tirou do eixo, somente por ver e escutar a voz por míseros segundos.

Seguiram por um corredor, até chegar em uma salinha, que estava cheia de materiais médicos e muito gelada, arrepiou-se, passando as mãos pelos braços, odiava locais gelados assim, ainda mais quando não estava com blusa.

– Pode se sentar ali – ofereceu um assento, que parecia quase se deitar, continuou mexendo em algumas coisas e virou-se para Stiles – eu vou aplicar esse remédio aqui em você, ele vai facilitar o exame, você pode ficar grogue, porém fique tranquilo, é rápido – continuou sorrindo, mesmo indo com aquela agulha enorme em direção ao garoto.

Stiles se encolheu nos braços do pai, simplesmente odiava agulhas, surtou, pensando somente naquela picada ardente, não queria aquilo!

– Stiles, querido – o pai se desprendeu do filho, olhando nos olhos do garoto assustado, nunca deixaria de pensar que Stiles era seu pequeno e amado garotinho – você precisa tomar esse remédio, ok?

– Eu não quero – resmungou, escondendo o rosto nos braços do pai e estendendo o outro braço ao enfermeiro, sequer sentia vergonha de sua situação, tinha pavor de agulhas – só faça de uma vez.

– Não vai doer, relaxa, hum? – sentiu as mãos do enfermeiro em seus braços, apalpando, procurando uma boa veia, sentiu a agulha entrar e estremeceu – já foi, parabéns Stiles, o efeito já começa, aí iremos começar o exame ok?

– Ok – disse ainda nos braços do pai, era sempre tão bom estar ali entre os braços da pessoa que mais amava no mundo.

Sentiu algo ficar diferente e imaginou que fosse o remédio finalmente fazendo efeito, sorriu sentando-se na cadeira propriamente, viu alguém vir em sua direção, sentiu a pessoa abrir sua boca e algo passar por sua garganta, era horrível, mesmo anestesiado sentia um pouco de dor com o ato.