Perdas

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A tempestade já havia durado aquela noite e se prologando a madrugada também. O sol estava quase surgindo e o exército de Arwen já estavam preparados para partir. Ainda na entrada do castelo, Maeve, com ajuda de Liam, subia no cavalo. Sua espada dada por sua irmã estava no cinto, amarrada em volta de sua cintura. O escudo se encontrava em suas costas, deixando em evidência o símbolo da bandeira do reino, a serpente. O símbolo era tão visível nos escudos, bandeiras e armaduras na qual o exército vestia que de longe, se via em destaque.

Maeve segurava tão forte as rédeas do cavalo que suas mãos tremiam. Sua primeira vez em batalha estava para acontecer e sua mente já encontrava muito distante de seu corpo. Em uma simples manhã de treinamento com sua família, já se encontrava vestida com a armadura do exército, fazendo finalmente parte da guarda real do rei. Tal desejo jamais foi tão questionado por ela naquele momento. Pensava se conseguiria matar alguém, longe do treinamento, onde apenas imobilizava seus irmãos e seu pai, não os matando.

Evie deixava claro para irmã sobre o que poderia enfrenar em guerras e Maeve agradecia por isso. Apesar de ser sempre unida com seus irmãos, Maeve tinha um carinho especial por Evie. A mesma ensinava a sua irmã caçula a nunca baixar a guarda, nem mesmo fora do treinamento. O desejo de sua irmã era ver Maeve forte o suficiente, para que não precisasse ter medo, até mesmo seu pai, Galahard, ainda que não queria que sua filha caçula participasse de guerras, ele a treinava para tal propósito. Porém, naquele momento, era inevitável para Maeve não sentir medo. Tentava focar sua mente em outros pensamentos, porém não via nada, somente a angústia perante a batalha que iria enfrentar.

— Eu sei que está nervosa, irmã... — o mais velho se pronunciou para Maeve, fazendo-a voltar de seus pensamentos ao olhar para ele. — Guerras, batalhas, mortes... andam junto. É preciso fazer pelo nosso povo. — Liam concluiu a última frase em suspiro, ainda olhando para a irmã caçula.

Maeve queria dizer algo para o irmão que ainda mantinha a sua atenção a ela, mas não conseguia encontrar as palavras. Contudo, logo voltou sua visão para frente, tendo em vista alguns guardas já prontos para sair da entrada do castelo e ir para fora do reino. Seu pai se encontrava ao lado do rei Bryan, dando ainda as últimas ordens para os guardas. Maeve ouvia com atenção, ainda que seus pensamentos lhe causa-se ansiedade perante a situação que enfrentaria.

Naquele momento, o rei discursava para os guardas sobre liberdade e vitória ao seu povo. Maeve, por um instante, manteve uma esperança em seu coração, algo que não se passava por sua mente durante aquela noite anterior. A luz do sol começou a clarear o reino e Maeve, ao olhar para o céu, pensou em sua falecida mãe, onde segundo o seu pai, a mesma queria que seus filhos fossem fortes e valentes. Um sorriso esperançoso e ladino surgiu em sua face. Ao olhar para baixo e tocar no cabo de sua espada, pode sentir naquele momento, sua mãe. Seus pensamentos ruins foram se esvaziando de sua mente ao pensar que poderia vencer e trazer a vitória e honra para seu reino.

Embora ainda não tivesse tido muito contato com sua mãe, Maeve, a sentia em momentos em que não se via esperança. Seu pai sempre falava que sua mãe, Elizabeth, era otimista e sempre trazia felicidades aos outros. Maeve sempre mantinha isso em sua mente e sempre funcionava para ela.

Porém, foi interrompida de seus pensamentos quando um dos guardas que ficava na porta de entrada do reino veio cavalgando em seu cavalo, parando frente ao rei. A face do rei Bryan se encontrava assustada, porém séria e com isso, em apenas um sinal que deu ao seu braço direito, Galahard, o mestre de guerra, onde o mesmo já deu a ordem aos guardas para ficarem prontos para o ataque.

— O exército inimigo está se aproximando do reino, lembrem-se da nossa estratégia. — Galahard deu a ordem aos guardas, fazendo com que eles logo ficassem todos a frente. — Arqueiros, fiquem logo atrás. Os homens com lanças a frente dos outros com escudos. — todos ouviam a voz do mestre de guerra, assim como o rei.

I See Fire - Ubbe RagnarsonOnde histórias criam vida. Descubra agora