O Mago

📜 16- O Pombo

Quando encontrou Sasuke, Itachi estava com o plano todo arquitetado. Explicou-lhe os detalhes e finalizou dizendo:

- É arriscado, otouto, mas tem chance de dar certo. O pior que pode acontecer é sermos banidos. Mas, se tivermos êxito, traremos liberdade e paz ao nosso clã.

- Sim! Não quero prejudicar nenhum inocente. No tempo do nosso avô era necessário, porém hoje não precisamos mais agir assim. O mundo está mudando, niisan, e eu não quero ficar para trás.

- Nem eu quero - completou convicto - Agora vá descansar. Quando voltar, daremos início ao nosso plano.

- Está bem - disse Sasuke saindo - Vou descansar e volto mais cedo, pra iniciarmos

Mas ele não planejava ir pra casa, ainda. Precisava ver o loiro de novo e saber se o que estava sentindo era real, e com sorte, se era recíproco.

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Orochimaru e Kabuto estavam exaustos. Haviam dominado quase todos os feitiços. Faltavam apenas os dois mais complexos. Entretanto eles estavam muito satisfeitos com o progresso. Os Uchihas ainda não haviam mostrado nenhum sinal de ataque. E a casa estava blindada por feitiços de proteção. Logo eles estariam preparados.

- Vamos descansar, Kabu - dizia Orochimaru, quando saíram do quartinho, no meio da tarde - Vou me dedicar ao shodo¹ e você vai desenhar um pouco - concluiu o moreno - Talvez toda a dificuldade que encontramos nesses dois últimos feitiços aconteça porque estamos muito focados - Precisamos relaxar!

- Excelente ideia! - interveio Hiruzen, quando chegaram na sala - Acalmar a mente sempre rende bons resultados - E mudar o foco ajuda a ter mais clareza.

- Vou fazer um chá calmante pra vocês - falou Tsunade se levantando e deixando seu bordado sobre a chabudai

Por estar frio, decidiram usar o kotatsu. Kabuto levou sua caixinha de madeira com carvões e papéis, e Orochimaru pegou seus materias de shodo, que consistiam em sizuri, bunchin, washi, fude e sumi²

Tsunade trouxe-lhes uma mistura de chá verde e flores de jasmim, que ajudava com a ansiedade e acalmava a mente. Eles saborearam devagar e iniciaram suas atividades.

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Naruto limpava o bar, enquanto sua mãe saíra para entregar uma encomenda e comprar ovos. O jovem era um ótimo filho, porém, muito desastrado. Sempre que buscava ovos, acabava quebrando alguns. Por isso, Kushina, quando tinha tempo, saía para comprá-los

Após concluir seu serviço, Naruto se preparava pra sair e observar a rua. Mas sentiu uma espécie de euforia, um comichão na pele... E quando olhou para a porta, lá estava o moreno misterioso, tão lindo quanto ele se lembrava.

- Olá - disse Sasuke, usando a máscara de frieza Uchiha pra disfarçar a ansiedade - Vim tomar mais daquele sakê que você tem aqui.

- Ah... Oi! - falou o loiro - Que bom que veio! Agora, sabendo que você gosta desse sake, não deixarei faltar! - corando logo após pronunciar a frase.

Sasuke sentou-se perto do balcão, como no outro dia, e Naruto à sua frente. Ambos estavam ansiosos. O Naruto falava sem parar...

... há um dia e meio de viagem, atrás das montanhas ao sul. É lá que compro esse sake... - e continuou falando sobre o bar, a mãe, os clientes e fornecedores.

Sasuke ainda usava a máscara do desinteresse, mas ela escorregava às vezes, como agora, quando o loiro falava muito de um assunto e corava adoravelmente, e ele não podia evitar sorrir.