Capítulo 10

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Tiago

Se uma vez me dissessem que eu viveria o inferno na terra por causa de uma mulher eu não acreditaria. Mas desde aquela maldita segunda-feira é assim que tenho vivido.  De todas as situações que eu poderia ter imaginado, nenhuma se comparava a rejeição de uma mulher.  Não que eu não estivesse acostumado a levar não, pois ao longo da minha adolescência e vida adulta eu levei muitos, a diferença é que agora eu levei um não quem eu realmente queria, de quem havia tirado a minha paz desde o momento que meus olhos pousaram nela. 

Tentei agir da forma mais natural possível com a decisão dela, pois  precisava manter um pouco de orgulho.  Nunca em minha vida imaginei estar passando por isso, e muito menos com alguém que era tão próxima de mim. Ao longo dos dias tentei me colocar no lugar dela para entender tudo que passava naquela cabeça, mas isso só me deixou com mais raiva, pois para mim o único motivo que poderia haver seria o fato de ela realmente não sentir nada por mim. 

Mantive por alguns dias a esperança de que ela reconsiderasse e voltasse para mim, mas isso não aconteceu, então decidir seguir com a minha vida da forma que era antes de ela voltar de Portugal. 

Tirar ela da minha cabeça não era fácil, então mantive a minha mente ocupada o máximo que pude, seja trabalhando ou saindo. Optei também por manter distância da minha família, estava tudo muito recente e não queria correr o risco de me deparar com ela, pois do jeito que seu estava a chance de novamente me humilhar perante ela eram enormes. 

Mas infelizmente meu plano tinha uma falha que  era a comemoração do Natal que todo ano era realizada na casa da minha avó. Ao longo do ano eu podia falares  Eu poderia a qualquer evento, mas o Natal era a data sagrada para a minha avó, e ela sempre deixava isso bem claro para todos da família.

Eu amava essa tradição e não trocaria se não fosse a presença de Carolina. Eu não queria vê-la, não queria sucumbir novamente a ela e ser novamente rejeitado.

Eu queria mostrar a ela que eu estava bem, que sua rejeição não havia me afetado em nada e acabei novamente agindo por impulso ao convidar Karem para passar o natal na casa dos meus avós.

Ela não tinha família no Rio, pois todos eram de Rondônia. Ela veio ao Rio para estudar e  acabou ficando na cidade. Viajando todo o ano para passar as festas de fim de ano com a família, mas esse ano ela não conseguiria por causa do trabalho. Apesar de não ficar mais com ela, ainda mantínhamos contato, ela era uma boa pessoa e nos relacionavamos bem. 

Convida-la me pareceu ser uma excelente ideia, pois com ela lá seria mais fácil manter meus olhos longe da Carolina.  Confesso que  foi uma decisão infantil, mas isso só fez sentido para mim quando vi a minha família animada ao vê-la novamente.

Quando cheguei na casa da minha avó a primeira coisa que fiz foi passar meus olhos pela sala em busca da Carolina, mas não a vi. Minha família nós cercou e começaram a cumprimentar Karem com entusiasmo.  Isso definitivamente era um problema, mas resolvi ignorar.Estava distraído conversando, quando ouvi minha mãe chamar Carolina para conhecer a Karem.

Meu corpo gelou e respirei fundo antes de me virar  para ela, mas quando o fiz queria ter voltado atrás. Ela estava linda  e sexy, e se sua intenção era me atingir ela havia conseguido fazer isso com louvor.

Minha vontade era arrastá-la dali e me enterrar naquele corpo que tanto adorava. Afasto o pensamento e ajeito minha postura, fechando um pouco a cara para que ela não veja o quanto estou abalado pela presença dela.

Eu não sabia de onde tinha tirado tanta força para fingir indiferença perante ela. Nosso cumprimento foi polido e ela estava indiferente, e isso me incomodou como um inferno. Mas quando a apresentei Karem a sua pose mudou. Ela estava incomodada, e isso trouxe um pequeno fio de esperança em mim.

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