O coração de Draco Malfoy

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1_ Ela te deixa hipnotizado enquanto eu morro

Eu conhecia Harry Potter, eu o conhecia com a palma de minha mão, muito mais que ele próprio se conhecia.
Havia coisas que o tornava único, como a forma em que ele se distraia facilmente é que nesses momentos sempre tendia a bagunçar os cabelos mais do que já são naturalmente bagunçados. Ele tem um jeito único de sorrir para quem verdadeiramente ama, ele também tem uma covinha que só aparece quando ele sorri largamente.
Verde e sua cor, fica perfeito nele (mesmo que ele seja um grifinorio). Eu também sei que Potter está amando. Amando Ginerva Wesley.

Meu amigo vai ser casar, na verdade meu melhor amigo, e isso deveria ser bom, eu deveria estar verdadeiramente feliz por ele. Mas o problema e que quando você está apaixonado por alguém, tão imensamente e profundamente apaixonado por alguém fica dificil ficar feliz por essa pessoa quando ela está  prestes a se comprometer em um laço que deve ser eternamente eterno, pelo menos teoricamente.

A noite estava bonita, com muitas estrelas brilhantes me observando, o que me lembrava ele. A forma como os olhos dele brilham quando a via. E porra, dói pra caralho.

As vezes eu queria se ela, queria estar no lugar da Wesley, para que aquele olhar seja direcionado para mim. Ela nao tinha nação de como era sortuda e talvez nunca tivesse. Esse e o problema, porque ela não era merecedora dele, Harry merecia muito mais. E é como se ninguem tivesse noção disso. Por que niguem percebia que não era ela? Não vou negar que deveria ser eu, um sentimento tão egoísta quanto soava, mas eu não me importo o suficiente para negar nada, porque não importa, não e mesmo? Amanhã ele irá subir até o altar para esperar lá, secaria as lagrimas melancolicamente, e eu estaria atras dele como um dos padrinhos.

Sentei no meio fio de uma rua qualquer levando a garrafa que furtei da despedida de solteiro de Potter. Olhei para estrelas desejando fazer parte delas, as coisas para elas são de certas forma mais faceis.

Eu me orgulhava do sobrenome Malfoy e os titulos que ele carregava. Mas uma coisa que me fazia querer não ter nascido com o peso dele são as péssimas qualidades que ele carrega, como o orgulho excessivo, muito amor a bens matérias, ideias militantes ridiculas e a cima de tudo a covardia. No fundo eu sentia que se eu fosse um pouco menos covarde, eu ja teria me declarado a muito tempo para Potter, e mesmo que ele rejeitasse eu nao viveria com a dúvida de que havia a minima possibilidade dele rebriduir meus sentimentos.

Droga Draco. Supere esse merdinha.

- Ei Draco!

Droga. Em que ser divino eu atirei uma pedra para merecer isso?!

- O que esta fazendo aqui? Bebendo sozinho? Não foi fácil te encontra, sabe?

Dei mais uma golada no álcool que desceu por minha garganta queimando.

- Lá  estava muito sufogante, minha cabeça estava doendo. Precisava tomar um ar.

Mentiras. Eu fiquei muito bom em mentir para ele depois de um tempo de pratica.

- Ah sim, faz sentido.

- Por que veio atras de mim? Está perdendo sua despedida de solteiro. Você não terá outras possibilidades como essa.

Harry riu- Verdade.- Senti meu coração despedaçar mais um pouco. Olhei para o céu, para que pudesse evitar que as lagrimas descessem.

- A noite esta linda, não e? Será que vai estar bonito amanhã também?

- Não sei.

Ele se sentou ao meu lado, proximo demais, eu arredei um pouco para longe. Era demais, ficar ao seu lado sentido seu perfume inebriante, ver suas bochechas coradas pelo frio e ver seus olhos profundamente verdes tão de perto. Simplesmente demais.

- Qual e o problema, Draco?

Demorei para entender, olhando para seu rosto franzido com um pouco de raiva e ressentimento.

- Como assim?

- Como assim?- Ele se levantou- Não se faça de tolo, Draco. Você acha que sou idiota?- Ele respirou fundo- Eu tenho percebido que voce não e mais o mesmo, poxa! Quando eu vou toca-lo você recua como se meu toque o queimasse, você não conversa mais comigo como antes, vive fugindo de mim, de mim Draco- Ele falou como se isso soasse extremamente insano-. Qual e o problema Draco?!

Eu me levantei também, me sentindo extremamente indignado. O problema era ele, exatamente ele e todas as coisas que ele me fazia sentir. Ele era o culpado, porque na minha mente bêbada e nublada aquilo fazia absoluto sentindo. Quem seria o culpado senão ele?!

- Você, você e o problema Harry Potter! VOCÊ, ESSE CASAMENTO RIDÍCULO E AQUELA NOIVA RIDÍCULA.

- POR QUE ESTA FALANDO COMO SE NÃO QUISESSE QUE EU ME CASSASE?!

- TALVEZ SEJA PORQUE EU NÃO QUERO.

- O QUE?!

Olhei para o chão cansado, cansado daquilo tudo. O sentimento que mais pesava em meu coração era o fato de que nunca amaria ninguém como o amo, porque sim, eu viveria outros amores, mas jamais nenhum seria como meu amor por Harry potter.

Que vá para o inferno a corvadia dos Malfoys.

- Como ainda não percebeu?- O olhei com os olho cheios de lagrimas reprimidas- Eu amo você. Sou completamente e perdidamente apaixonado por você. Então me desculpe se não estou feliz com seu casamento, realmente sinto muito.

Ele me olhava petrificado, Harry não sabia como lidar com sentimentos, principalmente quando eram vomitados nele dessa forma. Seus olhos estavam arregalados demais, como em tudo em Potter era demais. Eu me abaixei e peguei a garrafa de bebida do chão. Uma lagrima venceu a barreira descendo por meu rosto. Olhei uma ultima vez para o rosto de Harry, o rosto da pessoa que possuía todo meu amor, que ainda não conseguiu processar o que eu havia jogado nele e andei. Andei para longe de Potter, andei para londe do meu oração, mas estava tudo um pouco melhor, porque o dono dele tinha consciência de  que o possuía. Eu finamente não iria carregar mais o peso daquilo sozinho.

-Draco! Draco!

Eu não olhei para trás.
Harry não me seguiu e eu fui embora. Ele tentou conversar comigo diversas vezes por bastante tempo, mas neguei todas as propostas.
Ele se casou, teve filhos e viveu uma vida feliz.
E nunca mais nós vimos.
Bom, não até aquele momento.